Viagem de moto de Joinville a Brasília (Cagiva Elefant 900) - Dez 1997

     No começo de 1997 fui transferido para Boa Vista-RR. Na época achei melhor colocar a Cagiva à venda, em Joinville. Em dezembro daquele ano estava com um período de férias pra tirar e a moto ainda não havia sido vendida. Coloquei em uso então a "teoria do Jaques". "Já que" não havia sido vendida, programei as férias pra fazer uma viagenzinha com a máquina, e matar a saudade de pilotar.

     Como eu e Mari estivéssemos em plena fase de namoro, "convoquei-a" para me acompanhar. 

     Voei de Boa Vista pra Joinville alguns dias antes dela, porque nossos períodos de férias não coincidiam exatamente. Aproveitei pra fazer a revisão da moto, rever alguns amigos e dar umas voltas pela região.

     Em uma dessas saídas um motorista desatento bateu na traseira da moto na BR 101, nas imediações de Joinville, num momento em que dei uma ligeira freada pra conferir uma saída da estrada. A moto foi pro chão e eu "caí" em pé ao lado dela, sem nada sofrer, e sem saber explicar como. Pequenas avarias na moto (como arranhões na carenagem, manete quebrada e guidão entortado) foram consertadas em poucos dias numa oficina local. 

     Logo em seguida a Mari chegou de Boa Vista e no outro dia nos lançamos à estrada, apesar da minha confiança um tanto abalada pelo recente acidente. A ideia era ir pra Brasília, a fim de visitar meus pais, mas antes fizemos uns passeios pela litoral paulista, por Ilha Bela, e depois pela região de Itatiaia, próximo de Resende. 

     Chegamos em Brasília (cerca de 2.000 km depois) a tempo para o Natal, com o anseio por pilotar longas distâncias satisfeito e o "teste de garupa" da Mari cumprido com êxito. 

     A Cagivona mais uma vez provou porque era uma moto apaixonante. Puro prazer de pilotar.

     Terminada essa viagem retornei a Boa Vista, pra continuar tocando a vida por lá, e a motoca ficou à venda em Brasília, sob os cuidados do meu irmão Gilson. Foi o fecho do nosso bom relacionamento. Algum tempo depois ela foi vendida e me vi novamente na árdua condição de "sem moto", mas não por muito tempo... Mas aí já são outras histórias.

(escrito em Maio de 2016)