Tiger 900 Rally Pro

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quinta-feira, 28 de março de 2019

Participação na 2ª etapa do campeonato metropolitano de MTB 2019, Morretes-PR, 24 de Março de 2019



Recentemente o meu amigo Maxmilian Leisner postou um vídeo no seu canal no Youtube [neste link: Sobre as Lições Deixadas por uma Campeã Olímpica e Mundial que Partiu Cedo Demais ] em que comenta, em essência, sobre os motivos e compromissos que vem envolvendo as provas esportivas desses nossos tempos, em particular, as de triathlon e ciclismo, mas a reflexão se estende também a diversas outras modalidades.

Tentar analisar um pouco do perfil psicológico e emocional das pessoas que participam desses eventos é mesmo bem instigante. É inegável que a grande maioria parece que deixa a brincadeira ir longe demais, digamos assim. É interessante como as pessoas se alteram sob um pouco de pressão e parecem perder a real noção das coisas.

Essas provas de mountain bike que acontecem na região de Curitiba são um laboratório dessas situações. Ok que a proposta é ser uma competição, e não um passeio ciclístico. Ok fazer um pouco de força e procurar andar um pouco mais forte. Mas será que o maior valor de um evento como esse está na questão da posição de um atleta em relação a outro? Será que vale a pena passar dos limites da boa convivência e do sentimento de estar se divertindo em prol de um lugar no pódio? Pois é... o que nos move?

Pessoalmente acho que tenho ficado, pelo que tenho observado em mim mesmo, com o passar do tempo, cada vez menos competitivo e mais observador... rsrsrs... e pode ser que isso seja mais um defeito do que uma virtude, quem sabe?...

O fato é que fui participar dessa provinha em Morretes, no último domingo, com o claro intuito de brincar de andar de bicicleta no meio do mato, fazer um pouquinho de força, lidar com alguns dos meus limites de sempre e curtir o momento. Nesse sentido, pode-se dizer que tudo deu muito certo. Dia bonito, paisagem bonita, alguns trechinhos bem técnicos no percurso e aquele clima de agito no ar (bom, de vez em quando).

No final das contas, acho que alguns momentos de felicidade, como diz o Max.

Viva a vida!







 Momentos antes da largada








Travessia de rio








A paisagem em determinado ponto da trilha









Chegada! Bom demais! Valeu!









Dados da brincadeira






Altimetria

















Gratidão





Força Sempre











Encontro PELOPES 93 (62 BI), Joinville-SC, 22 de Março de 2019





PELOPES 1993






Sobre o valor da fraternidade


Outro dia fui convidado a participar de um encontro muito especial. Alguns (ex) soldados do Pelotão de Operações Especiais (PELOPES) do 62º BI (Joinville-SC), de 1993, que tive a honra de comandar, organizaram uma reunião da turma e me chamaram.

Não foi a primeira vez que se reuniram (mas foi a primeira vez que pude estar com eles). Há já algum tempo criaram um grupo do Pelotão no Whatsapp, do qual participam todos os que foram encontrados depois de tantos anos.

1993 foi meu segundo ano pós-AMAN. Era um jovem e vibrante segundo tenente de Infantaria, no auge dos meus vinte e quatro anos de idade, muito entusiasmado com a arte de liderar e o comando do PELOPES representou, certamente, um dos melhores momentos da minha carreira militar.

O conceito de um Pelotão de Operações Especiais, naquela época, era ser a melhor e mais bem preparada fração de tropa do Batalhão. Por uma série de circunstâncias, naquele ano o Comando da Unidade decidiu criar o Pelotão a partir do zero, diferentemente do formato que havia sido adotado em outros anos. Dessa forma, praticamente todos os soldados selecionados para a missão eram recrutas, ou seja, estavam prestando o serviço militar inicial, e, de cara, incorporaram no Pelotão que tinha o compromisso de ser o melhor dentre todos os demais. 









A rigor, sabia que não podia ser exatamente assim, pois, como tudo na vida, leva tempo pra formar bons combatentes. Não obstante, esse é um caso típico em que a mística conta mais do que os fatos.

Não sei bem por que, mas formou-se ali bem mais do que um pelotão de Soldados de Infantaria que se dissiparia alguns meses depois. Tornamo-nos uma espécie de fraternidade. 

Trabalhamos todo o ano de 93 em torno de um ideal de lealdade, patriotismo e vibração pela missão que nos cabia - eu, o sargento adjunto, os três sargentos comandantes de grupo de combate, os seis cabos comandantes de esquadra e os vinte e três soldados combatentes.

Passamos incontáveis noites em claro, realizando patrulhas, marchas, exercícios no terreno. Inúmeras instruções, sessões de treinamento físico, formaturas, conversas, escalas de serviço. E posso dizer, sem receio de estar enganado, que exigi desses garotos muito mais do que eles imaginavam serem capazes.

Se deu tudo certo, foi muito mais por misteriosas razões metafísicas do que propriamente por diligência ou prevenção da minha parte, porque olhando em retrospecto, reconheço o quanto fui ousado e excessivamente confiante em diversas oportunidades.

O encontro ocorrido há alguns dias, na casa do Édson, nosso Soldado padioleiro, foi um desses eventos carregado de valor e simbolismo, embalado na mais autêntica simplicidade, como normalmente são as coisas verdadeiras.

Nos abraçamos, conversamos e rimos como se os vinte e cinco anos desde que deixei o comando do Pelotão não tivessem passado. Foi uma experiência memorável! Os garotos, agora já na faixa dos quarenta e cinco anos de idade, com o mesmo brilho no olhar, o mesmo jeito de falar, a mesma simpatia e boa vontade de sempre.

Dia desses recebi um texto do amigo Rogério Baggio chamado "o que a memória ama, fica eterno", de Adélia Prado. Diz ela que "a memória é contrária ao tempo. Enquanto o tempo leva a vida embora como vento, a memória traz de volta o que realmente importa, eternizando momentos. (...) Descobrimos que o tempo não passa para a memória. Ela eterniza amigos, brincadeiras, apelidos, mesmo que por fora restem cabelos brancos, artroses e rugas". 

É isso mesmo. É um belo paradoxo. De certa forma, quanto mais o tempo passa, mais parece que ele não passou. 

Por mais que a gente queira ficar atento à vida, aos momentos, aos dias, de repente tudo perde a proporção e o passado longínquo nos soa como ontem, provando-nos que definitivamente não temos o controle dessa equação.

Só tenho a agradecer a esses garotos que se mantiveram unidos e fraternos diante do desafio inquestionável da passagem do tempo. Não pode haver conquista e satisfação maior do que esse sentimento que nos mantem conectados, um quarto de século depois. 

Vida longa a essa união!

Caveira! Brasil acima de tudo!





Encontro 22 de Março de 2019









"A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas: há tempo...
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, passaram sessenta anos...
Agora é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem - um dia - uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
Seguia em frente, sempre em frente.
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas."

(Mário Quintana)






Gratidão





Força Sempre










sábado, 23 de março de 2019

Viagem de bicicleta "Caminho da Fé", de Tambaú-SP a Aparecida-SP, 3 a 9 de Março de 2019










Caminho da Fé
414 km de mountain bike pelo interior de Minas Gerais e de São Paulo, 
em sete dias

*em parceria com Newton Adriano Weber, Andréa Santana e Vanderson Sípoli.








, segundo o dicionário básico de Filosofia*, significa “atitude religiosa do verdadeiro crente que se liga a Deus por um ato voluntário, a partir de uma testemunha de origem sobrenatural”.

Seja qual for a definição, a explicação ou as nuances dessa virtude (que, ao lado da esperança e da caridade, compõe o tripé de sustentação da teologia) o fato é que se trata de um sentimento devocional que cativa nossas emoções desde sempre.

O Caminho da Fé, inspirado no milenar Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, foi criado por um grupo de amigos no ano de 2003, partindo, originalmente, da cidade de Águas da Prata, no interior de São Paulo, e chegando à cidade de Aparecida, no vale do Paraíba. Atualmente o caminho cresceu e incorporou outros ramais que se juntaram à proposta inicial. 





Mapa esquemático do Caminho
(Fonte da imagem: site "caminhodafe.com.br")





A maior parte do roteiro percorre estradas vicinais não pavimentadas (estradinhas de terra), trilhas e bosques, e atravessa a emblemática Serra da Mantiqueira, pelo interior dos estados de Minas Gerais e de São Paulo. Um dos grandes destaques do cenário é a acentuada altimetria, notada no sobe e desce constante em todo o percurso.





Altimetria entre Águas da Prata e Aparecida
(Fonte da imagem: site "caminhodafe.com.br")






O conceito primário da ideia é que seja um caminho de peregrinação, pra ser percorrido a pé, e para isso foi criada uma estrutura de pousadas e pontos de apoio que se distribuem a distâncias viáveis de serem alcançadas pelo ritmo do caminhante.

A exemplo do caminho europeu que lhe deu inspiração, aqui também há a credencial do peregrino, uma cartela na qual vão sendo colocados os carimbos, colhidos em diversos locais, que atestam a passagem por esses pontos.







A credencial do peregrino





O convite pra essa viagem surgiu dos amigos Newton e Andréa, de Guaraqueçaba, há cerca de dois meses. A ideia era percorrer, de bicicleta, o trecho entre as cidades de Tambaú e Aparecida, perfazendo cerca de 430 km. Eles já haviam feito essa viagem, também de bicicleta, na companhia de outro amigo, o Vanderson Sípoli, no ano passado, e, por isso, tinham a experiência necessária para planejar da melhor forma as pernadas que faríamos a cada dia.

Propuseram fazermos a empreitada com um carro de apoio, o que nos permitiria pedalar sem a necessidade de levar bagagem nas bicicletas.

O Sípoli, que pedalou com eles no ano passado, fez parte da equipe novamente neste ano. E qual não foi minha surpresa ao encontra-lo, para o começo da nossa viagem de carro de Curitiba a Tambaú, e reconhecermo-nos como velhos camaradas de caserna, por termos servidos juntos no 20º Batalhão de Infantaria Blindado, aqui mesmo em Curitiba, no começo dos anos 2000. Mundo pequeno esse!

Saindo de Tambaú, fizemos o percurso em sete dias, pernoitando ora em pousadas, ora em hotéis e, por vezes, na casa dos habitantes locais, acostumados a receber os viajantes do caminho. O Éverton, nosso motorista, nos encontrava ao final de cada dia no local marcado. Dessa forma, pedalamos levando apenas uma pequena mochila com itens básicos e de eventual emergência para a jornada.

Tivemos sorte com o tempo. Apesar da previsão de instabilidade para toda a semana, pegamos chuva mesmo só no primeiro dia, e ainda assim por apenas meia hora. Nos demais dias tudo esteve muito úmido, com precipitações ocasionais rondando aqui e acolá, mas nada que tenha se tornado um problema.

O ambiente rural em que estivemos por quase todo o tempo nesses dias é, para quem aprecia, um verdadeiro prazer de ser vivenciado. Campos e encostas verdejantes, riachos correndo por entre as pedras, árvores altas e frondosas balançando ao vento, vaquinhas pastando ao longe, vez ou outra plantações bem cuidadas junto a pequenas casas de madeira... tudo compõe um cenário que nos remete à ideia central de simplicidade e de paz. É como se fosse um outro mundo, que funciona num ritmo e velocidade diferentes do formato urbano que nos cerca nas cidades.

Além de tudo, há o silêncio. Esse prazer supremo ao qual nos desacostumamos no ambiente incessantemente movimentado que nos rodeia. As noites, em particular, são um charme. Poder dormir ouvindo apenas a leve brisa balançando a folhagem lá fora, ou eventualmente os grilos e cigarras entoando seu cantar, é uma sensação boa e reconfortante, que nos remete à impressão de que deveria ser sempre assim. Mesmo durante a pedalada, por diversas vezes parava no meio da estrada e ficava apreciando o magnífico silêncio em volta, sem vestígio de barulho de motores até onde o ouvido alcançava.

Já as condições do terreno para o ciclismo não eram assim tão tranquilas. A altimetria do percurso é realmente algo assustadora. Praticamente não há retas. O tempo todo se está subindo ou descendo. E há muitas subidas bem íngremes e bem longas (para se ter uma ideia, o ganho de elevação acumulado nos sete dias foi de 9.932m!). ‘Bem, mas se tem subida, também tem descida, não é?!’. Sim, mas acontece que a matemática do esforço nessa equação não é lá muito animadora. Se pensarmos numa subida e numa descida com a mesma distância e grau de inclinação, veremos facilmente que o esforço economizado na descida não se equivale ao gasto na subida equivalente. Até mesmo no quesito tempo, pois a gente desce como um foguete, mas as subidas são lentas como uma penitência. 













Nesse sentido, busquei encarar esse desafio com uma visão ascética. No final das contas, vistas com um pouco de ‘boa vontade’, as subidas são até bem divertidas e instigantes. Há diversos fatores que entram na conta, mas o mental é certamente dos mais relevantes. De nada adianta reclamar ou sofrer pela expectativa do sofrimento. Analisando como se estivéssemos com uma lupa, a gente vai percebendo que, a rigor, o problema todo é apenas a dor, e a dor é apenas uma sensação fugaz e estridente. Nas subidas mais íngremes desenvolve-se uma sequência de adaptações do corpo: começa com um certo desespero e a sensação do ar queimando dentro do peito e as pernas ardendo. Aos poucos, contrariando a expectativa da mente, essas sensações são aceitas e tudo acaba dando certo. A dor continua, mas a reação a ela já não é de rejeição, mas de pacífica convivência. De certa forma, arriscaria dizer que essa sensação quase angustiante de estar no limite do esforço físico possível é muito próxima ao mais puro prazer.

Considere-se ainda que o desafio dessas subidas muito íngremes nessas estradinhas de terra não se restringe à questão da inclinação. Há ainda as pedras soltas, os buracos, as valetas, por vezes lama, galhos caídos no chão, etc. Ou seja, pedalar nessas circunstâncias beira, em alguns momentos, a um verdadeiro malabarismo.

O tópico virou motivo de divertidíssima brincadeira no nosso grupo. Primeiramente quando comentei com meus amigos, em determinado momento, que eles podiam seguir no ritmo deles, que eu iria devagar atrás... A piada, na situação em que nos encontrávamos, é que simplesmente não havia outro modo de seguir a não ser devagar! Mais tarde, conversando sobre uma subida particularmente dura que se aproximava, o Newton comentou algo como: “não é que não dê pra subir pedalando... Se você for bom mesmo, você consegue.” Bem, por esse critério dele, e considerando o que se passou em seguida, nenhum de nós é tão bom assim [risos].

No meio desse fogo cruzado ainda ganhei algumas aulas gratuitas de técnicas de pedalada, do nosso amigo Newton, que me passou valiosas dicas de posicionamento e consciência corporal em cima da bicicleta. Do alto de sua admirável experiência de ter sido atleta profissional de ciclismo, dezoito vezes Ironman, mecânico profissional de bicicleta e outras inúmeras histórias e peripécias, o Newton me explicou que, ao contrário do que se costuma pensar, pedalar não é meramente intuitivo. Ou melhor dizendo, pedalar com eficiência não é meramente intuitivo. Parece um movimento simplório e repetitivo, mas visto sob um olhar apurado, há diversas e bonitas nuances em cada detalhe. Como dizia um professor meu, ‘não há atividade humana superficial e elementar’.

O convívio, ainda que pontual, com os habitantes locais do caminho é também um prazer e uma lição de vida. A gente relembra que a vida deveria ser simples, e se nos parece complicada aqui no nosso mundinho, é porque a estamos distorcendo ou enchendo de conceitos fabricados (às vezes por nós mesmos).

A questão da peregrinação, que, como disse, é a proposta mais autêntica do caminho, me fez refletir bastante ao longo desses dias. Cruzamos com alguns caminhantes no percurso e não há como ficar indiferente a esses encontros. Caminhar tem uma beleza que lhe é própria, e que é difícil de explicar.

Pessoalmente sempre apreciei essa forma de percorrer distâncias, mas sempre a associei a lugares específicos (montanhas) e cenários inspiradores. Mas caminhar por um caminho por onde passam veículos motorizados e que atravessa cidades e localidades urbanas desconstrói esse modelo de ambientes idílicos. A questão, acho, é que na peregrinação a atenção está muito mais no próprio caminhar e no próprio caminhante do que na paisagem ou nos possíveis motivos externos.

Acho que de alguma forma saí dessa nossa viagem com uma visão um pouco modificada em relação ao conceito da peregrinação, em relação à que tinha antes de percorrer o caminho de bicicleta.

Há também a questão do modo adotado para percorrer o caminho, no sentido de ser com ou sem apoio externo, seja a pé ou de bicicleta. Certamente qualquer uma das formas tem o seu valor, mas é inegável que fazê-lo por conta própria, carregando os próprios pertences, confere um traço mais independente e arrojado. Seja de bicicleta ou a pé, o cuidado a ser tomado se for percorrer o caminho sem apoio, é levar apenas o mínimo necessário. Usar alforjes nas bikes, por exemplo, nem pensar. Não é percurso pra esse modelo de cicloturismo clássico.

Outro tema interessante quando se pensa em fazer um caminho como esse, é fazê-lo sozinho ou acompanhado. Novamente qualquer uma das formas tem suas virtudes e contexto. Mas fico pensando que sozinho, principalmente se for a pé, deve ser bem interessante. Ótima oportunidade pra conviver consigo mesmo por algum tempo.

Sobre a fé, acho que poderíamos dizer que o senso comum a entende como sendo a capacidade de crer sem necessidade de provas. E sobre isso fico pensando que, se por um lado pode ser considerado uma bela virtude, por outro poderia ser entendido como um tanto leviano. Há quem diga que a fé é assunto da esfera da emoção, e que as pessoas ou tem a dádiva de possuí-la ou não, ou seja, que não pode ser “construída”. Pessoalmente sempre achei que é um tema mais ligado ao departamento intelectual, que crer ou não crer está mais ligado a uma decisão ou escolha do que propriamente a uma habilidade inata.









Painel em azulejo na rua de uma das cidades





Seja como for, confesso que aprecio quem a tem (ou diz ter, o que talvez seja quase a mesma coisa...). Quando chegamos a Aparecida, num domingo à tarde, fizemos um rápido passeio pela Basílica de Nossa Senhora Aparecida, que estava, àquela hora, tomada por fiéis entoando cantos religiosos e orações sagradas. É um ambiente que inspira respeito e esse desejo inerente e longínquo do ser humano de querer se ligar a algo maior e além dele mesmo. Ao mesmo tempo, na minha visão, parece que tinha alguma coisa “desencaixada” naquilo tudo, como a cena de um bom filme que parece a realidade, mas ainda  assim é apenas um bom filme (como afinal, tudo que nos rodeia).

Questões metafísicas à parte, o fato é que foi uma bela experiência, que deixou, creio, uma semente para possíveis desdobramentos futuros... Peregrinar! Deixar o mundo de lado por um tempo e apenas andar. Vamos?





***   ***   ***




Ao nosso grupo deixo aqui meu mais sincero agradecimento e declaração de satisfação de ter convivido esses poucos dias com vocês. Boa conversa, boas energias, boas risadas, troca de experiências, respeito, ajuda, admiração – que mais poderia querer de companheiros de uma jornada como essa? Bora pensar na próxima!

Bom demais!






Andréa, Newton, Sípoli e eu







***   ***   ***



A seguir, conto um pouco mais dessa história através de algumas fotos do dia-a-dia da viagem:



1º dia
De Tambaú-SP a São Roque da Fartura-SP (casa da Cidinha)












Hora da partida, em Tambaú







Quilometragem regressiva no Caminho: 
faltando só 406 km para Aparecida








Quando a gente ama pedalar até as poças d'água do caminho fazem sentido... rsrsrs


























Só por aqui se pode saborear um autêntico refrigerante de maçã!... rsrsrs

















Chuvinha

















Vista da varanda da casa da Cidinha, onde pernoitamos









Comida caseira feita no fogão a lenha



2º dia
De São Roque da Fartura-SP (casa da Cidinha) a Andradas-MG














Partida no segundo dia, com a Cidinha e o Chico, nossos simpáticos anfitriões

















Bar em uma cidade do Caminho: tem de tudo





















































































































Igreja em Andradas-MG



3º dia
De Andradas-MG a Inconfidentes-MG












Cuidados básicos


























Paradinha pra tomar uma água

















Comidinha no fogão a lenha








Almoço








"Toda vez que eu viajava pela estrada de Ouro Fino,
de longe eu avistava a figura de um menino..."
Monumento em homenagem ao "menino da porteira"


























O capricho do crochê nas árvores em Inconfidentes-MG


















Manutenção de primeiro escalão... rsrsrs







4º dia
De Inconfidentes-MG a Consolação-MG


































































"Porteira do céu" - o nome não é à toa






























































Símbolos da fé, no interior da capelinha abaixo





















5º dia
De Consolação-MG a Brazópolis-MG 






























 O Aurélio, peregrino aí da foto, estava fazendo o caminho sozinho.
Havíamos jantado na mesma mesa, na noite anterior,
na pousada em que pernoitamos, 
ocasião em que nos contou um pouco da sua história de vida...
Nesse momento estava caminhando de sandália de borracha,
porque seu tênis havia arrebentado.
Simplicidade que emociona.


























 Comida caseira muito bem feita,
na casa de um habitante local,
em um dos vilarejos por que passamos

















 Pousada em que passamos a noite, próximo ao distrito de Luminosa








O Newton deu um trato nas bikes, que já estavam precisando


















Distrito de Luminosa-MG (visto pelo Mavic), 
aos pés da dura serra de mesmo nome 







6º dia
De Brazópolis-MG a Campos do Jordão-SP






























 A tão falada Serra da Luminosa












































 Pedra do Baú, próximo a Campos do Jordão








Pedra do Baú (by Mavic)



















7º dia
De Campos do Jordão-SP a Aparecida-SP





























O Marcelo estava fazendo parte do caminho correndo - 
3 dias, média de 60 km por dia, sozinho,
apenas com uma mochilinha de hidratação como bagagem.
Sempre dá pra ser mais arrojado!




































Por essas bandas só dá pra andar assim: 
preparado pra guerra!... rsrsrs








Coisas do interior: visitando o compadre pra uma prosa








 Chegada ao nosso destino: 
basílica de Aparecida








 Interior da basílica: clima de devoção








A imagem de Nossa Senhora Aparecida, dentro da basílica -
O poder catalisador da crença.


















No link abaixo um pequeno vídeo sobre nossa viagem:






***   ***   ***









Preto e Branco:







































Obs:

- O Newton e a Andréa estão guiando passeios de bike, caiaque e a pé em Guaraqueçaba e região, bem como no próprio "Caminho da Fé" (de bike). Super recomendado seus serviços e, sobretudo, companhia. No instagram: vivaguaraoutdoor

- Nosso amigo Sípoli aproveitou a viagem pra treinar para o Ironman Brasil, em maio próximo, bem como para o Celtman ("Extreme Scottish Triathlon"), do qual participará em junho. Serra da Luminosa não é nada perto disso! Boa sorte, garoto!

















"Um dia podemos descobrir que toda viagem é,
de algum modo, uma peregrinação em busca de um lugar
que é o coração do viajante.
Seu destino final é sua realidade interior,
mas faz parte do ritual a busca em lugares distantes,
onde seu coração sempre vai,
desejoso de um encontro que nem sempre acontece."

(Luiz Carlos Lisboa)










Gratidão





Força Sempre