Tiger 900 Rally Pro

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domingo, 28 de novembro de 2021

Viagem de moto de Curitiba a Santa Bárbara d'Oeste - SP, ida e volta, Triumph Tiger 900 Rally Pro, 23 e 24 de Novembro de 2021

 







Viagenzinha solo com a Tiger, de Curitiba a Santa Bárbara d'Oeste, no Estado de São Paulo, ida em um dia, volta no outro. No destino, fiz uma visita e pernoitei na casa do amigo e camarada de Infantaria Flammarion, a quem muito agradeço a gentileza de me receber, assim como a boa conversa e troca de ideias.



1º dia: Curitiba a Santa Bárbara d'Oeste





















Em certo momento, quando estava parado em um posto de serviços para abastecer, próximo à cidade de Registro-SP, um cara que estava com o carro estacionado ao lado puxou conversa, e no bate papo sugeriu que fizesse uma rota diferente do que havia previsto no caminho à frente, passando pelo Parque Estadual Carlos Botelho, que, segundo ele, era uma estrada bem agradável e mais interessante do que o percurso que havia planejado. Senti firmeza e boa intenção na sugestão e resolvi segui-la. De fato, foi um belo caminho, que vim a saber ser a chamada Serra da Macaca. Obrigado pela dica, caro desconhecido!


































































































2º dia: Santa Bárbara d'Oeste a Curitiba


Essas estradas de São Paulo (região de Campinas) são um espetáculo à parte

































Os amigos Jaime Flammarion e sua esposa Luciana
(crédito da foto: J. Flammarion)






Percurso realizado





Total percorrido na viagem, ida e volta: 1.059 km





Média de consumo na viagem: 19,6 km/l






A questão é que essas viagenzinhas realmente dão uma quebrada no ritmo da dança.

Quando a gente vê, o tempo é outro, a distância, pequena no mapa, é grande na estrada, o mundo está aí, com todas as cores, barulhos e arestas.

Há quem diga que invento essas histórias só pra sair de casa. Acho graça. Têm razão. Mas também não têm. Há tantas razões escondidas em nossos atos, que nem eu sei.

O fato é que faz calor nessas estradas, nesses dias bonitos de sol e céu azul de novembro. Sobretudo dentro dessas armaduras de pilotar - roupas pesadas, capacete, luvas. Mas nada em que não se possa dar um jeito.

Esse negócio de viajar de moto é meio encantador. Bem encaixado, dá pra esquecer do mundo e ir longe. Pensando na vida ou não pensando em nada, o que é ainda melhor.

Sim, nada extraordinário. Mas também nem tão trivial assim. 

E chegar na casa de um amigo e sentar pra tomar um café e bater um papo! Isso é um desses luxos quase revolucionários, nesses tempos malucos que vivemos. Oxalá pudesse fazer isso todos os dias! Quem sabe até fazer disso uma profissão!... "O que você faz? Eu converso com as pessoas."

"Mas você vai viajar isso tudo só pra dormir lá e voltar no dia seguinte?". Pois é, talvez não tenha mesmo muita lógica... 

O que quero da vida? E o que será que a vida quer de mim? 







"O verdadeiro ofício de cada um é apenas chegar até si mesmo.

Depois pode acabar poeta ou louco, profeta ou criminoso."

(Hermann Hesse)






Gratidão



Força Sempre





domingo, 21 de novembro de 2021

Viagem de moto de Curitiba a Erechim - RS, ida e volta, Triumph Tiger 900 Rally Pro, 9 e 10 de Novembro de 2021

 






Viagenzinha com a Tiger de Curitiba a Erechim, ida e volta, só pra dar uma voada... Rsrs

No destino pernoitei na casa do amigo (e sobrinho da Mari) Lucas Morandi, que junto de sua linda família me recebeu gentilmente, e a quem agradeço de coração a receptividade. Valeu, Lucas!

Bom demais, hein!

Vamos juntos?




















































































Total rodado, ida e volta: 1.041 km




Média de consumo: 19,3 km/l





Percurso realizado,
ida e volta pelo mesmo caminho,
estrada de mão simples, 
com muitos caminhões em alguns trechos e
conservação precária de forma geral.













Obs:

Estive pensando nessa viagem (e há algum tempo) sobre esse conceito de custo-benefício, em como essa ideia se aplica a tudo que fazemos e deixamos de fazer na nossa vida. Absolutamente tudo. Cada movimento, cada decisão, cada caminho que tomamos nos custa alguma coisa (energia de vida, tempo de vida, atenção, dedicação, riscos, desgaste, dinheiro) e nos traz, noves fora, algum benefício. 

Ao mesmo tempo que isso é óbvio, é aquele óbvio que muitas vezes não nos damos conta, na correria do dia-a-dia. 

E é uma constatação, se formos ver com bastante clareza, um tanto assustadora. Tanto fazer quanto não fazer nos custa. Tanto uma quanto outra opção nos traz consequências. Por isso, provavelmente, às vezes é tão difícil tomar decisões (em especial certas decisões mais impactantes), e também por isso, creio, é confortável viver numa rotina bem definida, fechada em si mesma, bem como é confortável não ter que lidar com muitas opções o tempo todo (e esse é um dos "problemas" desse nosso mundo moderno, que nos apresenta infinitas opções de todo tipo, em todas as áreas, constantemente). 

Aprender a lidar com esse redemoinho é um belo desafio, certamente. Como manter o equilíbrio e um nível sustentável e saudável de atividades e de vida interior, de família e de individualidade, de fazer e de não fazer?... 

O que você acha?








"Quando vejo uma pessoa que viaja sozinha,

que se diverte com as próprias palhaçadas

e se arruma para si mesma, penso:

essa entendeu o sentido da vida."

(retirado de uma dessas redes sociais)





[Sobre esse ditado, um breve comentário: é uma afirmação divertida, que nos parece fazer sentido à primeira vista, e com a qual devo confessar que concordo, digamos assim. Mas, por outro lado, o mesmo pode ser dito do outro lado dessa moeda (algo como: "é impossível ser feliz sozinho", ou "a felicidade só é completa se compartilhada"), e penso que ambas abordagens estão corretas, a seu modo. Na verdade, cada vez mais percebo e me convenço que na vida não há verdades absolutas, soluções definitivas, certos e errados. Há apenas soluções temporárias, circunstanciais, de acordo a cada contexto, a cada momento. Penso que a vida é uma tremenda corda bamba, na qual nos resta nos equilibrar a cada momento único, sem trégua. 






Gratidão



Força Sempre












domingo, 7 de novembro de 2021

Viagem de bicicleta "Curitiba - Garuva - Campo Alegre - Curitiba", 29 de Outubro a 1º de Novembro de 2021

 




Viagem de bicicleta

Curitiba – Garuva –Campo Alegre – Curitiba
403 km/ 3.685m de elevação em 4 dias

 

*em parceria com:
Cláudio Cararo
Nilson Augustinczyk e
Samuel Vieira Júnior

 

 

Fui convidado pra essa viagem pelos amigos Cláudio, Nilson e Samuel (companheiros da viagem de bike pela Cordilheira dos Andes em fevereiro do ano passado) meio em cima do laço, dois dias antes do dia previsto pra partida. No entanto, a ideia de fazer uma viagenzinha de bike pelas cidades próximas a Curitiba sempre está por aí, rondando nosso imaginário. Aproveitando pois essa predisposição, aceitei o chamamento, arrumei minhas coisas e me juntei ao grupo.

O nosso amigo Marcão havia marcado um pedal de 100 km no sábado, na região de Garuva, com amigos daquela cidade. A ideia, portanto, era unir o nosso roteiro a esse encontro em terras catarinenses. O plano era descer pra Garuva na sexta-feira, fazer o passeio por lá no sábado e no domingo iniciar o retorno pra casa, via Campo Alegre, subindo a Serra Dona Francisca.

Encontramo-nos pouco antes das seis da manhã da sexta-feira em um posto de serviços junto à BR 277, na saída de Curitiba. A partir de lá, descemos a Serra do Mar por essa rodovia, e depois pegamos a Estrada da Limeira, cerca de 80 km de estrada de terra até Garuva. Apenas na saída tivemos o privilégio de ver um pouco de um céu azul, logo depois e pelo resto do dia o que predominou, conforme a previsão, foi um céu nublado e carregado, com chuva firme nas duas últimas horas de pedal.

Chegamos ao nosso destino do dia por volta das 15 horas. Quase chegando ao hotelzinho em que ficaríamos, ouço um forte estalo na roda dianteira e logo em seguida percebo que a roda ficou toda desalinhada. Um raio havia se rompido. Menos mal que foi, digamos assim, no lugar e na hora certa. Dirigi-me a uma bicicletaria local, onde o mecânico rapidamente conseguiu consertar o raio quebrado, substituindo um parafuso de fixação.

Choveu praticamente a noite inteira. No dia seguinte, cedo, fomos ao encontro do grupo com quem pedalaríamos na região: nossos amigos Marcão e Manholer, vindos de Curitiba, mais três ciclistas locais, Helinton, Matheus e Ricardo.

Ao longo do dia fizemos o giro previsto de pouco mais de 100 km, seguindo até a aprazível Vila da Glória, e depois retornando pelo Ferry Boat que dá acesso às redondezas de Joinville, e de lá de volta a Garuva. Surpreendentemente conseguimos escapar quase totalmente da chuva que estava prevista, mas o tempo esteve bem úmido e, em certos momentos bem quente. Destaque para o farto e caprichado almoço à base de frutos do mar em um restaurante na Vila da Glória (difícil foi retomar o ritmo da pedalada depois) e para os diversos e pitorescos barzinhos em que paramos ao longo do trajeto, pra reidratar com água e outras bebidas mais específicas, ao gosto de cada um...

O lado bom do percurso foi a altimetria amigável, preponderantemente plana, e a paisagem bucólica na maior parte do trajeto. Por outro lado, nossos amigos locais estavam animados e imprimiram um ritmozinho mais intenso nos pedais, instigando-nos a acompanhá-los, o que também foi bem divertido, no final das contas.

O terceiro dia amanheceu com um céu ainda mais nublado que o dia anterior, dissipando, de início, qualquer esperança de melhora no tempo. Para esse dia havia uma ponta de intenção de fazer todo o trajeto até Curitiba (cerca de 160 km com bastante altimetria) numa tacada só, muito embora só o Claudio estivesse mesmo confiante nessa possibilidade. Portanto combinamos de ir tocando, fazer a Serra Dona Francisca e depois ver o que faríamos.

No começo da subida da Serra, por volta das dez horas, a chuva que estava se anunciando desde cedo veio com convicção. Assim, fizemos os 14 km de subida debaixo d’água e quase sem perceber, de temperatura decrescente. No final da ascenção, quando nos demos conta, estávamos gelados e totalmente molhados.

Fizemos uma rápida parada numa banquinha à beira da estrada pra tomar alguma coisa e tentar recuperar o controle da situação. O rapaz, dono da instalação, nos contou que no ano passado ele e um amigo foram até Porto Alegre de bicicleta, “levando tudo”, acampando. Interessante como ele contou isso com orgulho, e de certa forma, querendo dizer que esse negócio de ficar em hotel é uma pegada mais “light” e coisa e tal. Acho a maior graça desse tipo de comentário. Cada louco com a sua mania, e no final, nem os loucos se entendem.

Dali pra frente a chuva engrossou e o frio aumentou ainda mais. Nos ferramos de verde e amarelo, mas também nos divertimos, logicamente. Afinal, literalmente, quem tá na chuva é pra se molhar, não?

No entanto, esse aperto nas adversidades nos convenceu a tirar nosso time de campo ao chegarmos em Campo Alegre, deixando a próxima etapa para o dia seguinte. Assim, reservamos o restante da tarde pra descansar e espantar o frio que nos gelava os ossos, ainda que com fome, pois não havia nenhuma opção disponível de entrega de comida naquele horário na cidade. Mas o hotelzinho em que ficamos era bem ajeitadinho e foi um prazer curtir aquela tarde chuvosa de domingo vendo os pingos caírem do lado de fora das janelas.

Na segunda-feira, refeitos do pequeno perrengue do dia anterior, saímos com a disposição renovada e com a boa expectativa de chegar em casa ao final da jornada. O primeiro trecho, até Tijucas do Sul, foi bem bonito e bem duro em termos de altimetria, com muitos e intensos sobe e desce, praticamente sem trecho plano. O tempo melhorou. Chegou até a sair um solzinho e em alguns trechos

 faces de um céu azul, mas logo voltou a nublar e a cair pancadas de chuva isoladas.

Em Tijucas fizemos um lanche numa padaria local e tocamos o barco. O trecho seguinte foi mais tranquilo em termos de altimetria, seguindo por uma estradinha de terra paralela e bem próximo da BR 376, até chegar às imediações de Curitiba, quando não teve jeito de escapar do trânsito voraz e intenso da grande cidade, mas deu tudo certo. Mais um pouco e estávamos já perto de casa, quando nos separamos, cada um seguindo o seu caminho, encerrando assim nosso pequeno passeio.

Pouco depois, à noite, o Claudio ainda teve a paciência e gentileza de nos receber em sua casa para aí sim, comemorarmos a brincadeira e já começar a pensar nas próximas...

Há, nessas vivências, certas passagens impossíveis de serem registradas em fotos e difíceis mesmo de dizer em palavras, como aqueles meninos esperando o ônibus escolar num barzinho à beira da estrada, no meio do nada, com olhares inocentes e cheios de esperança; ou, por outro lado, um velho numa cadeira de rodas, pernas amputadas, em um outro bar, sozinho, fumando seu cigarro, observando a movimentação em volta; ou ainda duas velhas amigas sentadas à varanda de casa, às oito e meia da manhã, bebendo cerveja e brindando à nossa passagem; ou aquele casal de idosos, também sentados na frente de sua casa, com um jardim muito bem cuidado, numa manhã chuvosa de domingo, com olhar perdido ao longe; ou o jovem solitário em sua mountain bike, bem equipado e disposto, sumindo numa estradinha próxima, saindo para o seu treino diário; cenas aleatórias e fugazes, cheias de significado, de histórias e de vida. Pessoas, cada uma no seu mundo, na sua realidade, na sua possibilidade, na sua “loucura”, no seu roteiro de vida, unidas casualmente num mesmo espaço e tempo, mas tão distantes e diferentes como galáxias espalhadas num céu infinito. No final das contas, é tudo um grande grande labirinto.

Estive pensando que viagens assim não devem (e não podem) ser analisadas, por quem as viveu, de uma forma óbvia. Essas coisas valem mesmo, afinal, muito mais pela ideia e pela curtição do que pelo “resultado” que delas advém. Se choveu ou fez sol, frio ou calor, se teve ou não muita subida, se houve pane mecânica, que importa? Quem se importa? Vale mais a vivência ou as lembranças? Questão complexa... E provavelmente pouco importante. Vale o que vale. Quem fez sabe.

Vamos juntos?





1º dia, 29 Out, sexta-feira

Curitiba a Garuva, 120 km, 800m de ganho de elevação

























































































































2º dia, 30 Out, sábado

Garuva - Vila da Glória - Garuva, 109 km, 350m de ganho de elevação






 

















































































3º dia, 31 Out, domingo

Garuva a Campo Alegre, 68 km, 1.380m de ganho de elevação











































4º dia, 1º Nov, segunda-feira

Campo Alegre a Curitiba, 105km, 1.155m de ganho de elevação
















































Meu muito obrigado aos companheiros de caminho, Cláudio, Nilson e Samuel, pela parceria e aprendizado. Sempre em frente! Boa, time!

Agradecimento também ao amigo Marcão por ter organizado o pedal em Garuva e pelo entusiasmo de sempre, bem como aos amigos de Garuva, Helinton, Matheus e Ricardo, por ter nos recebido e nos guiado pelo percurso previsto.






"O horizonte está nos olhos e não na realidade."

(Angel Ganivet)





Gratidão



Força Sempre