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domingo, 16 de agosto de 2015

Trekking ao Monte Roraima – fronteira Brasil/ Venezuela - Fev 1998







     No feriado do carnaval de 1998 Mari e eu (ainda namorados) saímos pra fazer o famoso (e belo) trekking do Monte Roraima.

     O local é uma imensa formação rochosa que fica na fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana, mas o acesso só é possível por território venezuelano (do lado brasileiro o terreno é coberto por quilômetros e quilômetros de mata fechada). 

     Fomos de carro de Boa Vista para Santa Helena de Uairen, cidadezinha venezuelana na fronteira com o Brasil. Lá pegamos um jipe Toyota Bandeirante que nos levou a uma aldeia indígena distante cerca de 80 km (cujos quilômetros finais só eram mesmo transitáveis por um 4x4), ponto inicial da trilha que leva ao Monte Roraima.

     Na aldeia contratamos os serviços de um guia local (o que era obrigatório para ter acesso ao Parque em que se localiza o Monte), um índio da aldeia, que nos acompanhou durante os cinco dias de trekking. 

     Interessante que eu e Mari levávamos aquela enorme mochila com todos os itens que achamos necessários numa situação dessa (barraca, saco de dormir, fogareiro, comida, etc.), e o indiozinho (um rapaz de seus 16 ou 17 anos de idade) apenas uma pequena mochila com quase nada dentro. Nem mesmo comida parecia que ele levava, mas se virou bem com o pouco que tinha. Precisar de pouco pra viver, como se sabe (?), é o maior dos luxos.

     Foram dois dias de caminhada (sob forte calor) até o topo, sendo o primeiro relativamente fácil (longo, mas plano), e o segundo mais puxado (devido à acentuada subida da encosta da montanha). Passamos o terceiro dia caminhando lá em cima, apreciando as formações rochosas, o silêncio, o frio e aquela sensação ímpar de se sentir em outro mundo. O retorno ao ponto inicial foi realizado em mais dois dias, pelo mesmo caminho da ida.

     O Monte Roraima realmente é de uma beleza diferente e enigmática. Não é à toa que conquistou a fama que tem de lugar incrivelmente bonito. Chegar lá é um tanto duro, mas estar lá é um verdadeiro deleite para os olhos e para a alma. 








































































A (extinta) revista "Caminhos da Terra" publicou, na sua edição Nr 77, de Setembro de 1998, uma foto dessa nossa viagem, na seção " O leitor é o autor". Na manhã do terceiro dia tivemos a sorte de vivenciar uma imagem absolutamente espetacular: um verdadeiro mar de nuvens a perder de vista, embaixo da gente (!), só com o Monte Roraima se destacando por cima, como se fosse a proa de um gigantesco navio navegando num mundo surreal. Dessas cenas que nos deixam extasiados.







... Nada como estar enamorado [risos].




(escrito em Março de 2016)





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