De Bom Jardim da
Serra a Gramado de bicicleta
Uma viagem de quatro amigos por trezentos quilômetros, em
quatro dias,
pela região mais fria
do Brasil, na época mais fria do ano.
Há alguns meses, sentados à mesa
de um barzinho ali mesmo nas imediações de Bom Jardim da Serra, ocasião em que
subimos a Serra do Rio do Rastro pedalando, comentei despretensiosamente sobre
um tal caminho de terra que ligava as cidades de Bom Jardim e Gramado, através
do belo interior das famosas Serras Catarinense e Gaúcha. Por algum motivo
misterioso que nunca seremos capazes de entender completamente, a ideia vingou
(bem, a rigor, a maior parte da “culpa” por isso talvez seja do Max), e agora
estávamos ali (no dia 4 de Julho de 2015), no alpendre da pousada em Bom
Jardim, fazendo os últimos ajustes nas bicicletas pra partir para a tal viagem.
Afortunadamente, dessa vez sob
um céu maravilhosamente azul. Estávamos animados feito crianças. Nem o frio de
três graus (marcado no termômetro de mercúrio pendurado na pilastra do
alpendre) foi capaz de nos meter medo.
Depois de muitos convites
lançados ao círculo de amigos, muitas dúvidas a respeito do planejamento e
alguns contratempos, ali estávamos os quatro remanescentes: Alex, quarenta e
três anos, alegremente montado numa mountain bike Niner de quadro de carbono,
baiano de Salvador, vindo da terra de Dorival Caymmi especialmente para a
ocasião; Guilherme Gardelin, quarenta e sete, estreando sua Specialized
Diverge, representando o nobre estado de São Paulo; Max, curitibano convicto, quarenta
e seis, pilotando a bela Santa Cruz Stigmata cor laranja, bike híbrida que
seria testada em toda sua capacidade na brincadeira que estava por vir; e eu,
quase quarenta e sete, com a minha fiel Stumpjumper pronta pra festa.
Dessa vez montamos um esquema
que nos permitiria aproveitar nossas bikes livres de bagageiro e tralha e ainda
desfrutar da tranquilidade de dispor de uma boa diversidade de itens de
vestuário (essencial numa região de clima instável e intenso como essa) –
seríamos acompanhados por um carro de apoio, a Van do Max, que seria dirigida
pelo quinto membro da equipe, o Seu Vitorli, que também era o dono da pousada
em que montamos nosso QG em Bom Jardim. Além de tudo, a postura tranquila e
serena do Seu Vitorli se encaixou quase como uma figura paterna levando quatro
moleques pra passear de bicicleta.
Saímos já meio tarde, às onze e
meia da manhã, por conta de algumas turbulências de última hora (os artífices
do esquecimento elegeram o Max pra esquecer nada menos que sua mala inteira em
Curitiba, o que demandou uma manobra logística que consumiu alguns quilômetros
de estrada na madrugada e algumas horas de atraso no nosso planejamento
inicial). O objetivo do dia era um tanto ousado: pretendíamos pedalar cerca de
100 km até São José dos Ausentes, local do nosso primeiro pernoite.
Da pousada até a cidadezinha de
Bom Jardim propriamente dita foi um trecho rápido e fácil, seguindo pelo
asfalto da SC 390. Logo em seguida, seguindo a direção indicada nas placas como
“Rota dos Cânions”, fomos presenteados com uma serrinha, ainda asfaltada, que
serviu pra espantar de vez o frio e nos chamar de volta à realidade – a
brincadeira seria divertida, mas não fácil.
Pouco depois o asfalto acabou e entramos na estrada de terra (na verdade, terra e pedra). O cenário não poderia ser mais bucólico e encantador. Céu azul, vento frio, o barulhinho dos pneus na terra e a cabeça nas nuvens.
Chegamos então a um ponto em que
havia uma bifurcação, na qual o caminho da esquerda levava a uma região mais
isolada e, segundo informações, mais bonita. Mas a estrada por ali seria muito
mais acidentada e com trechos de difícil passagem para veículos normais, o que
recomendava que não metêssemos a Van naquela enrascada. Decidimos então que seguiríamos
pelo caminho mais cênico sozinhos, e a Van nos encontraria cerca de 30 km
depois, quando os dois caminhos voltariam a se encontrar.
A etapa que se seguiu realmente
valeu o dia. Passamos por regiões belíssimas e completamente isoladas de
qualquer movimento. Não encontramos rigorosamente ninguém pelo caminho. Morros,
araucárias, rios cristalinos, pássaros voando em sincronia e um traçado
cinematográfico da estradinha nos transportaram para um mundo de sonhos. Esquecemo-nos
do tempo, da distância, da vida... Mas junto com esse cenário idílico havia
incontáveis subidas íngremes e nem sempre curtas, que foram exigindo esforço
físico crescente e nos impondo uma velocidade média decrescente. Quando
voltamos a encontrar a Van com o Seu Vitorli já preocupado com os seus meninos
que não apareciam, demos uma olhada no relógio e levamos um susto, pois já era
quatro e meia da tarde e havíamos percorrido, no total, pouco mais de cinquenta
quilômetros.
O Alex e o Gardelin acharam melhor encerrar os trabalhos do dia por ali mesmo.
O Max
e eu decidimos ir tocando até o final da luz do dia, que não tardaria a chegar.
De volta então à estrada principal, a pedalada rendeu bem, embalada pelo vento
a favor e pelo frio contra. Às seis horas em ponto chegávamos a um povoado
chamado Silveira, já quase completamente escuro e sem sentir as pontas dos
dedos devido ao frio intenso, resolvemos tirar nosso time de campo. Embarcamos
na Van e nos dirigimos ao nosso destino do dia, uma pousada nas imediações da
cidade de São José dos Ausentes, cerca de trinta quilômetros à frente.
Banho quente, comida caseira bem
feita e um ambiente acolhedor repuseram nosso ânimo rapidamente. Dormimos como
crianças, embalados pelas belas lembranças visuais do dia e pela expectativa do
que estaria por vir pela frente.
Refeitos do impacto do primeiro
dia, acordamos sob um céu cinzento e um tempo muito frio. Resolvemos voltar ao
ponto em que havíamos encerrado a pedalada no dia anterior, apesar de que o
caminho nos traria de volta ao local onde nos encontrávamos. Mas a proposta era
fazer o percurso todo entre Bom Jardim e Gramado pedalando, então honramos
nosso compromisso e retornamos, de Van, ao povoado de Silveira, onde
reiniciamos a viagem.
Mais adaptados ao contexto, voltamos
aos pedais com força total, apesar do frio um tanto assustador naquela deserta
manhã de domingo num povoadozinho no meio da Serra Gaúcha. O trecho rendeu bem.
A estrada seguia com muitas pedras e constantes subidas e descidas, mas o
visual ao redor compensava o esforço exigido. E o tempo foi abrindo aos poucos,
alimentando nosso ânimo, sempre um pouco atrelado às condições ambientais
disponíveis.
Por volta do meio dia passamos
de volta na pousada em que havíamos pernoitado, e lembramo-nos que nos faltou a
perspicácia pra combinar o almoço (que estava incluído na diária) para esse
momento... Seguimos então sem almoço mesmo, alimentados pelo estímulo de vencer
cada subida, de descobrir a paisagem depois de cada curva, de saber o que viria
depois de cada trecho.
O Alex estava enfrentando
problemas com o pneu dianteiro da sua bike, que insistia em esvaziar
repetidamente, apesar de estar equipado com um líquido anti-furo que era pra
sanar esses problemas automaticamente. Paramos num posto em São José dos Ausentes
pra resolver de vez o problema, e concluiu-se, após muito pensar, que o tal
líquido havia perdido sua eficácia devido ao frio intenso, já que quando o pneu
foi desmontado já quase não havia o tal selante no seu interior. Reverteu-se
para a velha e boa câmara de ar e seguimos o baile.
Após uma longa subida alcançamos
novamente o asfalto, alguns quilômetros antes de chegar a Cambará do Sul, nosso
destino naquele dia. Então combinaram-se alguns fatores que fizeram desse
trecho uma delícia de pedalar: a sensação de estar chegando, uma calma tarde
ensolarada (e fria) de domingo, vento a favor, estrada boa e sem movimento.
Quase inacreditável.
Chegamos a Cambará do Sul
embriagados de satisfação, mas varados de fome. Paramos na primeira padaria que
vimos e nos vingamos com uma rodada de pães de queijo, folheados, bolos e
outros itens afins que estavam lá só nos esperando para aquele momento sublime.
Recolhemo-nos então ao nosso hotel e fomos curtir nossa dor nas pernas com
calma.
O dia seguinte amanheceu de
forma verdadeiramente espetacular. À frente do hotel havia um lago, ao longo do
qual uma fileira de montanhas emoldurava o horizonte. O sol nasceu por trás
desse cenário digno de capa de revista, brindado por um céu absolutamente limpo
e colorido pelas belas cores da aurora. Tudo isso envolvido por um silêncio
emocionante, sem resquícios de barulho de carros ou civilização por perto.
Após um belo café da manhã,
alinhamo-nos à frente da Igreja Matriz para a partida. O dia estava tão bonito
que quase não nos lembrávamos de que, apesar de tudo, tínhamos que fazer força
(física) pra seguir com nossa brincadeira. O trecho seguinte novamente nos
exigiu dispensar a Van, em função das condições difíceis da estrada (na
verdade, descobriríamos que as condições eram mesmo impossíveis para qualquer
veículo). Combinamos de nos encontrar num ponto à frente e seguimos
independentes.
O caminho foi enveredando por
regiões cada vez mais isoladas e bucólicas. Em determinado momento vimo-nos
passando por dentro do curral de uma fazenda abandonada, e só não tivemos
dúvidas quanto ao caminho porque as distâncias e indicações do nosso guia
conferiam exatamente com o terreno.
Mais
à frente chegamos a um rio que o guia indicava como uma travessia de oitenta
metros por dentro do curso d’água. Era um belo cenário. Verificamos que, apesar
da extensão, era bem raso, e que talvez fosse possível passar pedalando. Ou
não... O Max tomou a frente e resolveu não arriscar. Catou a Stigmata no colo,
tirou as sapatilhas, arregaçou as calças e lançou-se à travessia em calmos e
cautelosos passos. Eu resolvi arriscar uma travessia embarcado, que quase deu
certo, mas já perto do final um buraco escondido me fez perder o equilíbrio e
ter que usar meus superpoderes malabarísticos pra cair de pé, apenas molhando
os pés. O próximo foi o Alex, que também decidiu tentar atravessar pedalando.
Estava indo muito bem, já comemorando a façanha, quando a três metros do final
leva um belo tombo, pra alegria da galera em volta, que não sabia se se
preocupava com ele ou se morria de rir da divertida situação. O Gardelin também
tentou seguir montado na montaria, mas foi ejetado logo no começo e prosseguiu
ao passo, conformado como todos os demais.
A
brincadeira rendeu boas fotos e muitas risadas. Prosseguimos pelo caminho que,
a essa altura, era quase um single track,
até encontrar, pouco mais à frente, outra travessia de rio, dessa vez com o
dobro da distância e com uma correnteza que não estimulava risadas prévias.
Dessa vez não havia como arriscar, pegamos todos nossas bikes ao braço e
atravessamos sem estripulias.
Chegamos
à outra margem dentro de um camping com algumas barracas montadas, cadeiras em
volta, coisas sobre as mesas, mas absolutamente ninguém. Chegou a dar uma
sensação de suspense. O nosso guia explicava que o espaço só funcionava no
verão, mas mesmo assim era um tanto esquisito o cenário.
Prosseguimos
por caminhos desertos de gente até encontrar, alguns quilômetros e subidas à
frente, uma estrada asfaltada que nos levou, em alguns quilômetros mais, ao
nosso ponto de encontro com a Van e o seu Vitorli. Aproveitamos uma lanchonete
próxima pra fazer um rápido lanche e espantar a fome que já começava a
fustigar, e retornamos aos pedais.
A
estrada de terra que se seguiu começou bem, lisinha e sem muitas pedras, mas
depois foi se deteriorando e exigindo cada vez mais das bikes e dos
“mosqueteiros”. Para as mountain bikes minha e do Alex não havia problemas. Pra
essas máquinas não existe terreno ruim. Mas o Max e o Gardelin, por estarem
usando bicicletas híbridas (na verdade, bem mais on do que off road),
sentiam mais as imperfeições da estrada e tinham que tomar mais cuidado com
pedras, buracos e outros obstáculos.
Chegamos
a São Francisco de Paula no meio da tarde, satisfeitos com o progresso do dia,
mas já um tanto preocupados com a cara do tempo, que mudou visivelmente desde o
começo da manhã, trazendo um céu encoberto e vento típico de chuva. Achamos
nossa pousada e fomos descansar nossas canelas, porque ainda tinha chão pela
frente.
O
quarto e último dia da viagem amanheceu de acordo com as previsões climáticas:
cinzento, chuvoso e muito frio. Dia típico pra ficar dentro de casa, debaixo do
cobertor, lendo um bom livro de aventura e bebericando um chocolate quente. “Só
que não”, como se diz na gíria popular. Não seria uma chuvinha e um friozinho
que iriam nos parar agora... Equipamo-nos para o dilúvio e nos lançamos à
estrada.
Já
de cara, seguindo a planilha do nosso guia, metemo-nos numa trilhazinha muito
suspeita, ainda dentro da cidade, através de uma região de casas não muito
acolhedoras, digamos assim... Fizemos meia volta e retornamos à estrada
principal. Um pouco mais à frente outra dúvida: a planilha mandava seguir por
outra trilha que, nos primeiros metros, nos fez parar pra pensar “onde estamos
nos metendo?”. Retornamos novamente e pedimos informações numa pousada próxima.
“É por ali mesmo!” – disse o camarada que nos atendeu. Porém suspeitamos (sábia
intuição) que seria melhor a Van não nos acompanhar. Assim, novamente
combinamos com o Seu Vitorli de nos esperar direto em Gramado (via asfalto),
aonde pretendíamos chegar em breve.
Nesse
momento também o Gardelin, certamente avisado por seus anjos da guarda,
resolveu fazer companhia ao Seu Vitorli pelo asfalto, ressabiado que estava de
colocar a Diverge com os seus pneus finos nas estradinhas de terra enlameadas
que certamente haveria pelo caminho. Dessa forma, o Max, o Alex e eu
embrenhamo-nos trilha abaixo, a os outros dois foram pela estrada de asfalto.
Nos
primeiros metros da tal trilha vimos que o mar não estava pra peixe. O que
estava ruim, piorou. Passamos a navegar sobre um chão de pedras soltas, grandes
e escorregadias morro abaixo, numa inclinação que não nos permitia grandes
controles da situação. O Alex e eu até que íamos nos defendendo mais ou menos
bem, mas o Max vinha com uma cara nada contente trazendo sua Stigmata na ponta
dos dedos no meio daquele pedregal.
Passamos
um sufoco. Levamos quase vinte minutos pra descer cerca de 2400 metros, ora
quicando sobre as pedras, ora parando pra tentar entender como ainda não
havíamos levado um tombaço. E existem quedas e quedas. Cair sobre aquelas
pedras poderia ter consequências imprevisíveis e certamente indesejáveis.
Melhor nem pensar!
Passado
o perrengue, seguimos por estradinhas de terra, que, àquela altura, já eram de
lama, por uma região bem bonita, mas completamente envolta em espessa neblina.
Ademais não havia vivalma ao redor, o que só aumentava o clima de suspense e de
ligeira tensão no ambiente.
Num
certo trecho descemos tanto e de forma tão íngreme, sobre um piso tão
escorregadio, que ficamos pensando que estaríamos definitivamente ferrados se
aquela estradinha resolvesse subir o mesmo tanto e da mesma forma do outro lado
do vale em que estávamos.
Passado
o rio principal do tal vale, começou a subida, mas felizmente não foi tão
assustador como temíamos. Apenas o frio e a neblina estavam cada vez mais
agressivos, fazendo com que não pensássemos em parar de pedalar, sob a pena de
começar a tremer e se sentir no meio de uma Transilvânia... Se um Drácula
surgisse do meio do nada na nossa frente não estranharíamos tanto, porque o
ambiente todo conspirava pra isso.
Fomos
tocando bem devagar, em função das condições realmente difíceis do solo, até
que percebemos, pela planilha, que estávamos quase chegando à área urbana de
Gramado, muito embora continuássemos no meio do nada, sem ver ninguém em volta.
Faltavam uns quatro quilômetros para chegar ao centro da cidade quando de repente,
ao fazer uma curva, damos de cara com uma subida absolutamente impressionante:
inclinadíssima, envolta na neblina, e, portanto, “infinita”.
Quase
tive um acesso de riso, tão extrema era a situação. Além de tudo, já estávamos
mais do que desgastados – cansados, com fome, com frio e emocionalmente já meio
abalados. O bom da situação é que não havia dúvida do que fazer. Restava apenas
reunir o resto das forças e pedalar morro acima. E foi uma subidinha memorável!
Não acabava mais aquele negócio. A inclinação era tanta que, em determinado
momento me vi obrigado a recorrer ao último dos recursos, fazer zig-zag pra
tentar driblar a parede. Chuva caindo, frio pra caramba, o coração batendo a
mil, as pernas queimando, o pulmão não sabendo mais o que fazer pra mandar
oxigênio pra dentro... Pensando bem, foi um dos trechos mais divertidos da
viagem! O extremo prazer de se sentir no limite, de se sentir mais vivo do que
em qualquer outra situação, puro êxtase!
Ao
final da subida, de eternos 1400 metros e (medimos depois) até incríveis 30% de
inclinação, estávamos dentro da cidade. Aí foi só achar o seu Vitorli e o
Gardelin no local combinado, alivia-los da tensão da espera, rir muito do
absurdo da situação e procurar um hotel pra nos tirar de vez da condição de
quase emergência com relação ao frio em que nos encontrávamos.
O
banho quente que veio em seguida foi como um uma mão amiga a puxar-nos do
abismo no qual estávamos caindo... Divino!
Comemoramos
mais tarde com um rodízio de sopas e massas num restaurante local, no qual os
garçons devem ter se arrependido de nos permitir entrar.
Ao
final das contas, vemos que passamos por situações genuínas de expectativa,
realização, ansiedade, cansaço, superação, frio, amizade, dúvida, diversão e
até medo, e não podemos deixar de reconhecer que esses são alguns dos
ingredientes que tornam as brincadeiras realmente “divertidas”... Oxalá
possamos ficar (mais) velhinhos e continuar nos divertindo como fizemos nesses
dias.
Um brinde ao impulso de sair da rotina de vez em quando!
P.S:
Em janeiro de 2016 a revista especializada em ciclismo "VO2 bike" publicou, em sua "edição Nr 113 - Janeiro/ Fevereiro 2016" uma reportagem sobre nossa viagem, escrita pelo nosso amigo Maximilian Leisner, mostrada nas imagens abaixo: