Quando se vê, a gente tá
envolvido em um monte de pequenos compromissos, tarefas, necessidades exigindo
atenção de todos os lados... Pra colocar esse quadro em uma “perspectiva
compensada”, programei, nesse dia, uma voltinha de moto.
Saí de casa de manhã cedo com a
GS, via BR 101, na direção sul. Fui até o conhecido e aprazível Forte Marechal
Luz, espécie de hotel de trânsito do Exército, situado à beira mar, no
município de São Francisco do Sul-SC, 186 km distante.
Lá chegando, desequipei a pesada
roupa de pilotar, capacete, bota, vesti um short, um par de tênis e parti para
uma corridinha na praia. Santo cenário! Ninguém na área, a hipnotizante
sonoplastia das ondas quebrando sem cessar ali do lado, um céu amplo, a areia
estendendo-se ao longe. Quase esqueci do tempo, da distância, da vida, e corri
pelo simples prazer de correr!
De volta ao Forte, banho de mar, um gole d’água, alongamento, um tempo pra pensar em nada, música, off...
No começo da tarde subi o morro
que dá acesso aos canhões do antigo forte de artilharia que guarnecia aquela
posição e fiz um voozinho com o Mavic, apreciando a vista de cima daquele belo
local.
Pouco depois retornei à
estrada, no rumo de casa, incrivelmente integrado à dinâmica da GS, curtindo o
ronco grave do motor boxer funcionando suavemente entre as pernas, animado pela
energia boa das últimas horas, num estado meio “unplugged”.
Passei uns apertos com o tráfego
pesada em certos trechos da estrada, é verdade, mas tudo bem. Cheguei em casa
no começo da noite, sem me lembrar direito do monte de coisinhas que tinha pra
fazer... Objetivo atingido.
Nessas poucas horas “fora do
contexto”, percebi, claro como água límpida, como é bom fazer alguma coisa sem
compromisso algum com ninguém, nem com nada. Como é bom, por alguns momentos
que seja, sentir-se indivíduo, sozinho, sem ter que coordenar nada, sem
precisar falar nada. Numa época que supervaloriza as ações coletivas e o
utilitarismo, agir sob outros princípios é especialmente gratificante.
Bom demais!
Gratidão
Força Sempre
"Seria muito pouco viver no presente,
que é apenas um ponto em fuga indefinida.
Ouvistes dizer que a vida é curta.
Não imaginais até que ponto ela curta.
Para dar-lhe uma humana e bela proporção,
devemos prolongá-la no passado e no futuro.
No passado, pelo estudo; no futuro, pelo pressentimento e o sonho.
Sim, o sonho! Sim, a quimera! Sim, a ilusão!
Sem os sonhos, sem as quimeras, sem as ilusões,
a vida não tem sentido e não oferece interesse.
A utopia é o princípio de todo progresso.
Sem as utopias de outrora,
os homens viveriam ainda miseráveis e nus nas cavernas.
Foram os utopistas que traçaram as linhas das primeiras cidades...
Dos sonhos generosos, nascem as realidades benéficas."
(Anatole France, Aos Estudantes)
Obs:
- Todas as fotos: arquivo pessoal
Mais um belo passeio. Parabéns meu irmão. Com certeza o quadro da sua vida está ficando cada dia mais colorido.
ResponderExcluirSeu irmão Gilson.
Valeu, Gilson.
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