Neste final de semana fui
participar da etapa da Copa Troller de rally de regularidade em Jaraguá do
Sul-SC.
“A Copa Troller é um dos
principais rallies de regularidade do país. Seu objetivo é aliar emoção,
competição e diversão em uma prova única.
A principal característica do
evento é fazer os participantes seguirem uma planilha com tempos e médias de
velocidades controladas (de acordo com o nível de cada categoria). O campeonato
é regulamentado pela CBA – Confederação Brasileira de Automobilismo. Este ano a
Copa Troller completa 15 anos!” [transcrito do site Troller]
Para a função de navegador
convidei o Adriano, marido da Celina, sobrinha da Mari, que mora naquela
cidade.
A Mari me acompanhou na
empreitada, a fim de aproveitar a oportunidade pra dar um passeio.
Saímos de casa na sexta feira à
tarde, debaixo de chuva e de previsão de muita chuva no final de semana na
região da prova. Chegamos ao hotel sede do evento no começo da noite, depois de
uma navegação um tanto incerta por estradinhas de terra, guiados pelo GPS do
celular.
Participamos da aula de navegação,
depois fizemos a confirmação da inscrição, adesivagem do carro, briefing da
prova, rápido lanche e cama. E dá-lhe chuva lá fora!! Comecei a ficar
preocupado se os pneus All Terrain dariam
conta de segurar o carrinho nas lamas do caminho do dia seguinte (e de tira-lo
de algum eventual atoleiro). Mas como “preocupar-se” não é ação tática, como
bem ensina a doutrina militar, dormi na paz.
O sábado amanheceu cinzento e
chuvoso como no dia anterior. Fizemos os últimos ajustes (acerto da calibragem
dos pneus para 24 libras) e partimos para o local da largada. Lá encontramos o
Adriano, animado com a oportunidade de participar da prova. Decidimos de última
hora chamar também a Celina para ir de “zequinha” junto com a Mari.
Eu e o Adriano, meu navegador
Local da largada
Havia cerca de 55 carros inscritos
(fora os participantes do passeio guiado), distribuídos em quatro categorias.
Participamos da categoria “expedition”,
equivalente a “iniciante”. A questão principal em um rally de regularidade como
esse é, inicialmente, cumprir o roteiro previsto na planilha, ou seja,
orientar-se a fim de não se perder. Em segundo lugar cumprir as médias horárias
previstas, passando pelos pontos de controle o mais próximo possível da hora
marcada. Para isso os mais experientes e competitivos usam sofisticados
equipamentos de controle e aferição, levando a precisão dessas passagens à casa
dos décimos de segundo. Na categoria de que participamos não era permitido o
uso de equipamento de navegação dedicado, mas de aplicativos de navegação sim.
Entretanto, como o Adriano não conhecia o uso desses aplicativos, optamos por
usar apenas o odômetro original do carro e um cronômetro simples.
Pórtico de largada
A primeira hora foi um
deslocamento por asfalto até a cidade vizinha de São Bento do Sul, onde começou
a parte boa da brincadeira, as estradinhas de terra.
Etapa "neutralizada" após o trecho de asfalto
Logo em seguida passamos
pelo autódromo off road da cidade,
onde demos algumas voltas com trechos bem instigantes, porém nos desorientamos
e seguimos alguns minutos meio às cegas, tentando achar uma referência na
planilha que nos devolvesse ao roteiro previsto. Conseguimos nos reorientar e
retornar à planilha usando algumas táticas de “seguir aquele carro ali” e um
pouco de sorte.
A chuva ficou oscilando entre
forte, média e fraca, mas esteve presente quase o tempo todo. O lado bom era
que as estradinhas de terra estavam do jeito que jipeiro gosta, com muita lama.
Passamos por lugares muito bonitos, outros com trilhas bem apertadas e
escorregadias, fazendo as meninas no banco de trás se contorcerem pra se
segurar, entre exclamações de “ai meu deus!” e “segura esse negócio aí!”.
Ao todo foram cinco horas de
prova (134 km). Na última hora as “passageiras” do banco de trás já estavam demonstrando
sinais de cansaço, mas isso faz parte da brincadeira.
No final deu tudo certo. Chegamos
sãos, salvos e satisfeitos à chegada, ainda que sem expectativa de obter um bom
resultado, em função dos pequenos erros cometidos e da falta do tal aplicativo pra
controlar melhor as médias. Mas como passeio, que era, a rigor, o nosso
objetivo, valeu demais.
A equipe
Local da chegada
O Troller, colocado no seu habitat, se comportou com a maestria
esperada. É difícil explicar pra quem não conhece qual é a “graça” desse
carro... É verdade que tem uma série de limitações e algumas deficiências, mas
visto sob a ótica de um equipamento pra encarar qualquer terreno e passar com
eficiência, ele é fantástico! É um prazer sentir a rusticidade da estrutura, o
vigor do motor diesel, a simplicidade da cabine e dos acabamentos (que dispensam
maiores preocupações com barro, água e outras sensibilidades desse tipo). O
carrinho é “pau pra toda obra’. Como diz aquele ditado: “pra quem não conhece
nenhuma explicação é possível. Pra quem conhece, nenhuma é necessária”.
Há que se destacar ainda a organização primorosa do evento, desde as medidas pré-prova, passando pela escolha do roteiro, preparação da planilha, orientações aos participantes, e culminando com o almoço pós-evento e o clima de alegria e descontração. Muito bacana o formato adotado.
Esse é o verdadeiro espírito
desses “brinquedos” – proporcionar prazer e diversão.
A seguir, algumas fotos de outros carros (e outras categorias) na prova (crédito dessas fotos: organização do evento):
Gratidão
Força Sempre
"De que serviria ao homem acumular montanhas de trigo,
carvão, petróleo e todos os metais
se tivesse a infelicidade de perder o gosto pela ação,
isto é, o desejo de se tornar cada vez mais homem?"
(Pierre Teilhard de Chardin)
Obs: Todas as fotos: arquivo pessoal.
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