Puro prazer de pilotar
Curitiba - Registro/SP - Curitiba
Curitiba - Registro/SP - Curitiba
Fico imaginando nossos
ancestrais, há muitos milhares de anos, dando uma escapada de suas
aldeias de vez em quando, montados em seus cavalos, em busca de horizontes e
ares diferentes, pra espairecer um pouco a cabeça...
De certa forma, foi seguindo
mais ou menos o mesmo impulso que neste sábado montei no meu cavalo mecânico e
me pus na estrada.
Saí de casa no meio da manhã
e fui até a cidade de Registro, no estado de São Paulo, pela BR 116 (Rodovia
Régis Bitencourt). Fiz uma parada sem pressa num posto da região, comi alguma
coisa e retornei pra casa na sequência. No total, 410 km rodados.
Estive avaliando que pilotar
a GS em estradas de asfalto secundárias e tortuosas (como, por exemplo, a BR
373, que passa por Apiaí-SP), é bastante divertido, assim como as eventuais
estradinhas de terra dos nossos muitos ambientes rurais, mas acelerá-la em
trechos de estrada como esses 200 km entre Curitiba e Registro é realmente
extasiante. Me arriscaria a dizer que é o tipo de estrada perfeito pra explorar as mais admiráveis habilidades desse tipo de moto.
Sentir o ronco grave do
motor boxer cantando em altas rotações nas retomadas de velocidade, as gostosas
reduções de marcha pra entrar nas curvas um pouco mais na mão ou o giro suave
da velocidade cruzeiro nas retas representam efetivamente o puro prazer de
pilotar.
Dar uma saída para uma autoestrada
como essa de vez em quando instiga a imaginação e os sentidos. Sou tomado,
sempre que faço isso, por uma sensação de que devia fazer mais, e, é lógico,
pelo devaneio sempre vivo de “um dia” sair viajando sem destino, sem prazo, sem
amarras...
É muito comum associar o
motociclismo ao sentimento de liberdade, e, em que pese o jeitão de clichê
dessa afirmação, o fato é que realmente essas máquinas são fantásticas e
empolgantes, e não é à toa que é uma das “tribos” que mais cresce e vibra com a
sua curtição, dentre as muitas que existem por aí.
O mundo está aí. Cabe a nós
o auto compromisso de (pelo menos tentar) percorrer os caminhos que encantam nosso coração.
Viva a vida!
Represa do Capivari (vista da estrada),
a 50 km de Curitiba, no meio da tarde
a 50 km de Curitiba, no meio da tarde
"Deixe-nos conhecer os lugares silenciosos,
deixe-nos procurar o que a sorte nos reserva,
deixe-nos viajar para uma terra solitária que conheço.
Há um sussurro no vento da noite,
há uma estrela para nos guiar.
E o desconhecido está chamando, chamando... Deixe-nos ir..."
(Robert Service)
Gratidão
Força Sempre
Obs: todas as fotos: arquivo pessoal.
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"Capitão Fantástico"
O filme "Capitão Fantástico" (lançado em 2016, direção de Matt Ross) é uma bela obra do cinema que conta a história de dois pais que decidem criar e educar seus seis filhos de forma alternativa à padronizada pela sociedade. Para tanto eles se isolam numa cabana na floresta e lá buscam viver segundo os mais altos ideais filosóficos e instruções práticas de como viver de forma auto suficiente.
Mas o filme se desenvolve mesmo é em torno de um acontecimento que mexe com a estrutura da família. A mãe dos meninos morre num hospital na cidade, e eles decidem ir ao seu funeral, montado e gerenciado pelos pais dela, totalmente formais e tradicionalistas. Daí surgem os casos e cenas que servem como pano de fundo para expor a verdadeira e importante mensagem que o filme quer passar.
O drama-comédia nos convida a pensar em diversos aspectos do nosso atual modelo de vida, tais como a consistência da educação formal de nossos filhos, conceitos como clareza e transparência na educação e na forma de nos relacionar com as crianças, o modelo tradicional de religião e seu artificialismo excessivo, etc.
Vale muito a pena assistir e se divertir com a história, e, logicamente, refletir sobre as mensagens que ela quer passar, e trazer essa reflexão para a própria vida. Ainda que não se espere que venhamos a adotar um estilo de vida totalmente alternativo (o que também não seria má ideia), pelo menos pode servir para também não nos entregarmos passivamente a esse modelo arcaico e artificial de sociedade que tentam nos vender todo santo dia como o único possível e aceitável.
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