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Existe o mundo ideal e existe o
mundo real. E o fato é que no mundo real as coisas não andam muito fáceis, sob
o viés das condições físicas disponíveis. Há alguns meses venho enfrentando o
desafio de lidar com uma lesão na região lombar que tem me obrigado a rever
alguns conceitos ligados à prática esportiva e à tão importante consciência
corporal.
Nesse tempo fiz várias concessões ao que julguei ser uma
“solicitação” do corpo físico, ao mesmo tempo em que venho dando um jeito de
manter as coisas sob controle, digamos assim...
De tal forma que foi com uma
abordagem bem cautelosa que fui pra essa prova no último domingo - a meia
maratona de Curitiba. Imaginei que seria uma boa oportunidade de fazer um auto
diagnóstico dos inputs e tratamentos
inseridos na rotina desde o surgimento desse probleminha.
Fazia tempo que não participava
de uma corrida de rua tradicional como essa, com uma multidão inscrita. Pra
complicar esse efeito manada, ainda havia as distâncias de 5 e 10 km largando
junto com o 21, ou seja, muita, muita gente. Mas procuro ver o lado bom da
coisa. Realmente cria-se uma energia bacana de se sentir, uma vibe boa!
Larguei de forma bem
conservadora, bem unplugged mesmo. E
fui entrando no ritmo aos poucos, da forma mais natural possível, sem olhar (e
nem pensar) em pace, tempo, etc...
Somente lá pelo km 7 ou 8 é que
pareceu dispersar um pouco o pelotão compacto de corredores do começo da prova. Correr pelas ruas de Curitiba
num domingo de manhã é uma graça... Bela oportunidade pra apreciar o urbanismo
da capital paranaense de outro ponto de vista. Mas, na verdade, não estava lá
muito aberto à apreciação da paisagem em volta não. Estava mais atento mesmo ao
cenário interno da adaptação à brincadeira.
Interessante notar a revolta dos
motoristas travados nos cruzamentos em função do bloqueio das ruas para a
corrida. Em vários pontos havia gente irritada buzinando agressivamente e até
alguns bate bocas com os controladores de trânsito. Definitivamente paciência é uma virtude
fora de moda nas nossas apressadas cidades grandes desses tempos modernos.
Tudo estava indo bem mais ou
menos até o km 15, quando numa certa passada senti uma pontada
de dor que me fez ver estrelas. ‘Ok! Segura as pontas aí, peão!’ Fui tocando na boa, pensando (pela enésima vez) o que podia haver de errado naquela equação. Cheguei
a pensar que se sofresse um travamento mais severo não teria nem como voltar
pra casa, pois estava sem dinheiro, sem celular, sem documento e até sem um
lenço pra enxugar as eventuais lágrimas.[risos]
No final das contas, por incrível
que pareça, deu tudo certo. Consegui chegar sem maiores dramas (apenas com as
dores já conhecidas), e ainda mantendo um ritmo decente.
Resultado do auto
diagnóstico: tá ruim, mas tá bom (e vice versa...)!
É... Essas coisas* parecem simples, mas não são...
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"O homem é o único animal que ri e chora,
pois é o único animal que repara a diferença
entre as coisas como são e como deveriam ser."
(William Hazlitt)
Gratidão
Força Sempre
P.S: *Essas coisas: músculos, articulações, tendões, flexibilidade, respiração, fazer força sem ser rígido, quando ceder, quando não ceder, pensamentos, intenções, preocupações, tensões, desgastes, gravidade, leveza, postura, foco, visão periférica, equilíbrio, consciência corporal, fairplay, energia, coração, pulmão, sentimentos, imagem, desafio, ciclos, quanto treinar, como treinar, relaxar, ter paciência, saber ganhar, saber perder... a vida é incontornavelmente multi dimensional, insondável, inabarcável.
"...e o pulso ainda pulsa"
Obs: crédito das fotos:
(1): fotógrafo oficial do evento
(2), (3) e (4): Mari
(5): terceiro
(1): fotógrafo oficial do evento
(2), (3) e (4): Mari
(5): terceiro
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