de Irineópolis-SC a Matos Costa-SC
dois dias, 132 km
*em parceria com:
Marco Antônio Bednarczuk
Antônio Charan e
Ferreira
O roteiro dessa viagem foi totalmente desenhado pelo nosso amigo Marcão, que gentilmente me convidou para o passeio alguns dias antes da data prevista. A ideia, basicamente, era fazer um percurso de três dias pela área rural de algumas cidades do interior de Santa Catarina, tendo como referência alguns afluentes do Rio Iguaçu, que o Marcão já conhecia de outras aventuras pela região.
Reuniram-se então quatro amigos, o Marcão, o Toninho, o Ferreira e eu, e na quarta-feira, véspera do feriado de Corpus Christi, viajamos para o ponto de início do nosso roteiro, o Pesqueiro do Mazzi, na localidade de Poço Preto, próximo à cidade de Irineópolis.
No dia seguinte acordamos cedo e, após o desjejum, fizemos os ajustes finais nas magrelas e pusemo-nos a caminho. Estava muito frio, conforme a previsão. Além disso, havia uma forte neblina envolvendo o ambiente, o que contribuía pra dar aquele aspecto de certo mistério e introspecção, característico dessas situações.
Cerca de duas horas mais tarde chegamos ao ponto em que deveríamos pegar uma balsa pra cruzar o Rio Timbó, junto à cidadezinha de Santa Cruz do Timbó. No entanto a tal balsa estava fora de operação, e não havia ninguém por perto que pudesse nos auxiliar na travessia com um barco. A alternativa seria voltar um bom trecho até reencontrar a estrada do outro lado, mas isso acrescentaria vários quilômetros ao percurso do dia, e poderia comprometer nosso quadro horário.
Demos uma olhada em volta e, após algum tempo, achamos um pequeno barco de madeira encostado à margem. Mais alguma procura e encontramos também um remo improvisado escondido no mato. Tomamos então a iniciativa de fazer a travessia do rio no tal barquinho, o que acabou sendo um momento de alegria pelo inusitado da situação e do improviso.
A manobra foi bem sucedida, mas acabou nos tomando quase uma hora para as quatro idas e vindas, pra levar um de cada vez até a margem oposta.
Apenas por volta do meio-dia a neblina começou a se dissipar e abriu um belo céu azul sobre nossos horizontes. Passamos pela simpática cidadezinha de Santa Cruz do Timbó e seguimos pelas estradinhas de terra a fora.
O cenário era encantador. Uma linda região rural, praticamente nenhum movimento de carros, silêncio, e lentamente o calor do sol vencendo o frio até então persistente.
Assim as horas foram passando rapidamente. Fizemos uma parada num barzinho à beira da estrada, por volta das duas horas da tarde, pra fazer um lanche, mas não havia muitas opções disponíveis. O caminho da tarde nos surpreendeu com uma altimetria bem acentuada, o que foi, aos poucos, comprometendo o desempenho do grupo.
Já no final da tarde, nos demos conta de que estávamos ainda meio longe do nosso destino do dia, e que logo a noite cairia, mas não havia muito o que fazer. Pouco antes das seis horas já estava totalmente escuro, e, em decorrência, o frio voltou com força.
Chegamos à cidade de Caçador, nosso local de pernoite nesse dia, apenas às nove horas da noite, bem cansados e gelados de frio, mas satisfeitos pela intensa jornada do dia. Achamos um hotel e nos retiramos para o merecido descanso.
No outro dia conversamos e resolvemos reajustar o roteiro previsto, encurtando um pouco o percurso total, em função das condições do terreno e da disposição da turma.
Partimos então para a pernada do dia. Logo de saída pegamos um trecho com muitas subidas longas, amenizadas, no entanto, pelo belo dia de sol e céu azul e pelo pavimento asfaltado do acostamento estreito da SC 350.
Pouco depois o Marcão e o Toninho acharam por bem abortar o prosseguimento, devido ao desgaste intenso do dia anterior e à forte altimetria prevista também para essa jornada. O Ferreira e eu prosseguimos até a cidadezinha de Matos Costa, cerca de 30 km à frente, e lá aguardamos os nossos amigos retornar à cidade de Caçador, e de lá irem buscar os carros no local de início da viagem, para somente depois virem nos resgatar, já quase no final da tarde. Assim encerramos nossa viagem, antes do previsto, mas com todos em segurança e satisfeitos pelo que realizamos.
Apesar de não termos feito o que pretendíamos inicialmente, fica a satisfação pelo caminho percorrido e pelos aprendizados colhidos em mais essa saída. Saber respeitar o ritmo próprio e manter a harmonia do grupo é mais importante, certamente, do que apensas cumprir meta.
E eu ainda ganhei, de quebra, uma inflamação na garganta, que me deixou meio caído nos dias seguintes, confirmando que, no final das contas, foi uma boa solução ter encerrado antes a viagem.
Deixo aqui o meu mais sincero agradecimento aos parceiros dessa empreitada, pela camaradagem, disposição e maturidade, e em particular ao amigo Marcão, pelo convite, entusiasmo constante e por todo o trabalho de planejamento e montagem da brincadeira. Vamos pensar nas próximas.
Valeu!
Do Pesqueiro do Mazzi, Poço Preto, Irineópolis-SC, a Caçador-SC,
84 km, 1.515 m de subidas
Toninho, Marcão e Ferreira, na saída junto à ponte da SC 280 sobre o Rio Timbó
Travessia do Rio Timbó, em que não havia balsa
Cena pitoresca num rancho à beira da estrada.
A foto ficou legal, mas no momento um cachorro do lugar deu o alarme de "estranho se aproximando", e veio latindo com jeito meio hostil. Na sequência um cara apareceu atrás resmungando "o que eu estava fazendo ali"... Ou seja, foi meio tumultuado o negócio... Mas valeu o esforço. Rsrs.
2º dia
De Caçador-SC a Matos Costa-SC
52 km, 1.045 m de subidas
Gratidão
Força Sempre
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