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sábado, 19 de março de 2022

Ao meu pai, Antônio Cândido de Assis, in memoriam. Curitiba, 19 de Março de 2022

 


Ao meu pai,

Antônio Cândido de Assis,
in memoriam

* 15 Mai 1936
19 Mar 2021



























 

















 















































Meu pai nasceu em uma família humilde na cidade de Vassouras, interior do Estado do Rio de Janeiro. Aos dezoito anos de idade foi convocado para o serviço militar obrigatório, indo servir como soldado no Batalhão de Comando e Serviço da Academia Militar das Agulhas Negras. Mais tarde prestou concurso para a Escola de Sargentos das Armas, em que foi aprovado, dando início, então, de fato, à carreira militar, que seguiu com ilibada conduta por mais de 35 anos.

Formou-se sargento da arma de Cavalaria, tendo sido mais tarde requalificado para a arma de Engenharia.

Em 1960 casou-se com minha mãe, Edibia Maria Barboza de Assis, com quem teve quatro filhos: Gerson, nascido em abril de 1960, Gilson, em dezembro de 1962, Geilson, em dezembro de 1963 e eu, Sidnei, em julho de 1968.

Em meados da década de 1970 foi selecionado para uma missão de intercâmbio militar na Escola das Américas, centro de estudo e doutrina militar situada no Panamá, dentro da zona militar então controlada pelo Exército dos Estados Unidos da América. La serviu por dois anos, de 1976 a 1978, ocasião em que foi acompanhado pela família e que representou, de certa forma, o auge de sua vida profissional. 

Voltando dessa missão foi classificado em Brasília, onde serviu até o final do seu tempo de serviço, no começo da década de 1990.

Galgou todos as graduações e postos que sua habilitação permitia, sendo transferido para a reserva remunerada no posto de Capitão, em 1991.

Na fase seguinte dedicou-se a viver a vida que sempre sonhou: adquiriu uma chácara na cidade de Luziânia, arredores de Brasília, e lá viveu, junto com minha mãe, por dezoito anos, cuidando de seus bichos, suas hortas, seus trabalhos manuais, e as ocasionais visitas dos filhos, noras, netos e amigos. 

Ao final desse período retornou, junto com minha mãe, para um apartamento mais perto da cidade, de onde acompanhou, com seu jeito sempre reservado e de poucas palavras, os acontecimentos do mundo em volta. 

Fica a memória de um homem austero, conservador, responsável e dedicado à família. Memória indelével, envolta em saudade e carinho.




***   ***   ***




Lembro-me, em especial, dos finais de tarde em algum momento ali do ano de 1979 ou 80, em que saía pra passear com nosso cachorro, chamado Picho, com o tempo coordenado para dar uma volta e ir encontrar com o meu pai que vinha do trabalho, no Quartel General do Exército, nos ônibus que traziam todos os militares que moravam naquela quadra, 306 norte, onde morávamos. 

Era sempre uma alegria distingui-lo dentre todos os demais, encontrarmo-nos e ir caminhando pra casa, conversando sobre algum assunto trivial do dia-a-dia.

Na inocência dos meus onze ou doze anos de idade, a vida parecia então simples, organizada e duradoura.

Bons tempos.






***   ***   ***





Nessa história toda, um agradecimento e reconhecimento especial à minha mãe, que acompanhou toda essa trajetória com dedicação e desprendimento ímpares. Parabéns a ela! Hoje e sempre!










***   ***   ***








"Valeu a pena?
Tudo vale a pena se a alma não é pequena."

(Fernando Pessoa)






Gratidão



Força Sempre





Um comentário:

  1. Que bela homenagem ao tio Assis e tia Edíbia.
    Tb tenho boas e muitas lembranças dele.
    Obrigada.

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