Neste final de semana fui a Porto Alegre, com a Tiger, fazer um curso que há tempos vinha querendo fazer - curso de pilotagem off road na Escola de Pilotagem Avançada Master Trail, do instrutor André Vargas.
Saí de Curitiba na sexta feira, dia 4, de manhã cedo, e no final da tarde estava tocando o solo no município de Nova Santa Rita (748 km percorridos), nos arredores de Porto Alegre. Viagem sem alteração, com a primeira metade sob um céu nublado, e a segunda parte com sol e céu azul.
No sábado pela manhã me encontrei com a turma do curso no Centro de Treinamento montado no espaço Velopark, um autódromo da região.
Havia sete alunos, seis dos quais em motos BMW (cinco 1200 GS e uma 310 GS), e eu com a Triumph. Dentre nós, uma mulher.
Nosso instrutor, André Vargas, tem um extenso e respeitável currículo na área de ensino de pilotagem de motos, bem como de viagens pessoais de moto. Mais do que isso, tem vocação para o motociclismo e para o ensino, capacidades que o tornam perfeitamente ajustado para a missão.
Nos dias anteriores havíamos assistido, on line, algumas aulas gravadas pelo André, com alguns conceitos teóricos e orientações gerais, mas o curso nesse final de semana foi totalmente prático.
No decorrer dos dois dias aprendemos e praticamos diversas manobras e técnicas de transposição de variados obstáculos, na maioria das vezes exercitando várias vezes a mesma manobra, pra solidificar a memória muscular e cerebral da técnica.
E não foi fácil. Na realidade foi bem tenso, porque estávamos o tempo todo testando o limite da moto e o nosso próprio, o tempo todo sob o risco de uma queda (e consequentes possíveis consequências). Por diversas vezes houve aquelas situações de "quase queda" [e, no meu caso, houve de fato uma queda, em um obstáculo de transposição de troncos paralelos em caixa de brita, mas felizmente sem grandes avarias], o que deixava a adrenalina a mil.
Em várias situações, quando o instrutor explicava o que deveríamos fazer, batia aquela sensação de insegurança - "será que vai dar certo?", mas a didática e boa conversa do nosso amigo André, aliado ao formato do curso em si e excelente estrutura construída no local ajudaram muito a nos dar a coragem necessária pra enfrentar nossos medos.
Dentre os diversos e valiosos ensinamentos assimilados nesses dois dias, creio que tão importantes quanto os da área estritamente técnica, são os da área afetiva/ psicológica, como manter a calma, manter o foco na solução (e não no problema), atitude confiante e o tal do não ter medo de cair. Todos esses, aspectos mentais que assombram nosso estado psicológico e por vezes nos tiram do centro. É fantástico observar (e conseguir intervir) (n)esse mecanismo mental de lidar com situações de stress e de risco.
Só tenho a agradecer ao mestre André Vargas e sua equipe pela excelente oportunidade que tivemos de aprender um pouco dessa envolvente arte de dominar a motocicleta em situações de pilotagem off road, por sua boa vontade, genuíno interesse no tema, disposição pra ajudar e participar e por seu espírito guerreiro. Foi bom demais!
Para conhecer mais sobre a Escola e os cursos visite o site no link abaixo:
https://www.mastertrail.com.br/
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Concluído o curso, retornei a Curitiba na segunda-feira, dia 7, sendo que desta vez o tempo estava daquele jeito bastante comum aqui pelo sul, tudo nublado, com um pouco de chuva e bem frio. Pernoitei em Joinville nesse dia e cheguei em casa no meio da manhã da terça-feira.
Sobre o desempenho da Tiger nessas condições bem adversas enfrentadas, só tenho elogios. Baita máquina! Nessas horas faz diferença aquela história do peso e tamanho da moto. Muito embora, como diz o nosso instrutor André, a técnica valha para qualquer tipo de moto, não tenho dúvidas que em certas situações, certas motos são mais fáceis de lidar.
A respeito dos modos de pilotagem e níveis de intervenção da tecnologia (ABS, controle de tração e entrega de potência) nessas situações de pilotagem off road, nosso instrutor foi bem claro e direto: "desliga tudo!". Mas ainda assim testamos as duas situações pra ter a própria experiência, e fica evidente que com tudo desligado realmente a moto fica mais na mão e segura. Mas isso ainda depende de algumas outras variáveis do terreno e do conhecimento e habilidade do piloto. O fato é que fiz todo o curso no modo "Off Road Pro" (tudo desligado).
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(crédito das fotos: equipe Master Trail)
Primeiro dia:
A turma reunida
Segundo dia:
Que coragem de usar a sua própria moto...rsrsrs Parabéns pelo curso meu irmão.
ResponderExcluirÉ pra usar mesmo... Rsrs. Valeu!
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