Tiger 900 Rally Pro

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terça-feira, 22 de junho de 2021

Curso de pilotagem de moto off road Master Trail, Porto Alegre - RS, 5 e 6 de Junho de 2021

 


Neste final de semana fui a Porto Alegre, com a Tiger, fazer um curso que há tempos vinha querendo fazer - curso de pilotagem off road na Escola de Pilotagem Avançada Master Trail, do instrutor André Vargas. 

Saí de Curitiba na sexta feira, dia 4, de manhã cedo, e no final da tarde estava tocando o solo no município de Nova Santa Rita (748 km percorridos), nos arredores de Porto Alegre. Viagem sem alteração, com a primeira metade sob um céu nublado, e a segunda parte com sol e céu azul.










No sábado pela manhã me encontrei com a turma do curso no Centro de Treinamento montado no espaço Velopark, um autódromo da região. 

Havia sete alunos, seis dos quais em motos BMW (cinco 1200 GS e uma 310 GS), e eu com a Triumph. Dentre nós, uma mulher. 










Nosso instrutor, André Vargas, tem um extenso e respeitável currículo na área de ensino de pilotagem de motos, bem como de viagens pessoais de moto. Mais do que isso, tem vocação para o motociclismo e para o ensino, capacidades que o tornam perfeitamente ajustado para a missão.

Nos dias anteriores havíamos assistido, on line, algumas aulas gravadas pelo André, com alguns conceitos teóricos e orientações gerais, mas o curso nesse final de semana foi totalmente prático.

No decorrer dos dois dias aprendemos e praticamos diversas manobras e técnicas de transposição de variados obstáculos, na maioria das vezes exercitando várias vezes a mesma manobra, pra solidificar a memória muscular e cerebral da técnica. 

E não foi fácil. Na realidade foi bem tenso, porque estávamos o tempo todo testando o limite da moto e o nosso próprio, o tempo todo sob o risco de uma queda (e consequentes possíveis consequências). Por diversas vezes houve aquelas situações de "quase queda" [e, no meu caso, houve de fato uma queda, em um obstáculo de transposição de troncos paralelos em caixa de brita, mas felizmente sem grandes avarias], o que deixava a adrenalina a mil.

Em várias situações, quando o instrutor explicava o que deveríamos fazer, batia aquela sensação de insegurança - "será que vai dar certo?", mas a didática e boa conversa do nosso amigo André, aliado ao formato do curso em si e excelente estrutura construída no local ajudaram muito a nos dar a coragem necessária pra enfrentar nossos medos. 

Dentre os diversos e valiosos ensinamentos assimilados nesses dois dias, creio que tão importantes quanto os da área estritamente técnica, são os da área afetiva/ psicológica, como manter a calma, manter o foco na solução (e não no problema), atitude confiante e o tal do não ter medo de cair. Todos esses, aspectos mentais que assombram nosso estado psicológico e por vezes nos tiram do centro. É fantástico observar (e conseguir intervir) (n)esse mecanismo mental de lidar com situações de stress e de risco.

Só tenho a agradecer ao mestre André Vargas e sua equipe pela excelente oportunidade que tivemos de aprender um pouco dessa envolvente arte de dominar a motocicleta em situações de pilotagem off road, por sua boa vontade, genuíno interesse no tema, disposição pra ajudar e participar e por seu espírito guerreiro. Foi bom demais!




Para conhecer mais sobre a Escola e os cursos visite o site no link abaixo:

https://www.mastertrail.com.br/




***




Concluído o curso, retornei a Curitiba na segunda-feira, dia 7, sendo que desta vez o tempo estava daquele jeito bastante comum aqui pelo sul, tudo nublado, com um pouco de chuva e bem frio. Pernoitei em Joinville nesse dia e cheguei em casa no meio da manhã da terça-feira. 

Sobre o desempenho da Tiger nessas condições bem adversas enfrentadas, só tenho elogios. Baita máquina! Nessas horas faz diferença aquela história do peso e tamanho da moto. Muito embora, como diz o nosso instrutor André, a técnica valha para qualquer tipo de moto, não tenho dúvidas que em certas situações, certas motos são mais fáceis de lidar.

A respeito dos modos de pilotagem e níveis de intervenção da tecnologia (ABS, controle de tração e entrega de potência) nessas situações de pilotagem off road, nosso instrutor foi bem claro e direto: "desliga tudo!". Mas ainda assim testamos as duas situações pra ter a própria experiência, e fica evidente que com tudo desligado realmente a moto fica mais na mão e segura. Mas isso ainda depende de algumas outras variáveis do terreno e do conhecimento e habilidade do piloto. O fato é que fiz todo o curso no modo "Off Road Pro" (tudo desligado). 




***



Algumas fotos do curso:
(crédito das fotos: equipe Master Trail)




Primeiro dia:


Primeiras manobras: exercitando a transferência de peso e equilíbrio








Frenagem com derrapagem na roda traseira





























Subida íngreme








Descida íngreme








Plano inclinado





A turma reunida





Segundo dia:


Primeira queda do dia, de um colega da turma (primeira de algumas...)
Como medidas de proteção, antes do início do curso, fomos orientados 
a retirar a bolha e a revestir os protetores de carenagem e motor com espuma, 
a fim de minimizar danos. 

















Controle de saída em brita (simulando rípio)








Pilotagem em caixa de brita (simulando rípio),
com aceleração e frenagem de emergência








Descida em situação de emergência
(moto desligada, controle na embreagem e freio)

















Subida de emergência








Troca de cava








Transposição em situação de equilíbrio








Pilotagem em caixa de areia



































Transposição de água






















Transposição de lama

















Transposição de lama, em situação de emergência 
(quando não dá mais pra ficar em cima da moto)








Encerramento e entrega do certificado de conclusão do curso



































Gratidão





Força Sempre













sábado, 19 de junho de 2021

Viagem pelas serras gaúcha e catarinense, 24 a 27 de Maio de 2021

 




Aproveitando que estava lá pelas bandas do Rio Grande do Sul, pra participar do Passeio 4x4 na Lagoa dos Patos (relatado no post anterior), planejei uma pequena investida pelos caminhos rurais de parte das serras gaúcha e catarinense, com o Troller, com a intenção de dar uma explorada na região.

No domingo (23 de maio) à tarde segui, a partir do município de Mostardas, em direção a Cambará do Sul, porta de entrada para os famosos cânions. Cheguei à cidade no final da tarde, sob frio intenso, e instalei-me em um hostel que já conhecia de outras ocasiões. Dormir em uma boa cama num quarto aquecido foi um conforto muito bem vindo, depois das duas últimas noites na barraca. 




Casa típica, em Urubici




No dia seguinte acordei cedo, fiz meu desjejum, arrumei as coisas e fui pra estrada, sentido norte, em direção a São José dos Ausentes e Bom Jardim da Serra. Logo na saída da cidade já começa a estrada de terra, que já conhecia de outras viagens (mas no sentido oposto ao que estava agora). O tempo estava meio fechado, mas por densa neblina, o que era um sinal de que provavelmente abriria sol mais tarde.

Percorrer essas estradinhas de terra perdidas nesses lugares distantes tem uma graça toda especial. Cada curva que se avista ao longe traz em si a expectativa de qual será a paisagem que se descortinará em seguida. As variações de vegetação, relevo e horizontes são constantes e a tarefa de dirigir é bem mais lúdica e interessante do que no asfalto. É lógico que há também os intermináveis buracos, pedras e irregularidades diversas do caminho, mas isso faz parte do jogo. 








Não tinha um planejamento exatamente definido. A ideia era curtir o caminho sem pressa e ficar aberto às possíveis atrações que surgissem. Há tempos que pensava em fazer uma viagem com essa abordagem mais flexível, mas na prática nem sempre isso é fácil, porque contraria um pouco esse condicionamento que temos de querer ter tudo planejado em detalhes e ter controle máximo em tudo. Mas me forcei a me adaptar à intenção. 








Outras características importantes de andar por estradas assim meio inóspitas são a sensação de isolamento que nos envolve (o que tem o lado bacana da sensação em si, mas também tem a questão de não ter ninguém pra ajudar em caso de uma eventual necessidade) e a progressão lenta da equação "tempo versus distância". Tem que saber lidar com as regras do jogo. 








Por volta do meio dia passei, sem parar, por São José dos Ausentes, e segui na direção norte, a essa altura já sob um céu lindamente azul sem nenhuma nuvem à vista. 








Pouco depois passei por uma placa indicando a entrada para o Cânion Boa Vista. Havia pensado em seguir até Bom Jardim da Serra nesse dia, apenas apreciando a estrada, mas exercitando a tal flexibilidade que havia me proposto, resolvi entrar na estradinha e averiguar. 

Fui indo até encontrar um lugar chamado Toca da Onça, onde parei e descobri se tratar de um camping, associado a uma espécie de bar e lugar de convivência. Lindo espaço, cercado de belos morros, passarinhos cantando, córregos, amplo gramado e boa energia. Conversei com a pessoa que cuidava do local e me informei sobre o acesso ao Cânion Boa Vista, que ficava mais 7 km à frente na estrada. 









Aproveitando a linda tarde de sol, resolvi percorrer essa distância pedalando. Para isso montei a bike, que trazia no carro, e me pus a caminho. Chegando na Fazenda Boa Vista, que dá acesso ao Cânion do mesmo nome, fiquei sabendo que também funcionavam como camping, e que o cânion ficava bem próximo. Voltei então até onde havia deixado o carro, guardei a bicicleta e me dirigi de volta à Fazenda (de carro), aonde cheguei já quase no final da tarde.



















Fui então ao Cânion, bem próximo, e pude apreciar um dos mais lindos entardeceres de que me lembro, com uma vista simplesmente deslumbrante da planície à frente e do mar ao longe, fundindo-se com o horizonte. Um verdadeiro espetáculo difícil de descrever, seja em palavras ou em fotografias. Em compensação, o frio e o vento estavam insanos, dissuadindo a ideia que havia de acampar à beira do cânion. 


















































































Depois que escureceu retornei à sede da fazenda e montei minha barraca em um canto abrigado. Mais tarde fiz uma fogueira pra espantar o frio, preparei meu jantar no fogareiro de campanha e fiquei apreciando o lindo céu estrelado e meio azulado que se estendia logo ali. 








Havia um grupo de caminhantes hospedado na fazenda, e por incrível que pareça os caras inventaram de fazer uma espécie de bailão em uma das salas próximas, com música sertaneja em alto volume e aquela bagunça típica. Totalmente sem noção, ao meu ver, naquele tipo de ambiente, convidativo à contemplação e ao silêncio. Paciência... O jeito foi tolerar o incômodo por um tempo, até que eles se cansaram e a paz voltou a reinar.

A noite foi bastante fria, certamente com temperatura negativa, mas nada que meu bom saco de dormir e isolante térmico (e um pouco de boa vontade) não tenham resolvido.

Acordei bem cedo e fui ver o nascer do sol no cânion. Outro espetáculo de cores e paisagens surgindo aos poucos. Momento realmente especial. Mais do que apenas visual, me parece que essas vivências trazem em si uma sensação de conexão com nossas origens e com o mistério e grandeza do universo, deixando uma impressão de que todos os nossos problemas e planos do cotidiano são insignificantes e casuais. Bom demais!


















































Na sequência retornei ao local do acampamento, fiz o desjejum, desmontei e guardei tudo e me informei sobre como chegar ao Cânion Encerra/ Amola Faca, que fiquei sabendo situar-se a cerca de 10 km de distância, seguindo pela precária estrada sentido sul. Pensei em ir de bike, mas decidi ir mesmo com o Troller, porque a logística ficava mais fácil. 









Caminho bem simpático, seguindo por entre as colinas e vales, abençoado por uma linda manhã de muita luz e céu perfeitamente azul. 




























Cheguei ao local indicado para a entrada do cânion, estacionei o carro e fui caminhando pela trilha que leva à borda. 








Nisso um rapaz apareceu, caminhando em sentido contrário, com ar meio afobado, e me perguntou se estava em camionete traçada. Daí me explicou que ele e uns amigos haviam entrado na trilha com uma pick-up e que haviam atolado num lugar mais à frente, e que estavam precisando de ajuda. 

Concordei em tentar ajudar, retornamos ao local onde havia deixado o Troller, embarcamos e fomos ao encontro do carro atolado do jovem rapaz. Contou-me que eram um grupo de quatro amigos do Rio de Janeiro, que alugaram a pick-up em Porto Alegre e estavam dando um giro de alguns dias pela região. Chegando no lugar, avaliei a situação e realmente parecia uma encrenca complicada, visto que o diferencial estava afundado na lama, sem nenhuma chance do carro sair dali por conta própria, mas resolvemos tentar o resgate. Instalei a cinta de reboque nos dois carros, engatei a reduzida e fui puxando aos poucos. Saiu de primeira, sem qualquer dificuldade. O Trollerzinho nem suou... Rsrs. Os cariocas me agradeceram e seguimos cada um o seu rumo.













 

Acabei deixando o carro por ali mesmo (já na beira do Cânion, praticamente), e saí pra uma caminhada pelos arredores. Caminhei por alguns minutos, apreciando o lindo visual, o silêncio em volta, o fato de não ter ninguém por perto, o balançar das folhas das árvores, o voo dos pássaros brincando com o vento. 

Diferente do Boa Vista, esse cânion tem um amplo bosque de árvores no seu topo, o que que lhe confere um aspecto um pouco mais acolhedor e bucólico. O impacto de contemplar esses horizontes a perder de vista, típico desses cânions da região sul, é hipnotizante. Dá vontade de ficar ali e esquecer do tempo e do mundo. 


























































Mas resolvi seguir caminho. Por volta do meio dia retornei ao carro e fiz todo o trajeto de volta à estrada principal, e de lá novamente sentido norte, em direção à divisa com Santa Catarina. 































































No meio da tarde passei pela entrada do Cânion Montenegro. Avaliei o tempo de luz que ainda tinha, o nível de disposição para mais uma investida por caminhos desconhecidos e precários, e, considerando que essas oportunidades de estar nesses lugares com um tempo tão bonito como estava são bem raras, resolvi ir conhecer mais essa paragem. E valeu super a pena. Mais um lindo cânion, com horizonte longínquo, paredões enormes, visual imponente. Caminhei um pouco, fiz umas fotos, procurei apreciar e valorizar o momento, e retornei ao carro pra seguir viagem. 





































































Já no final da tarde, ainda na estrada com destino a Bom Jardim da Serra, outro espetáculo da natureza foi se apresentando, com o despontar de uma linda lua cheia em um céu limpo e multicolorido em tons róseo-alaranjados. 
























































Cheguei a Bom Jardim no começo da noite, achei uma pousadinha e tirei meu time de campo. 

No dia seguinte acordei cedo e me dirigi è entrada do caminho que leva ao Cânion do Funil, nas imediações da cidade. Há dias estava pesquisando esse acesso, e descobri que precisava fazer contato com um camarada que parece que era o dono das terras que dão acesso à atração. Na véspera havia agendado a visita com ele, através de mensagens pelo celular. Chegando ao local, apenas uma porteira no meio do nada, encontrei o senhor, paguei a ele a taxa estipulada e ele me explicou qual direção tomar, alertando que o caminho era mais uma trilha através dos campos do que exatamente uma estrada. "Mas com esse carro aí você vai tranquilo...", disse-me.

Segui então pela estradinha; porém, menos de 5 km percorridos, depois de passar por trechos de muita lama e várias erosões bem irregulares, a tal estrada acabou no nada. Retornei, vasculhando alguma entrada que pudesse ter perdido, mas não achei nada. Estava ali observando e tentando entender qual seria o caminho, quando vi duas Land Rover Defender 110 na encosta do morro acima. Entendi então que a trilha que o senhor havia comentado, era mesmo uma trilha, sem nem mesmo uma simples sinalização. Negócio bem desorganizado, para um lugar em que se cobra taxa de acesso (cara) e que leva a um relevante ponto de interesse na região. 

Parei, pensei, avaliei a situação e concluí que não era o caso de me meter morro acima com o Troller, sozinho, por um caminho que era evidentemente bem deplorável. Pensei em abortar a visita e ir embora, mas resolvi mudar o formato e insistir um pouco mais. Montei a bicicleta, juntei umas coisas numa mochilinha e fui tentar seguir a direção prevista pedalando. Aí a brincadeira mudou de figura. Com a visão ampliada e desimpedida, leve, ágil e sem preocupação com obstáculos traiçoeiros, rapidamente percorri os 7 km até a borda do cânion, que avistei de longe. O caminho nada mais era do que trilhas de vaca no meio do pasto, entremeadas com muitos buracos, erosões e lamaçais. Encrenca fazer aquilo de carro. 

O visual do Cânion do Funil, no entanto, compensou facilmente o esforço. É, provavelmente, o mais bonito de toda a região, por sua grandeza, reentrâncias e amplo horizonte à frente. E o dia estava belíssimo, com um céu absolutamente azul e uma luz bonita banhando tudo.





































































Fiquei pensando como um lugar daquele tem um acesso e uma estrutura tão precários e mal organizados. Nenhuma sinalização, acesso apenas a veículos 4x4 (ou a pé, ou de bicicleta), nenhum estímulo ou facilitação à visitação, com foco apenas na arrecadação de uma taxa de acesso por ser através de terras particulares. É lógico que essas dificuldades acabam preservando o local e criando, de certa forma, um atrativo a mais para quem gosta de destinos mais inóspitos; no entanto, numa visão mais abrangente, é um grande desperdício de potencial. Bastaria um pequeno investimento e visão empreendedora pra transformar aquilo num super ponto de visitação e contemplação da natureza. Mas fazer o que? Cada um cuida do seu quintal da forma que consegue.

Fiquei por lá quase uma hora, apreciando e fazendo algumas fotos, e então retornei para onde havia deixado o carro. Desmontei e guardei a bicicleta, reorganizei as coisas, fiz um lanche e segui em direção a Urubici, aonde cheguei por volta das duas horas da tarde. 

Tinha a intenção de conhecer um outro lugar já do lado de baixo da serra, um camping do qual havia visto belas imagens. Analisei a rota até esse lugar, o tempo disponível até o final da tarde e minha disposição para novamente me meter por caminhos desconhecidos à procura de lugares improváveis. Bem poderia ficar em algum canto ali pela cidade, e relaxar um pouco, mas resolvi arriscar mais uma vez. 

Desci a emblemática Serra do Corvo Branco em meio a um trânsito pesado e incomum para um dia de semana, e logo cheguei à cidadezinha de Aiurê. 













A partir dali estaria por conta da rota traçada pelo Google Maps até o destino pretendido. Fui seguindo por estradinhas de terra muito bucólicas vale a dentro, até que o tal aplicativo "se perdeu", ficou sem sinal de GPS e me deixou na mão. Fui meio na direção geral por um tempo, com o sinal de GPS voltando esporadicamente, ajudando a tomar a direção certa nas bifurcações, e aos poucos fui chegando ao local marcado. 













Lá chegando, havia uma bifurcação com um saco branco amarrado a uma árvore, sinalizando a entrada para o local do camping (conforme a pessoa responsável havia me orientado na véspera, via whatsapp). A partir dali havia uma íngreme e estreita subida de cerca de 2 km, que "somente veículos 4x4 sobem", segundo me orientou a pessoa com quem fiz a reserva no dia anterior. Vencido esse trecho, cheguei a um rancho num pequeno platô na enorme encosta da montanha, que deveria ser o local do acampamento. 

Havia ali uma casa simples, com as janelas e portas abertas, um açude, um curral com alguns animais e um outro pequeno rancho um pouco afastado, mas nenhuma pessoa. Dei uma caminhada em volta, tentando entender se estaria mesmo no lugar certo, quando de repente apareceu uma senhora dentro da casa e me confirmou, com um sorriso, que era mesmo ali o Camping Mirante. Me apresentou as instalações de apoio e me deixou à vontade.

De fato era um lugar com uma paisagem fantástica, com a majestosa Serra Furada como moldura de todo o cenário. 






















































Já era final da tarde e em breve cairia a noite. Aproveitei o restinho de luz pra montar minha barraca e dar uma ajeitada nas coisas, quando de repente vejo surgir aquela enorme lua cheia bem no horizonte à frente, a leste, em meio a um céu alaranjado escuro. Verdadeiro espetáculo! 






























Curti o começo da noite junto a uma bela fogueira que acendi ao lado da barraca, hipnotizado por aquela enorme lua, ao som de Pink Floyd nos fones de ouvido. Só faltou um bom vinho ou um outro entorpecente qualquer pra completar "a viagem", mas ainda sou meio inepto com essas coisas... Rsrs.









Dormi o sono dos justos, sob um silêncio absoluto, no conforto da minha barraquinha. 

Acordei bem cedo no dia seguinte, pra ver o sol nascer, e apreciei mais uma vez um belo descortinar de cores no amplo e imponente horizonte à frente, bem como a lua no final do seu curso, escondendo-se por trás das montanhas a sudoeste.




























































Fiz umas caminhadas nos arredores, um pouco de contemplação, desjejum, e na sequência desmontei meu acampamento, despedi-me e agradeci à senhora moradora do lugar, e aprumei minha nave espacial na direção de casa, aonde cheguei no começo da noite, totalmente extasiado pela recente vivência. 

E aí, vamos juntos?






Assista no link abaixo a um rápido vídeo 

com algumas imagens captadas na viagem:


Clique aqui













Percurso aproximado da viagem







Observação

Sobre este blog e seu conteúdo: com raríssimas e honrosas exceções, há muito pouco feedback a respeito do que, de vez em quando, publico por aqui. Ok, nenhum problema nisso. Mas confesso que fico curioso a respeito de como essas imagens e histórias chegam aos seletos leitores deste blog. Mas entendo também que vivemos uma época de excesso de conteúdo e de informação, e realmente tudo vira uma grande confusão, tudo meio que se banaliza e se mistura na visão de quem passa os olhos rapidamente por essas páginas. 

Mas isso é uma pena. Seria muito bacana poder trocar ideias e impressões sobre estes e outros assuntos correlatos, e, a partir daí, construir outras ideias, outros planos, outras realidades. Esse é o real sentido de um trabalho como esse. Não é apenas exibir fotos e contar histórias ao estilo vitrine, pra olhar e seguir em frente, indiferente.

Fica aqui, portanto, o convite e o estímulo à conversa e à interação. Seja virtual, seja pessoalmente (ainda melhor desta forma). O que você acha disso que venho apresentando por aqui? Contribui pra alguma coisa, de alguma forma? Te estimula, de alguma forma? Te sensibiliza, de alguma forma? Faz algum sentido, de alguma forma? Serve pra alguma coisa ou é só perda de tempo (pra quem escreve e pra quem lê)? Enfim, será que o conteúdo esporádico mostrado aqui tem algum significado construtivo? O que você acha?

Forte abraço, caro e silencioso leitor. Bons ventos nos guiem. 







"Esta noite há um convite no ar,

um chamado que é difícil recusar,

porque em algum lugar do espírito tem sido esperado há muito tempo.

É preciso visitar aquele lado nosso que o dia a dia comum,

a luta pela vida, ainda não modificou.

Vamos navegar outra vez nas asas da beleza sem causa,

que nasce no coração e o ilumina."

(Luiz Carlos Lisboa)

 







Gratidão




Força Sempre