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domingo, 30 de novembro de 2025

Sobre o livro "Meditações", de Marco Aurélio, Curitiba-PR, 30 de Novembro de 2025

 




Há cerca de dois meses fui convidado pelo diretor da Escola de Filosofia Nova Acrópole, de Curitiba, a fazer uma palestra aberta ao público com o tema "Marco Aurélio", baseada no seu livro "Meditações". 

Aceitei a proposta e, a partir daí, concentrei-me no estudo da obra e, posteriormente, na preparação da palestra, que ocorreu no dia 26 de Novembro (em uma hora e dez minutos), no salão primavera da sede da Escola no centro de Curitiba, com uma audiência de 91 pessoas, entre alunos da Escola e público externo. 

Marco Aurélio foi imperador de Roma por 19 anos, entre os anos 161 e 180 D.C., e passou para a história reconhecido como um dos melhores governantes de todos os tempos, e o último dos grandes imperadores do auge do império romano. Ficou conhecido também como o imperador filósofo, em função de seus continuados estudos de Filosofia e sua maneira de governar, correspondente aos seus ideais. 

Escreveu a obra "Meditações" ao longo dos últimos dez anos de vida; segundo relatos, durante os acampamentos dos inúmeros conflitos militares de que participou. A obra não foi escrita com o objetivo de ser publicada, mas sim como uma forma de reflexão pessoal sobre temas da vida, tanto que o subtítulo é "pensamentos para mim mesmo".

Marco Aurélio foi também um dos expoentes do estoicismo, uma forte vertente da Filosofia clássica que se desenvolveu entre os séculos III A.C e II D.C., e "Meditações" é quase um "manual estoico" de como levar a vida. 

Penso que as ideias e conceitos desenvolvidos e defendidos ao longo da obra são de valor inestimável e de grande impacto na maneira como normalmente vemos o mundo, o que muito facilitou meu trabalho de apresentar esse belo conjunto de conhecimentos na referida palestra. 

Fica aqui, portanto, minha recomendação sincera de leitura, de reflexão e de aplicação das ideias abordadas, como forma de buscar uma vida mais equilibrada e tranquila, e também uma sociedade mais justa e coerente. Deixo aqui também o convite para uma conversa pessoal sobre o tema, qualquer hora dessas.

Vamos juntos?


Algumas imagens do dia da palestra:


















Mari e Thaís prestigiando





Amigos da Escola, Eduardo Yao e Pedro Melo







A plateia






No link abaixo, a apresentação da palestra em slides:


Palestra "Lições para uma vida equilibrada na Filosofia do Imperador Marco Aurélio"






Transcrevo, a seguir, alguns destaques da obra (edições Nova Acrópole, coleção "Clássicos da Humanidade"), mais ou menos separados por temas centrais em torno dos quais o livro se desenvolve. 



Sobre o sentido da vida

“Ser homem não sujo de prazeres, invulnerável a todas as dores, inacessível a todo excesso, insensível a toda maldade, atleta da maior luta, daquele tipo que não é derrubado por nenhuma paixão, profundamente consolidado de justiça, um que acolhe com toda a sua alma os acontecimentos e todas as assimilações de seu destino.” (p77)

“Nem de muitas palavras nem de muitas ocupações sejas. E seja ainda o Deus em ti o diretor de um vivente viril e venerável (...).” (p79)

“Tendo rejeitado então todo o resto, retém apenas esses poucos preceitos; lembra ainda que cada um vive apenas este momento presente de curta duração: o resto ou tem sido vivido ou está no incerto. Pequeno decerto então o que cada um vive, e pequeno o cantinho de terra em que vive.” (p83)

“Se executares a tarefa do momento obedecendo com zelo, vigor, benevolência e nenhum assunto secundário a reta razão, mas preservando sempre puro o teu nume (...), com a heroica verdade contentando-se, viverás bem. E ninguém existe que pode impedir isso.” (p87)

“(...) O que resta próprio do homem de bem é amar e acolher amigavelmente os acidentes e eventos ininterruptos que lhe sobrevêm; e não confundir nem perturbar na multidão de imagens o nume estabelecido interiormente, mas conservá-lo favorável, bem ordenadamente submetido a Deus, nem murmurando algo contra a verdade nem agindo contra a justiça. (...) Nem se desvia do caminho que conduz ao termo da vida, ao qual é necessário ter chegado puro, tranquilo, desembaraçado, tendo-se acomodado sem violência ao seu destino.” (p89)

“O que acaso faças, faz com isto, com ser homem de bem. (...) Esse princípio, preserva-o em todos os atos.” (p99)

“(...) Enquanto vives, enquanto é possível, torna-te homem de bem.” (p101)

“Não perturbar-se, mas em todo impulso dar em troca o que é justo.” (p105)

““Ocupa-te de poucas coisas”, diz ele, “se queres haver de ter bom ânimo.” (p107)

“Não te inquietes; torna-te simples” (p107)

“Aconteceu para ti alguma coisa? Muito bem! De todas as coisas, desde o início está para ti determinado e urdido tudo que acontece. E em suma, breve é a vida; deve-se aproveitar o presente com prudência e justiça. Sê sóbrio.” (p109)

“Ama o pequeno ofício que aprendeste, recreia-te nele; e passa o restante da vida como aquele que de toda a sua alma confiou nos deuses em relação a tudo que lhe concerne.” (p111)

“Assim pois não desanimarás, a menos que mais tempo do que convém consagres às coisas inferiores.” (p111)

“Corre sempre pelo atalho encurtado, e o encurtado é aquele segundo a natureza; assim em tudo é o mais razoável falar e agir.” (p123)

“(...) Não te inquietes com essas coisas, mas atravessa a reta via, deixando-te conduzir pela natureza.” (p127)

“(...) O que acontece a cada um lhe foi, de certo modo, ordenado como apropriado para o seu destino.” (p133)

“Cada ser tende ao fim em vista do qual foi constituído.” (p145)

“E que outra coisa senão aos deuses certamente honrar e bendizer, e aos homens fazer bem e suportá-los e não lhes ter aversão?” (p155)

“Se cumpres o teu dever, que não faça diferença para ti ou sentir frio ou calor, que estejas sonolento ou tenhas suficientemente dormido, seu sejas criticado ou elogiado, que morras ou faças outra coisa.” (pp159)

“Tudo se cumpre segundo a natureza do todo.” (p161)

“Assim é necessário fazer ao longo da vida toda e, quando muito fidedignas se te afiguram as coisas, desnudá-las e contemplar-lhes a vulgaridade e a história pela qual são veneradas, despi-las. (...) Quando mais pareces ocupar-te de coisas importantes, aí é que ela mais te engana como uma charlatã.” (p163)

“Eu de minha parte faço o que devo; as demais coisas me não distraem.” (p171)

“Conserva-te então simples, bom, puro, respeitável, sem adorno, amigo do que é justo, piedoso, benévolo, afetuoso, firme para com os trabalhos convenientes. Luta para que permaneças tal qual te quis fazer a filosofia. Respeita aos deuses, salva os homens. Breve a vida.” (p175)

“Em tudo (...): a constância em trabalhar conforme a razão, e a equanimidade em todas as partes, e a piedade, e a serenidade de rosto, e a mansidão, e a ausência de vanglória, e a ambição quanto à compreensão das coisas.” (p175)

“Recupera a sobriedade e anima-te.” (p177)

“Quem vê as coisas de agora acabou de ver a todas, tanto as que existiram desde sempre quanto as que serão até o infinito; pois todas as coisas são semelhantes e de aspectos semelhantes.” (p179)

“Em tudo aquele que governa o conjunto universal te empregará belamente, e te acolherá em certa função entre os auxiliares e colaboradores.”. (p183)

“Uma só coisa aqui é de grande valor: em companhia da verdade e da justiça, benévolo para com os mentirosos e injustos, passar a vida.” (p187)

“As coisas em que nos aplicamos, essas ocorrem.” (p189)

“Contra a razão da natureza comum nada te acontecerá.” (p191)

“O cosmos é um só, composto de todas as coisas; e um só é Deus, através de todas as coisas; e uma só a substância, e uma só a lei; (...) e uma só a verdade.” (p197)

“Todas as coisas se comportam segundo a lei.” (p205)

“Examinar de qual maneira, durante o tempo em que se vai viver, possa viver melhor.” (p211)

“É necessário suportar entre fadigas e sem lamentos o vento soprado a partir dos deuses.” (p213)

“Viver o resto do tempo excedente conforme a natureza.” (p215)

“Somente amar o que te acontece e o que é tramado pelo destino.” (p215)

“Somente aplica-te e deseja para ti mesmo ser homem de bem em tudo que praticas.” (p217)

“O sofrimento nem é insuportável nem eterno, se acaso te lembres dos seus limites e não ajuntes mais opinião.” (p219)

“Lembra-te sempre disso: (...) de que em pouquíssimas coisas está estabelecido o ter vivido com felicidade.” (p221)

“Passa sem violência a vida, na maior alegria, ainda que todos clamem contra ti as maldições que quiserem, ainda que as feras despedacem os pobres membros dessa massa que te circunda e sustenta. Pois que impede, em meio a tudo isso, a inteligência conservar-se em calma, e com discernimento verdadeiro sobre o que acontece em torno, e estar preparada para tirar proveito do que lhe está ao alcance?” (p223)

“Nisto está a perfeição moral: o passar todo dia como último, e nem estar agitado, nem estar entorpecido, nem fugir.” (p223)

“Onde então está o bem viver? Em fazer o que a natureza do homem busca.” (p227)

“Em primeiro lugar, não te inquietes, pois tudo é conforme a natureza do conjunto universal, e dentro de pouco tempo não serás ninguém em parte alguma. (...) Depois, tendo fixado os olhos em tua tarefa, observa-a e, tendo presente que te é necessário ser um homem de bem, (...) cumpre-o sem desviar-te e como te parece mais justo, somente de maneira benévola e discreta e não-fingida.” (p229)

“Nada se deve fazer ao acaso.” (p235)

“Cada coisa tem sido feita para uma finalidade, o cavalo, a vinha: de que te admiras? Também o sol dirá: “fui produzido para algum trabalho”, bem como os restantes deuses. Tu então para que foste criado? Para alegrar-te? Vê se esse pensamento se sustenta.” (p235)

“Se eliminares tua suposição acerca do que parece afligir-te, tu mesmo te colocas na maior estabilidade.” (p245)

“Hoje saí de todas as dificuldades, ou melhor, expulsei toda dificuldade; pois esta não estava fora, mas dentro, nas minhas suposições.” (p269)

“Observa que é que a natureza busca de ti. (...) Utilizando-se dessas regras, de maneira nenhuma desperdices teu trabalho.” (p291)

“O que quer que te aconteça, isso para ti desde a eternidade estava preparado; e o encadeamento das causas havia entrelaçado desde sempre tanto a tua substância como este acontecimento.” (p291)

“É necessário a inteligência sã estar preparada para todas as coisas que aconteçam.” (p319)

“Qual o teu ofício? Ser um homem de bem. E como sê-lo belamente senão a partir de estudos.” (p327)

“Quando extremamente te indignares ou também te afligires, pensa que muito curta é a vida humana, e que dentro em muito pouco todos estaremos estendidos. O que nos molesta não são as ações, mas sim nossas suposições.” (p341)

“Como é risível e estranho quem se admira de seja o que for que acontece na vida!” (p363)

“Se não convém, não o faças; se não é verdadeiro, não o digas. Esteja pois em ti o teu impulso.” (p365)

“A salvação da vida está em ver completamente que é que é cada coisa em si mesma, qual decerto seu material, e qual sua causa formal; de alma inteira praticar o que é justo e dizer o que é verdadeiro. Que sobra a não ser desfrutar do viver, um bem que se entrelaça a outro, de maneira a não deixar o menor intervalo?” (p373)





Sobre o conceito de transformação

“Como todas as coisas rapidamente desaparecem, no cosmos os próprios corpos, e na duração as recordações! Tais são as coisas sensíveis todas e sobretudo as que atraem pelo prazer ou afugentam pela dor (...).” (p59)

“Contempla sem cessar o que nasce por transformação, e habitua-te a pensar que nada a natureza do conjunto universal ama tanto quanto transformar as coisas existentes e formar novos seres semelhantes. Pois de certo modo é semente, do que de si há de ser, tudo o que é.” (p113)

“Conceber sem cessar o cosmos como um só vivente que tem sobre si uma só substância e uma só alma; e como a uma só percepção tudo se lhe refere; e como por um só impulso tudo trabalha; e como tudo de todo acontecimento é concausa.” (p115)

“Tão habitual e conhecido como a rosa na primavera e o fruto no verão tudo que acontece!” (p117)

“Em suma, portanto, considerar sempre como efêmeras e vis as coisas humanas.” (p119)

“(...) Nada me sucederá que não esteja de acordo com a natureza universal.” (pp139)

“Eu agora tenho o que a natureza comum quer que agora eu tenha, e pratico o que a minha natureza quer que agora eu pratique.” (p149)

“Pode algo produzir-se sem transformação? E existe algo mais caro ou mais familiar à natureza do conjunto universal? (...) Não vês então que também o transformar-te a ti próprio é algo semelhante e semelhantemente necessário à natureza do conjunto universal?” (p201)

“Todas as coisas quantas vês (...) a natureza que rege o conjunto universal as transformará, e de sua substância fará outras coisas, e de novo outras da substância destas, para que sempre novo esteja o cosmos.” (p203)

“O que da terra brotou à terra retorna.” (p213)

“Desde já a todos nós a terra cobrirá; depois também ela se transformará; e aquelas coisas se transformarão até ao infinito; e de novo aquelas coisas até ao infinito.” (p275)

“A perda nenhuma outra coisa é que transformação. E nisto se compraz a natureza do conjunto universal, segundo a qual todas as coisas com acerto acontecem, desde a eternidade da mesma maneira aconteciam, e serão tais outras até ao infinito.” (p279)

“Assim pois continuamente verás as coisas humanas como fumo e o nada, principalmente se te lembrares de que nunca mais existirá no infinito tempo aquilo que uma vez se transformou.” (p313)




 

Sobre a morte/ sobre a brevidade da vida

“Que é morrer? (...) Caso alguém considere a morte em si mesma e pelo partilhar da noção dissolva as fantasias que a envolvem, não mais outra coisa a conceberá do que ser esta uma ação da natureza.” (p59)

“Lembrar-se sempre então destas duas coisas: uma que tudo, desde a eternidade, é de igual aspecto e dá a volta em círculos; (...) outra que tanto aquele de vida mais longa como aquele que morre o mais cedo perdem o mesmo.” (p63)

“(...) Todas as coisas certamente do corpo são um rio, e as da alma sonho e fumo, e a vida uma guerra e estadia de estrangeiro, e a fama póstuma um esquecimento. Que então o que pode guiar? Uma só coisa e única: a filosofia. E isso consiste em guardar o nume interior não ultrajado e não danificado, mais forte que prazeres e penas, nada fazendo ao acaso nem falsamente e com hipocrisia, não necessitado de outro ter feito ou não ter feito algo. (...) E sobretudo aguardando, com mente propícia, a morte como nenhuma outra coisa que a dissolução dos elementos de que é composto cada um dos viventes. (...) Pois é conforme a natureza, e nada que é conforme a natureza é um mal.” (p67)

“Que é isso? Embarcaste, navegaste, atracaste. Desembarca!” (p73)

“A morte tal qual o nascimento, mistério da natureza: combinação dos elementos, separação nesses mesmos; em suma nada em que alguém possa ser desonrado.” (p97)

“E em suma lembra-te de que dentro de pouquíssimo tempo também tu e ele estareis mortos, e logo mais de vós nem nome restará.” (p97)

“Todas as coisas são desvanecentes e rapidamente se tornam lendárias, e rapidamente também as envolve completo esquecimento. E isso digo daqueles que brilharam de maneira admirável, pois os demais são, ao mesmo tempo com o expirar, “invisíveis, não-percebidos”. E que é, em suma, a memória eterna? Um vazio total. Que é então aquilo sore o qual é necessário nosso esforço ser impulsionado? Unicamente isto: pensamento justo e práticas consagradas ao bem comum e linguagem jamais capaz de enganar e disposição a tudo que acontece como a algo necessário, com a algo conhecido, como a algo que flui do mesmo princípio e da mesma fonte.” (p113)

“Como se algum dos deuses te dissesse que morrerás amanhã ou em todo caso ao menos depois de amanhã, até não farias grande caso de que fosse depois de amanhã mais do que amanhã, se ao menos não és extremamente vil; pois quão importante é o intervalo de tempo? Assim também não consideres ser de grande importância morrer daqui a muitos anos em vez de amanhã.” (p119)

“Medita frequentemente a rapidez da passagem e da dissolução dos viventes e dos acontecimentos, a substância, com efeito, é como um rio em perpétuo fluxo, e as energias em contínuas transformações.” (p149)

“Tudo que é material desaparece rapidissimamente na substância do conjunto universal; e toda causa é rapidissimamente recolhida na razão do conjunto universal; e a recordação de todas as coisas é rapidissimamente sepultada na eternidade.” (p197)

“Próximo decerto o teu esquecimento a respeito de tudo, e próximo o esquecimento de tudo a respeito de ti.” (p201)

“Não menosprezes a morte, mas compraze-te com ela como sendo também esta uma das coisas que a natureza quer.” (p263)

“Não comportar-se nem com hostilidade, nem com violência, nem com soberba para com a morte, mas aguardá-la como uma das atividades naturais.” (p263)

“À natureza que todas as coisas dá e recupera, o homem instruído e respeitoso diz: “dá o que queres, recupera o que queres.” (p305)

“Tanto em corpo quanto em alma é preciso ser surpreendido pela morte! A brevidade da vida, a imensidão do tempo atrás e adiante, a fragilidade de toda matéria.” (p361)

“Dentro de não muito tempo não serás ninguém em parte alguma, nem tampouco alguma destas coisas que agora vês. (...) Pois todas as coisas têm surgido para transformar-se, alterar-se e corromper-se, a fim de que outras nasçam em seguida.” (p367)

 




Sobre o papel comunitário do ser humano

“Pois fomos nascidos para a cooperação, com pés, como mãos, como pálpebras, como o de baixo e o de cima dos dentes.” (p49)

“O que não convém à colmeia, nem à abelha convém.” (p191)

“Faço alguma coisa? Faço-a tendo em vista a beneficência dos homens. Sobrevém-me alguma coisa? Recebo-a tendo em vista os deuses e a fonte de todas as coisas, desde a qual se enovelam conjuntamente todos os acontecimentos.” (p237)

“Alegria de homem: fazer as coisas próprias de homem. E próprio de homem é benevolência para com o semelhante, desprezo pelas comoções dos sentidos, separação das ideias persuasivas, contemplação da natureza do todo e dos acontecimentos de acordo com a mesma.” (p239)

“Como a natureza do conjunto universal tem constituído os viventes racionais em prol uns dos outros, para se ajudarem mutuamente segundo seu mérito e não se prejudicarem de modo algum, aquele que transgride essa vontade comete evidentemente impiedade contra a mais venerável das divindades.” (p259)

“Que mais queres depois que fizeste o bem a um homem? Não basta isto, que conforme a tua natureza trabalhaste? (...) Assim também o homem, benfeitor por natureza, quando pratica algum benefício ou simplesmente colabora em coisas comuns, fez aquilo para o qual foi constituído e alcançou seu fim próprio.” (p287)

“E em primeiro lugar qual a minha relação para com os homens? É que temos nascido uns para os outros; tenho nascido para pôr-me ao lado deles.” (p337)

“Em primeiro lugar, nada ao acaso nem sem objetivo. Em segundo lugar, não ter em mira outra finalidade senão o bem comum.” (p367)

 




Sobre o guia interior

“Que não te distraiam os incidentes de fora! Concede a ti mesmo tempo livre para aprender mais alguma coisa boa e cessa de dar voltas.” (p55)

“Que não te distraiam os incidentes de fora! Concede a ti mesmo tempo livre para aprender mais alguma coisa boa e cessa de dar voltas.” (p55)

“(...) Podes, à hora que quiseres, recolher-te em ti mesmo. Pois em nenhuma parte um homem se recolhe nem mais tranquila nem mais calmamente do que na própria alma.” (p93)

“Volta os olhos para a rapidez do esquecimento de todas as coisas, e para o caos do tempo infinito de ambos os lados, e para o vazio da repercussão, e para a volubilidade e falta de critério dos que parecem aplaudir, e para a estreiteza do lugar onde se circunscrevem. A terra inteira, em resumo, é um pontinho. (...) antes de tudo, não te atormentes nem te reteses, mas sê livre e olha as coisas como varão, como homem, como cidadão, como vivente mortal. (...) As coisas não atingem a alma, mas ficam paradas fora, imóveis; e as perturbações vêm unicamente da suposição de dentro. (...) Pensa continuamente: “O cosmos, mudança; a vida, suposição”.” (p95)

“O guia interior e soberano da tua alma seja parte imutável sob o movimento calmo ou agitado da carne.” (p149)

“O guia interior é aquele que a si mesmo desperta e transforma e se faz a si mesmo como quiser, e que faz todo acontecimento aparecer tal como ele o quer.” (p161)

“Honres unicamente teu guia interior e o que há de divino em ti, e temas não cessar de viver algum dia mas sim nunca começar a viver segundo a natureza, serás um homem digno do cosmos que te gerou, e deixarás de ser um estranho à tua pátria e de admirar como inesperados os acontecimentos de cada dia e de estar dependente disto e daquilo.” (p355)




***   ***   ***



Meu agradecimento ao diretor da Escola Nova Acrópole de Curitiba, pelo convite pra fazer a palestra e pela confiança depositada, bem como aos professores que me auxiliaram na tarefa de montagem da apresentação. 








"A obra da Filosofia é simples e discreta.

Não me induzas à vaidade."

(Marco Aurélio)






Gratidão



Força Sempre




Caminhada Salto dos Macacos, Morretes-PR, 12 e 16 de Novembro de 2025

 




Trilha Salto dos Macacos

em parceria com amigos da Escola de Filosofia Nova Acrópole



Nos dias 12 e 16 de novembro fiz a trilha do Salto dos Macacos, localizada no município de Morretes (80 km distante de Curitiba), junto com amigos da Nova Acrópole de Curitiba e com a Mari. No dia 12 fomos eu e os amigos Milton e Ricardo, com o intuito de fazer um reconhecimento; e no dia 16 conduzimos um grupo de 10 pessoas, alunos da Escola, para a imersão na floresta, tendo como ponto de chegada o inspirador Salto dos Macacos.

A trilha, embora relativamente curta, demanda uma boa dose de esforço físico e disposição, pois tem elevado grau de altimetria (muito sobe e desce) e é bastante acidentada (muitas raízes, buracos, pedras, etc). Em compensação, é um belo cenário natural, numa magnífica combinação de mata atlântica preservada com o imponente maciço montanhoso do Pico Marumbi, ali do lado. 

Como sabemos, o processo de assimilação de uma caminhada como essa (como de tudo que fazemos...) ocorre em diversas etapas e formas. Primeiro, a vivência do momento em si, sob o peso dos fatos, do clima, das incertezas inerentes à realidade, do esforço físico requerido, do estado emocional do momento, etc. Depois fica uma certa reverbaração na memória, na energia psíquica, na leitura que fica de uma vivência que vai ficando no passado, pouco a pouco. E assim é...

Meu muito obrigado aos companheiros de trilha, nos dois dias de jornada.

Vamos juntos?






Obs:

1) Link com informações do Salto dos Macacos (Google): Salto dos Macacos

2) Todas as fotos foram feitas com o celular Motorola Edge 50





Dia 12 de Novembro (reconhecimento)

Tempo (ida e volta): 3h 32min
Ganho de elevação: 640m
Distância percorrida (ida e volta): 7,73 km



























































































































Dia 16 de Novembro

Tempo (ida e volta, com paradas): 7h 33min
Ganho de elevação (ida e volta): 1.419m
Distância percorrida (ida e volta): 7,33 km




































































































































































































































































































Gratidão


Força Sempre