Tiger 900 Rally Pro

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sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Corrida de rua "100 anos do 62 BI" (10 km), Joinville-SC, 14 de Outubro de 2018



(Crédito da foto: equipe Foco Radical)




Fui participar dessa corrida em Joinville a convite do amigo Rogério Bastos, que mora lá e foi um dos organizadores do evento. 

Aproveitei a oportunidade pra fazer a pequena viagem (130 km distante de Curitiba) com a GS, e curtir, assim, um pouco do prazer de pilotar em estrada. Como a largada da corrida seria às sete horas da manhã do domingo, saí de casa no sábado à tarde e, aceitando o convite recebido, pernoitei na casa do Rogério. 

Nossa amizade conta já mais de vinte e cinco anos, tendo sua origem na época em que ambos servíamos como oficial no 62 BI, no começo da década de 1990. Assim, no sábado à noite compartilhamos uma bela pizza, na companhia de sua esposa Marília e seu filho Fábio, em meio a agradável conversa a respeito dos "velhos tempos", bem como dos atuais. Muito bacana esse momento.

O tempo, "pra variar", estava chuvoso e cinzento em toda a região, desde alguns dias antes. O domingo amanheceu ainda fechado, com tudo muito úmido e cara de mais chuva. 

O Fábio (que correu os 5 km) e eu fomos caminhando juntos até o Batalhão, alguns minutos antes do horário previsto para a largada. O Rogério havia saído ainda de madrugada, devido aos seus compromissos com a organização.

A corrida era em comemoração aos 100 anos da chegada do 62 BI a Joinville, e contava com mais de 1.300 inscritos (nas distâncias de 5 e 10 km). 

Dada a largada, fui entrando no ritmo aos poucos, embalado pela multidão e pelo aspecto um tanto melancólico da manhã chuvosa. Atenção aos movimentos, à flexibilidade das articulações, à dinâmica das passadas, e os quilômetros foram passando. 

Mais ou menos na metade do percurso, recomeçou aquela chuvinha fina, criando uma boa contraposição ao calor interno gerado pelo exercício.

Concluí o trajeto com uma sensação boa de tranquilidade e domínio da situação. Participar dessa corrida teve um gosto todo especial de nostalgia, de sentir o tempo passando. Muito bacana essa sensação de voltar a um lugar com tanto significado, tanto tempo depois.

Servi no 62 durante cinco anos (de 1992 a 96), nos primeiros anos da carreira militar, e tenho um carinho e um conjunto de emoções realmente muito intensas com a Unidade. Não foi uma época fácil, mas foi bacana. Voltar àquele pátio de formatura, com seus paralelepípedos irregulares, com o velho lema "os melhores são apenas bons para a Infantaria" escrito no lado interno do pavilhão de comando, os prédios das Companhias ao redor, é como voltar no tempo... Quantas vezes! Quantas histórias! Quantos amigos!

Inevitável mencionar o sentimento de saudade. Mas de que exatamente? Talvez não de fatos ou de acontecimentos específicos, mas sim de algo mais difuso, mais íntimo. Talvez seja mais um sentimento de tristeza (ainda que intelectualmente resignada) por essa condição incontornável da vida: cada momento vivido é único e irreversível.

Essa constatação só confirma a "necessidade" de valorizar cada dia, cada oportunidade, cada respiração, cada singelo segundo da vida, porque tudo passa realmente muito rápido, e não tem volta. Viver não tem ensaio, não tem depois, não tem concessões... É aqui, agora, e só.

Na volta pra casa, mais chuva na estrada. A GS, impecável.

Viva a vida!






(Crédito da foto: equipe Foco Radical)
























Meu muito obrigado ao amigo Rogério, pelo convite, pela acolhida, pela conversa, pela amizade. Valeu!

E parabéns pela organização do evento. Padrão profissional!







Gratidão





Força Sempre








terça-feira, 16 de outubro de 2018

Viagem de caiaque a Guaraqueçaba-PR, 08 a 10 de Outubro de 2018











O convite pra essa remada partiu do amigo Mauro Bevilacqua, de Piedade-SP, ninguém menos do que o construtor dos caiaques Ygará. Ele tinha que vir entregar dois barcos novos ao casal Newton e Andréa, em Paranaguá, no litoral do Paraná, e, pra aproveitar a oportunidade, aceitou a sugestão dos novos amigos para fazer essa remada até Guaraqueçaba, onde eles têm casa.

Junto com ele veio sua companheira, Carla, e outro amigo apaixonado pela liberdade das águas, Adelson. Encontramo-nos em Paranaguá numa manhã chuvosa de segunda-feira. A ideia era ir até Guaraqueçaba nesse dia e retornar na quarta-feira. 

A previsão do tempo não era animadora: tempo chuvoso e fechado ao longo de toda a semana. Era o que tinha para o momento.

O Mauro e a Carla estavam num caiaque duplo Marajó, o Newton e a Andréa estreariam o seu novo duplo do mesmo modelo, o Adelson remava um Inuk 560 – lindo barco de projeto irlandês, lançamento da Ygará -, e eu, o velho e bom Kayapó.







Preparando pra partir, em Paranaguá





Às dez e vinte da manhã conseguimos acertar os detalhes finais e, animadamente, zarpamos do cais principal, sob os olhares curiosos dos transeuntes e das palavras de incentivo do nosso amigo Marcão, que veio de Curitiba só pra nos dar um abraço e acompanhar a saída.






Newton e Andréa dando as primeiras remadas no Marajó, saindo de Paranaguá





Pouco depois já estávamos próximos ao Porto do Paranaguá, contornando os pequenos canais e saindo para o espaço aberto da baía. 






Porto de Paranaguá






O percurso que faríamos tinha várias referências geográficas de fácil identificação, além de que não havia muitas curvas a serem feitas, de tal forma que planejamos nos guiar apenas pela orientação visual, considerando também que o Newton é habituado com a região, tendo feito esse trecho várias vezes nos barcos que fazem o transporte diário de pessoal entre as duas cidades.






Porto de Paranaguá






Estar num ambiente como esse, por si só, já torna o esforço pra chegar até ali válido. Sentir a grandeza do mar sob os cascos dos nossos pequenos barcos, a imensidão do céu por cima, o vento soprando forte em nossos rostos e, eventualmente, botos vindo espiar à superfície, é um verdadeiro espetáculo, que todos nós reconhecíamos e desfrutávamos entusiasmados.












Cerca de duas horas após a partida fizemos uma parada técnica para um rápido descanso e lanche. Nuvens escuras rondavam o céu e uma garoa fina já se fazia sentir – um tanto preocupante, considerando a aparente fragilidade de nossas embarcações e a oposta imponência do mar à nossa frente. Entretanto a superfície da água estava calma como uma piscina, proporcionando um sentimento ambíguo de uma leve tensão envolta em certa tranquilidade.












Por volta das três horas da tarde as condições climáticas haviam evoluído para uma densa névoa que limitava a visão a não mais do que uns duzentos metros, o que, no ambiente em que estávamos, era o mesmo que nada. A orientação visual, nessas condições, começou a ficar mais difícil, mas ainda achávamos que era só seguir em frente que em breve chegaríamos ao nosso destino.













Uma hora depois continuávamos remando no meio da “escuridão branca”, sem enxergar praticamente nada à frente e sob um silêncio quase sagrado em volta. Considerando a distância que já havíamos percorrido começamos a desconfiar que já deveríamos ter chegado, mas não havia sinal de cidade em lugar nenhum.







Newton e Andréa



Mauro e Carla





Por sorte vimos, à distância, o barco de um pescador. Aproximamo-nos e perguntamos-lhe onde estava a nossa desejada cidade-destino. Confirmando nossas suspeitas, o rapaz nos deu a desanimadora notícia que havíamos passado muito de onde queríamos chegar, e que teríamos que retornar, “acompanhando o mangue, sem entrar no rio que vai ter logo ali, depois contorna a ponta lá na frente e aí já vai estar na frente da cidade”.






Newton e Andréa, e o novíssimo Marajó





Resignados, passamos a seguir as instruções recebidas, já de olho no relógio e tentando calcular se chegaríamos antes do cair da noite. A visibilidade foi se reduzindo ainda mais. Essas condições, aliadas ao cansaço que já se fazia presente, criou uma leve tensão com a qual o grupo lidou super bem, mantendo o moral e a confiança elevados. O fato é que não podíamos errar de novo, ou correríamos o sério risco de ter que passar a noite embarcados, ou ao relento no meio do mangue, aguardando o amanhecer do próximo dia.






Adelson e o Inuk 560




A tal ponta que o pescador disse que teríamos que contornar era bem maior do que desejávamos. Foram longos minutos de expectativa, até que às 17:30 h conseguimos distinguir o contorno de uma antena de rádio em meio ao horizonte envolto em névoa à nossa frente. Havíamos chegado.





Guaraqueçaba, surgindo da névoa





Desse episódio fica a lição da importância da orientação nesse tipo de ambiente. Não dá pra se basear apenas no visual, porque numa situação como essa, fica-se extremamente comprometido. É essencial ter a rota traçada previamente em um GPS, como segurança e auxílio à navegação, bem como uma simples bússola também pode ser muito útil. O que aconteceu é que em algum momento do nosso percurso, como estávamos sem referências visuais, saímos da direção correta, sem perceber, e aí já era! 

Passado o pequeno sufoco, encostamos no píer local e curtimos aquela sensação maravilhosa de relaxar após um longo dia de remada.

Achamos uma pousadinha, instalamo-nos e mais tarde saímos para repor as energias num simpático barzinho local, com boa música, boa comida, boa cerveja e bons amigos – não tinha como ficar melhor!

O dia seguinte amanheceu com um aspecto bom, com o sol dando as caras e o azul do céu se espreguiçando por entre as nuvens. Aproveitamos para colocar as coisas pra secar (pois estava tudo muito molhado) e organizar os equipamentos. 












No final da manhã o Adelson, a Andréa e eu ainda saímos para uma corridinha sem compromisso, pra dar uma volta pela cidade e relaxar um pouco a musculatura.












Guaraqueçaba é uma típica cidade do interior, mas com uma simpática orla debruçada sobre a quietude da baía local. Se a ideia é morar num local tranquilo, ali é o lugar!












O restante do dia foi de descanso e bate papo. Muito boas conversas sobre as experiências de cada um em diversos esportes - questões técnicas, humanas, emocionais, etc. Assunto não faltou...

À noite degustamos uma preciosa comida caseira num restaurantezinho local, envoltos em muita tranquilidade e clima de confraternização.

De madrugada a chuva retornou, confirmando a previsão do tempo que continuava a prognosticar precipitação, ventos fortes e possível tempestade para o dia seguinte.

De fato, o dia amanheceu meio cinzento, mas felizmente sem chuva. Aprontamo-nos cedo e às sete e meia já estávamos remando.







Preparando pra partir de Guaraqueçaba





O Newton e a Andréa nos acompanharam por cerca de quarenta minutos e depois retornaram, já que passariam a semana na casa deles em Guaraqueçaba.






Despedida dos amigos Newton e Andréa





Fizemos uma pernada de duas horas e meia e paramos para descansar numa ilha no meio da baía. Um lugar paradisíaco! Fizemos um rápido lanche, apreciando o local, demos uma caminhada em volta e retornamos aos remos.




































Nessa segunda metade da jornada o vento apertou e o mar encrespou. Em certos momentos nos vimos metidos efetivamente naquela espécie de “máquina de lavar roupa” gigante, com ondulações batendo de todas as direções, algumas passando por cima dos conveses e espirrando nas nossas caras. Nessas horas estar num barco que transmite confiança e robustez é uma satisfação. O Kayapó (bem como o Marajó e o Inuk) seguia em frente cortando o mar grande com firmeza.







Pela foto não dá pra perceber, mas estava uma pancadaria nessa hora





Às duas da tarde aportamos no mesmo cais de onde havíamos zarpado dois dias antes, cansados, mas satisfeitíssimos.

A sensação que fica quando terminamos uma remada como essa é sempre de que deveríamos fazer mais disso, que deveríamos dedicar mais tempo a esse tipo de atividade, etc. É incrível pensar o quão simples são os elementos componentes de tal empreitada – um caiaque, um remo, alguns equipamentos e a nossa mãe natureza como cenário principal.

Oxalá mais pessoas possam reconhecer o valor de passeios como esse e se entusiasmar a começar na brincadeira. Quem sabe um dia possamos reunir um grande grupo de amigos e repetir a dose, em homenagem à vida, às amizades e à oportunidade de estar outdoor. Fica aqui o convite.

Bom demais!







Clique no link abaixo e assista a um pequeno vídeo sobre a remada:













Ida: Paranaguá > Guaraqueçaba, 40 km
Na rota traçada em vermelho vê-se nitidamente o desvio que fizemos, 
saindo da direção correta







Volta: Guaraqueçaba > Paranaguá, 32 km







Obs: Meu muito obrigado aos companheiros dessa viagem, em particular ao Mauro Bevilacqua, pelo convite e por ter reunido essa galera para o passeio. Valeu!






Mauro Bevilacqua






Carla Barboza





 Andréa Santana





Newton Adriano Weber ("Caratuva")






Adelson Rodrigues Carneiro







***   ***   ***
















"Daqui a vinte anos você estará mais decepcionado
pelas coisas que não fez do que por aquelas que você fez.
Portanto livre-se das bolinas,
navegue longe dos portos seguros,
explore, sonhe, descubra."

(Mark Twain)







Gratidão





Força Sempre










sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Passeio Troller "Trilha Eurocar", 06 de Outubro de 2018








Passeio organizado pela equipe da concessionária "Trilha Eurocar", de Curitiba...

(o dia em que "quase a vaca foi pro brejo")












Era pra ser apenas um passeio pelas estradinhas de terra da região de Campo Magro, na região metropolitana de Curitiba, mas...

Havia uma chuva no meio do caminho... 





































Havia cerca de vinte jipes Troller participando do passeio. Em determinado momento da trilha tinha uma subida muito íngreme, que, com a chuva que estava caindo, se transformou num escorregador de lama. Os dois primeiros carros passaram, mas a partir daí começou a "sessão reboque"...

Não estava com um bom presságio aquele negócio... Chuva, frio, lama, carros deslizando, guinchos trabalhando no limite.

Na minha vez subi até onde deu, depois fui ajudado pelo guincho do carro que estava no topo da subida. Quando estava quase no final da ladeira, foi preciso desengatar o cabo de reboque para que o guincho pudesse puxar os últimos metros. Nesse ínterim, de repente o carro deslizou ladeira abaixo, de ré, fora de controle! Uma situação dessa é a combinação perfeita para um grave acidente de capotamento. Há diversos casos relatados e filmados desse tipo de acidente. Por sorte (ou por perícia do piloto, não sei bem... rsrsrs) no meio do trajeto ladeira abaixo o carro deu um "cavalo de pau" espontâneo, e parou! Os anjinhos da guarda estavam atentos (rsrsrs)!

Depois dessa o pessoal que estava na organização decidiu abortar a tal subida. Buscou-se um caminho alternativo e deu-se o passeio por encerrado.

[Tenho um ponto de vista: quando a situação evolui pra ter que carregar a bicicleta (ao invés de ela nos carregar) ou carregar o caiaque ou andar quando era pra estar correndo, ou puxar um carro quando era pra ele estar andando por conta própria, é porque as coisas estão saindo de controle! - fica a lição!]

Mari e Thaís estiveram juntas nessa! 











É isso. Como diz aquele ditado: "não tem dia fácil"!







Gratidão




Força Sempre