Tiger 900 Rally Pro

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quarta-feira, 18 de abril de 2018

Viagem de moto a Bom Jardim da Serra-SC, 10 e 11 Abr 2018







Subindo a Serra do Rio do Rastro, e
descendo a Serra do Corvo Branco

Curitiba - Bom Jardim da Serra - Curitiba
1130 km
BMW R 1200 GS
dois dias, solo




Montei essa rápida viagem com a intenção principal de apenas dar uma volta um pouco maior de moto. Estava realmente sedento por aquela velha sensação de montar na moto de manhã e rodar até o fim do dia.

O “problema” de planejar uma viagenzinha como essa é a possibilidade de opções e ideias do que fazer e aonde ir. Pra resolver essa instigante equação, fechei o foco num roteiro enxuto, rápido e com dois belos atrativos geográficos e visuais: a famosa Serra do Rio do Rastro e a emblemática Serra do Corvo Branco, ambas em Santa Catarina.













Saí de Curitiba no começo da manhã, num belo dia de sol e céu azul, fenômeno raro por essas bandas. O tempo seco e aberto predominaria por todo o trajeto, nos dois dias da viagem, o que é sempre muito animador.












O trajeto pela BR 101 em direção ao sul não tem novidades ou dificuldades. É preciso apenas ficar com um olho na estrada e o outro nos malditos radares que infestam todos os cantos, à espreita de um deslize no controle da velocidade.

No meio da tarde cheguei à cidade de Lauro Muller, na base da Serra do Rio do Rastro. É impressionante a sensação de leveza que a mudança do ambiente em torno causa. Subir a serra é como entrar numa zona de tranquilidade, onde o tempo e o visual parecem fazer parte de um outro mundo.

























































Apreciei o belo fim de tarde no mirante no alto da serra como quem assiste a um espetáculo, e de forma muito especial, já que havia bem pouca gente em volta, por ser um dia de semana normal.






























Centro de visitantes, junto ao mirante no alto da serra
































Após os últimos raios de luz do crepúsculo, segui em direção à cidadezinha de Bom Jardim da Serra, onde me instalei numa simpática pousada que já conhecia de outra ocasião, a “Vila dos Ventos”, um conceito diferenciado de hospedagem montado em contêineres, cada um sendo uma suíte equipada e decorada com muito bom gosto e capricho.

Pouco depois saí pra jantar no centro da cidade, e, na sequência, retornei ao aconchego da hospedaria, para uma tranquila e silenciosa noite de sono.

Na manhã seguinte, no café da manhã, o proprietário da pousada, Sr Gérard, muito atencioso e solícito, puxou conversa, e acabamos engatando quase uma hora de bate papo, em que ele me contou que, antes de montar a pousada, trabalhou várias décadas com cultivo de maçã, cultura típica da região. Contou-me das dificuldades e desilusões com o formato desse difícil negócio para o agricultor, desde as eventuais perdas com as frequentes geadas no inverno, passando pela baixa valorização do preço pago ao agricultor, até os “esquemas” montados pelos grandes mercados e atravessadores para lucrar mais com o produto, em detrimento do produtor, que sempre fica com a parte menor do valor cobrado do consumidor final. Conversamos também sobre política, a respeito do que comentou sobre sua desesperança com os rumos desse tema no nosso país, citando, como exemplo, histórias ocorridas na pequena Bom Jardim – “se aqui é assim, imagina por esse país a fora...!”, me disse. E é verdade. Carecemos mesmo é de uma “revolução” cultural e de valores, muito mais do que apenas caça e punição à corrupção (que também é imprescindível, logicamente).







A simpática pousada "Vila dos Ventos", em Bom Jardim da Serra






Com a manhã já avançando rápido, despedi-me do meu simpático anfitrião, desejando-lhe boa sorte nos negócios com a pousada, e peguei a estrada de volta ao mirante da serra, pra visitar o Cânion da Ronda, ali perto.


































Feito o pequeno e bonito passeio nesse outro lado da serra, retornei à estrada em direção à igualmente simpática Urubici, um pouco mais ao norte. Esse trecho de estrada, que em outras ocasiões já fiz de bicicleta (sozinho e em grupo), é um deleite para os olhos e para a alma. Belas montanhas, belas curvas, casinhas bucólicas ladeando a estrada e, pra completar, pouco movimento e aquele sol bonito iluminando um enorme céu azul. Condições realmente muito inspiradoras!








Banquinha de produtos regionais, próximo de Bom Jardim,
e o bom e velho pinhão cozido.

























No caminho fiz um curto desvio pra visitar a cachoeira do Avencal, bela queda d’água que compõe um cenário cinematográfico com a geografia e a vegetação ao redor.
































Cheguei em Urubici já era quase meio dia. Fiz uma rápida parada numa padaria local, onde fiz um lanche leve, e segui destino à Serra do Corvo Branco. Essa estrada tem aspecto ainda mais dramático do que a do Rio do Rastro, por ser de terra e pedra (não pavimentada) e pelos acentuados cortes (naturais e artificiais) das rochas e morros em volta. É um visual realmente espetacular, ainda que não mais inédito para mim, já que também já estive por lá em outras viagens (de carro e também de bicicleta).
































Desci então a sinuosa e acidentada estrada de volta à normalidade da planície, apreciando, no caminho, o imenso conjunto da serra catarinense que se estende, naquele ponto, de sul a norte, visível ao alcance dos olhos até o longínquo horizonte.






















Fui desembocar na cidade de Tubarão, de volta à BR 101, já no meio da tarde. Virei então para o norte e tentei me readaptar ao ritmo acelerado da movimentada estrada, seguindo de volta a Curitiba.

A partir de Florianópolis o fluxo de veículos cresce abruptamente, e segue assim até a capital paranaense. É incrível a quantidade de caminhões nessa estrada! Em determinado trecho, na altura da serra pouco depois de Joinville, já de noite, enfrentei um longo engarrafamento aparentemente sem motivo específico algum, apenas devido ao excesso de caminhões na estrada. Meio tenso pilotar nessas condições. Quando vejo esse tipo de situação, fico pensando na falta que faz uma malha ferroviária no país, que poderia muito bem absorver grande parte dessa demanda de transporte que entope nossas estradas até o talo, em praticamente todo o país.

Por volta das 21 horas estava de volta em casa, muito satisfeito com o pequeno passeio, que, como de costume, parecia ter sido maior do que efetivamente foi. Viajar tem essa capacidade admirável de mudar nossa percepção da passagem do tempo, fazendo parecer que a vida como um todo fica mais intensa e significativa do que aparenta quando estamos metidos na rotina do dia-a-dia.

Valeu!

Bom demais!





Assista no link abaixo a um pequeno vídeo da viagem:










Obs:

  • Todas as fotos: arquivo pessoal.
  • Câmeras utilizadas: Nikon Coolpix AW 130 e DJI Mavic.








"Deixamos de fazer certas coisas não porque são difíceis,
antes parecem-nos difíceis porque não nos dispomos a fazê-las."

(Sêneca)







Gratidão




Força Sempre



















Um comentário:

  1. Realmente , sempre que saímos para uma viagem como essa sem o compromisso dos horários não sentimos o tempo passar porque estamos recarregando nossas baterias , mas o melhor de tudo são os resultados que ficam para sempre em nossas memórias e em nossos corações.as imagens contam a história por si só.Vemos nelas a grandeza e o cuidado de Deus.parabéns meu amigão.segue firme.

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