Superagui
(mais um capítulo da série: "eu e Deus")
Certos
nomes de lugares exercem sobre mim uma espécie de magnetismo (ainda que não
exista nenhuma lógica entre uma coisa e outra), principalmente se combinados
com um bom mapa e a promessa de belas paisagens e pouca gente. “Superagui” é um
desses nomes – um Parque Nacional predominantemente insular, localizado na
porção norte do litoral paranaense. Observada num mapa, a área toda é um grande
vazio demográfico numa região que tinha tudo para ser tomada pelo rolo
compressor do urbanismo. Felizmente parece que “esqueceram” daquele pedaço de
terra.
Bolei
então um roteiro pra fazer de bicicleta, passando pela região, fazendo assim um
típico “exercício de contemplação dinâmica”. O planejamento demandou algumas
pesquisas e certo amadurecimento das várias possibilidades, mas por mais que eu
tenha tentado “cercar” o esquema, o fato é que era um percurso naturalmente
incerto e sujeito a diversas variáveis fora do controle prévio. Mas isso também
tem lá o seu encanto.
Numa
quinta-feira pela manhã, 27 de novembro de 2014, estava pronto pra partir,
afortunadamente com um belo dia de sol (entretanto, não exatamente por acaso,
pois havia adiado a partida no dia anterior em função do tempo chuvoso). Dei-me
ao luxo de sair de casa pedalando direto no roteiro previsto. Alguns
quilômetros no acostamento da BR 277 (tradicional rota de treino de ciclismo de
estrada na cidade), mais alguns no acostamento do contorno leste me colocaram
no começo de uma bela estradinha asfaltada no município de Quatro Barras, entre
imponentes araucárias, passarinhos cantando, riachos correndo e aquela sensação
impagável de se sentir no lugar certo, repentinamente extraído do constante e
insano alvoroço da cidade grande.
Esse
é um trecho de uns trinta quilômetros com muito sobe e desce e com uma paisagem
efetivamente cinematográfica, acompanhando o relevo da bela Serra do Mar. Já
passei por essa estrada diversas vezes e é sempre um prazer estar ali. O lanço
seguinte é a igualmente bela Serra da Graciosa, que, nessa época, fica ainda
mais bonita devido à florada das hortênsias. A descida, durante cerca de vinte
quilômetros contínuos, é uma delícia – o vento batendo na cara, nada de
esforço, os quilômetros passando rápido e aquela exuberância da mata atlântica
numa calma tarde de sol compunham um contexto de total reverência à força e ao
poder revigorante da natureza.
O
trecho final do dia foi por um trajeto praticamente plano de São João da
Graciosa até a cidade histórica de Antonina – totalizando 94 km -, fundada em
meados do século XVII, e que conserva o recato típico das pequenas cidades, com
suas ruas estreitas, pouco movimento e a graça de estar localizada às margens
da Baía de Paranaguá, o que lhe dá aquele ar de leveza que faz bem à alma.
Achei
uma pousadinha bem simpática e quando estava tirando as coisas da bike chegaram
dois caras também viajando de bicicleta – eram de São Paulo e estavam vindo de
Pariquera-Açu (por uma rota por trilhas de telégrafo, no trecho entre Cananéia
e Guaraqueçaba, que não tem estrada) e indo pra Curitiba. Um dos caras tinha 68
anos de idade e o parceiro dele era mais jovem, talvez na casa dos 40. Batemos
um bom papo e trocamos algumas informações dos percursos que cada um já tinha
feito.
Descansei um
pouco e mais tarde saí pra jantar. Seguindo a recomendação da moça da pousada,
fui a uma cantina a poucas quadras de distância – local agradável e com um
atrativo cardápio de inspiração meio italiana, meio caiçara. Mas o bacana de
lugares assim, principalmente numa quinta-feira à noite em que o único cliente
é você, é que as pessoas se falam. O dono (e chef) do lugar puxou conversa e me
contou sua história de vida. Disse que havia feito o Caminho de Santiago de
Compostela três vezes, de bicicleta, me contou sobre sua opção por ter trocado
Curitiba pela cidadezinha, sua preocupação em adquirir os produtos para seu
restaurante de produtores locais, a motivação do cardápio, as manias dos
clientes, etc. Papo simples e muito legal, e infelizmente quase impossível de
acontecer no “modus operandi” das nossas mega cidades de hoje em dia.
Voltando
à pousada, cheguei na recepção e por acaso a dona estava sentada numa mesa ao
lado. Fiz-lhe uma pergunta casual, sobre a associação que eles tinham com a
“Hostelling International” (cuja placa vira do lado de fora), e em vez de
responder de forma lacônica, como, de certa forma, estamos acostumados, ela
começou explicando e disse: “senta aí”; e prolongou a conversa por uma meia
hora. Bacana esse hábito dessas pessoas de puxar conversa.
De
Antonina podia seguir direto pra Paranaguá, de barco ou pelo asfalto, mas previ
aproveitar a saída e conhecer outro canto isolado do litoral paranaense (e de
nome também um tanto atrativo) – Guaraqueçaba. O dia prometia ser difícil.
Seriam 20 km de asfalto e cerca de 80 de estrada de terra até a pequena cidade
também às margens da Baía de Paranaguá.
O
trecho de asfalto rendeu bem e foi ótimo pra aquecer as pernas. Entrando na
estradinha de terra a dinâmica da pedalada muda significativamente. A primeira
mudança é a “sensação de isolamento”, devido ao pouquíssimo movimento de carros
e ao contexto em volta. Com o passar da distância a mata em derredor parece que
vai ganhando força e virgindade. Me ocorreu que se fosse colocado ali sem saber
onde estava, facilmente poderia dizer que estava numa estrada da região
amazônica, tamanha a beleza e o impacto da mata a cercar tudo.
Por
volta do meio dia, passando pela vilazinha de Tagaçaba, aproveitei pra fazer uma
parada um pouco mais longa, e como havia ali um desses barzinhos de beira de
estrada que servia refeições caseiras e nada mais, resolvi ousar e pedi meia
porção do “prato do dia”. Podia apostar que não ia dar muito certo, e, se
tivesse apostado, teria perdido, porque o arroz com feijão, peixe grelhado,
salada de alface com tomate e batata frita estava simplesmente espetacular, e
não era porque estava morrendo de fome. Era realmente uma comida muito bem
feita.
Revigorado,
retornei à estrada com novo ímpeto. A tarde rendeu melhor do que a parte da
manhã, o que me fez pensar que talvez a expectativa do esforço (ou da dor) seja
mais pesada do que o esforço (ou a dor) em si.
O
tempo permanecia bom, apesar do forte calor, que chegou a provocar alguns
chuviscos de verão em certos trechos. A certa altura passou por mim um carro
desses caindo aos pedaços com alguns sujeitos dentro fazendo bagunça e gritando
alto... Os caras paravam em um ou outro rio pra se refrescar e logo em seguida
tornavam a passar por mim com atitude suspeita. Meu estado de “quase hipnose”
foi de repente invadido por uma súbita sensação de insegurança e de
preocupação... Pensando bem, era uma situação muito desfavorável pra mim. No
final das contas não deu em nada. Os caras foram embora e eu segui meu destino
sem problemas, mas fiquei pensando que nós, humanos, conseguimos exterminar ou
enjaular praticamente todos os animais que nos ofereciam algum tipo de ameaça
ao longo da nossa história, com exceção de um. Nós mesmos. O mais perigoso, ardiloso,
traiçoeiro e não confiável animal da face da Terra.
Chegar
num aglomerado humano depois de várias horas pedalando em isolamento deve ser
mais ou menos como chegar num porto depois de uma longa travessia em mar aberto
num barco pequeno – muito gratificante. Guaraqueçaba é uma cidadezinha
incrustada no “meio do nada”, e, como tal, tem aquele aspecto de fim de mundo
tão interessante aos olhos de viajantes em busca de visuais diferentes. Não
deve ser tão interessante pra quem mora lá, entretanto. Depois de instalar-me
numa pequena pousada e tomar um banho, saí para uma caminhada à toa, curtindo a
bela luz de fim de tarde e a satisfação dos 102 quilômetros percorridos no dia.
A
partir de lá se iniciava a parte insular da viagem, e, com isso, as incertezas e
dependência de barcos. A intenção era seguir direto para a vila de Superagui,
mas descobri que não havia barcos para lá no dia seguinte, como gostaria. A
solução era esperar por uma eventual carona (que podia aparecer ou não),
contratar uma voadeira exclusiva para a viagem (uma espécie de taxi marítimo),
o que não era interessante devido ao alto custo, ou pegar um barco de linha
(uma espécie de ônibus) pra Paranaguá, e de lá, tentar pegar outro para
Superagui. Optei por essa última opção. Assim, na manhã seguinte, às sete
horas, estava embarcando com a bike pra Paranaguá.
Duas
horas e meia depois chegava ao movimentado porto de Paranaguá, e, por acaso,
logo em seguida havia um barco saindo para a Ilha das Peças, que fica ao lado
da Ilha de Superagui. Fiz a baldeação para a nova embarcação e logo zarpamos.
Mais uma hora e meia de navegação, agora saindo da baía e indo em direção ao
mar aberto, nos colocou no trapiche da Ilha das Peças (que, por sua vez, é
vizinha da Ilha do Mel, outra ilha muito simpática dessa região).
Colhi
informações adicionais às que já sabia com alguns habitantes locais que estavam
por ali sobre como chegar à Ilha de Superagui, e confirmei que eram apenas
cerca de quinze quilômetros seguindo pela praia, pra enxergar a vila de
Superagui do outro lado do canal entre as duas ilhas. Comprei uma garrafinha
d’água, comi duas bananas e parti sem muita demora, animado que estava pela
expectativa de pedalar no ambiente de praia e mar.
A
realidade dos fatos não decepcionou o que esperava da experiência. Praia
deserta, paisagem belíssima, tempo bom e o coração em paz embalaram
perfeitamente a pedalada, e em pouco menos de uma hora lá estava a vila cujo
nome tanto me atraíra. Restava o problema de como atravessar para lá. No
caminho até ali havia cruzado com um casal de jovens empurrando um carrinho de
bebê (com um bebê dentro) que estava indo para a pequena vila, e me disseram
que um amigo deles iria buscá-los quando lá chegassem. Portanto, na pior das
hipóteses, era só esperar eles chegarem (o que deveria levar mais de uma hora)
pra pegar uma carona. Mas não foi preciso, porque uns quinze minutos depois
apareceu uma voadeira vindo mais ou menos próximo da praia. Acenei e pedi
carona para a travessia (que devia ter mais ou menos uns quinhentos metros).
Prontamente o piloto (que levava duas moças, vindo de Paranaguá) me atendeu,
embarcamos a bike e atravessamos para o outro lado.
A
partir da vila o meu roteiro previa seguir pela praia, na direção norte, até um
outro vilarejo chamado Marujá, já no Estado de São Paulo, distante cerca de 40
km, só que por uma região completamente deserta e desabitada. Parei pra
conversar com os locais e fui orientado a fazer essa pernada somente no dia
seguinte, em função da maré, que àquela hora estava enchendo, o que poderia
dificultar pedalar pela areia, além do vento norte-nordeste, que também àquela
hora estava mais forte do que costumava ser pela manhã. Além disso, já era uma
hora da tarde, a vilazinha de Superagui parecia bem simpática, estava um belo
dia ensolarado, de forma que tudo conspirava para ficar uma tarde por ali e
prosseguir no outro dia.
Almocei
num restaurantezinho na beira da praia, curtindo aquela paz de uma ilha em que
não há carros, nem grandes movimentos, depois fui checar como é esse negócio de
tirar um cochilo numa rede depois de uma farta refeição... Achei uma pousadinha
pra deixar as coisas e tomar um banho e deixei o mundo girar.
Na
manhã seguinte acordei novo, em função do muito oportuno descanso do dia
anterior, juntei as coisas, bati mais um papo com o seu Herondino (o dono da
pousada) e parti pra pernada que prometia ser a mais inóspita e bela da viagem.
De cara, senti que o vento estava contra e forte. Aliás, bem forte. Em
compensação, não estava chovendo (apesar do tempo meio cinzento) e a areia da
praia estava bem firme (com a maré baixa).
O
trecho que se seguiu realmente foi fantástico. Uma imensa e deserta praia a
perder de vista. Um enorme mar à direita. E mais nada. Nem mesmo o forte vento
contra me desanimou ou preocupou. Deveria haver outro pequeno vilarejo a cerca
de 26 quilômetros de distância, onde seria necessário fazer mais uma travessia
de barco para a Ilha do Cardoso, pela qual seguiria pela praia até o tal
vilarejo de Marujá, de onde seria necessário pegar outro barco para a cidade de
Cananéia.
Tudo
estava indo muito bem até que, pouco antes de chegar a Ararapira, o primeiro
vilarejo, começo a avistar uma densa vegetação obstruindo a praia. Na verdade,
já haviam me alertado sobre esse problema lá atrás, em Superagui, que havia um
trecho que não estava dando passagem devido à erosão da maré sobre a vegetação
próxima à praia. Cheguei perto e avaliei melhor a situação. Realmente havia
muitos galhos, troncos e raízes de árvores bloqueando a passagem e entrando no
mar, mas como a maré estava baixa, talvez fosse possível passar pela água...
Tirei o tênis, carreguei a bike e a bagagem nos ombros e segui desviando da
vegetação. Cheguei a ficar com água pela cintura, mas deu pra passar, numa
manobra que durou quase meia hora de sufoco e incerteza.
Passado
o pequeno perrengue, em mais alguns minutos cheguei ao povoado de Ararapira,
onde, por acaso, um camarada preparava um barco pra atravessar duas moças para
o outro lado. Pedi carona, no que fui prontamente atendido, e em poucos minutos
estava desembarcando na Ilha do Cardoso, já no Estado de São Paulo.
A
partir dali seriam mais dezoito quilômetros até Marujá, continuando pela praia.
Apesar do insistente vento contra, que limitava a velocidade a não mais do que (sofridos)
dezesseis quilômetros por hora (a despeito do intenso esforço nos pedais), a
paisagem e o contexto geral eram imensamente compensadores. Efetivamente um
privilégio pedalar num lugar como aquele.
Tudo
estava indo muito bem até que, com o ciclômetro anunciando que estávamos
próximo dos 44 ou 45 quilômetros desde Superagui (e, portanto, onde deveria
estar o vilarejo de Marujá), e chegando ao final da longa e deserta praia, uma
sensação muito estranha foi tomando conta de mim... À frente havia um enorme
morro que se debruçava sobre o mar num penhasco rochoso, encerrando a extensa
praia, e à minha esquerda apenas uma imensa mata, sem nenhum sinal de
civilização ou presença humana. Na praia também não havia nenhum rastro, nenhum
lixo, nenhum sinal de gente! Incrível! Onde deveria haver um vilarejo não havia
nada! Não era possível. Mas estava acontecendo.
Bem,
na pior das hipóteses, era só voltar tudo e se dar por satisfeito com o
passeio... Com o vento a favor, fazer o mesmo trajeto no sentido inverso seria,
na verdade, uma festa. Mas seria um tanto frustrante. Fiz meia volta e comecei
a voltar pensando onde poderia estar errando... Onde estaria aquele vilarejo,
se não à beira mar, como todos os outros e como havia imaginado? (é verdade...
Uma pesquisa prévia no “Google Earth” teria me livrado dessa roubada...)
Vasculhando
o horizonte da vasta mata agora à minha direita, já cerca de dois ou três
quilômetros depois de iniciar o retorno, vejo uma fumacinha ao longe. Observando
com mais atenção distingo também o que me parece ser uma antena de rádio ou
algo parecido. Aproximo-me da mata e vejo o que parece ser uma trilha... Sigo a
pequena trilha por algumas centenas de metros até que dou de cara com uma placa
de “Bem vindo ao Parque Estadual Ilha do Cardoso”! Bingo! Estava ali a vila de
Marujá. Perfeitamente escondida no meio da mata, e às margens dos canais que
seguem para o interior, e não do mar, como havia imaginado.
Salvo
por um triz de um retorno forçado, fui chegando na pequena vila que nada mais
era do que meia dúzia de casas, algumas pousadinhas rústicas, uns barzinhos,
mas, aparentemente, muito bem estruturada turisticamente, com várias placas
indicativas de caminhadas, cachoeiras e avisos de cuidados com a natureza.
Puxei
conversa com um camarada que apareceu a respeito de barcos saindo pra Cananéia,
e ele me disse que, casualmente, dali a meia hora havia um barco saindo, mas
era um barco fretado por um grupo fechado, portanto seria preciso conversar com
os responsáveis. Conversa vai, conversa vem, cheguei ao tal responsável pelo
grupo e pelo barco. Era uma turma de estudantes de Biologia de Faculdades de
São Paulo, que havia passado a noite na vila e estava retornando à civilização.
Depois de uma pequena resistência inicial, tudo se acertou. Foi só mencionar
que não queria exatamente uma carona, mas que poderia pagar... Interessante
como o modo de negociar de nós, homens da cidade, é diferente dos habitantes
locais. Na rápida conversa inicial com os caras do barco, primeiro demonstraram
que não seria muito fácil (criando dificuldades), muito embora o barco fosse
grande e não houvesse evidentemente qualquer tipo de problema. Depois se seguiu
um joguinho de “preciso falar com o responsável”, e, por fim, depois de
acertado o preço a ser pago, um certo pedido de “desculpas por ter que
cobrar”... Tudo simulação. Toda a cena por alguns trocados... É incrível como
nos tornamos complicados com essas questões de confiança e clareza com as
pessoas...
Enfim,
zarpamos da pequena vila por volta das duas da tarde. A viagem foi lenta, mas
extremamente cênica e muito interessante, seguindo por um tortuoso canal completamente
cercado de mata virgem do Parque Estadual da Ilha do Cardoso. Três horas depois
atracávamos no trapiche da histórica e pequena cidade paulista de Cananéia.
Cidadezinha,
aliás, bem simpática e de aspecto acolhedor. De lá, restava a última pernada que
havia planejado, aproveitando mais uma longa e pedalável praia até a cidade de
Iguape, mais ao norte. Dei então uma volta pelas ruas, verifiquei os horários
da balsa que no dia seguinte utilizaria pra prosseguir viagem, achei um
hotelzinho e me recolhi.
No
dia seguinte havia uma condicionante. De Iguape, onde pretendia chegar e
encerrar o passeio, havia um ônibus saindo direto pra Curitiba às onze horas da
manhã. Como a distância até lá era de cerca de 60 km, se quisesse aproveitar
esse “voo direto” teria que me apressar um pouco. Assim, acordei cedo e às seis
e quinze estava com a cara no mundo. Peguei a primeira balsa que faz a
travessia para a Ilha Comprida, às seis e meia, e logo depois estava entrando
na longa praia que me levaria até próximo de Iguape.
Vale
destacar que essa saída bem cedo, praticamente com o amanhecer do dia, numa
segunda-feira de tempo bom e aquele jeito de que não havia ninguém no mundo foi
um prazer. A pedalada pela praia excedeu minhas expectativas para esse trecho.
Visual bonito, temperatura agradável, sem vento, poucas pessoas aparecendo aos
poucos fecharam com chave de ouro meu pequeno passeio. Realmente muito
gratificante.
Chegando
ao município de Ilha Comprida, abandonei de vez o litoral e em mais dez
quilômetros estava em Iguape, onde cheguei na rodoviária ainda às dez horas da
manhã. Uma hora depois embarcava no ônibus de volta pra casa, cansado, mas
muito grato por tudo.
Pensando
bem, até que “casualmente” deu tudo certo - os barcos, as travessias, as
condições da maré, do vento, da chuva, do sol... Pensando bem, esse é o nosso
mundo. A questão é ter olhos pra ver, ou, dito de outra forma, inspiração e um
pouquinho de desapego pra se jogar por aí... Que essa luz me acompanhe ad aeternum! Inté!
(Curitiba,
dezembro de 2014)
Gratidão
Força Sempre
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