A construção de uma ideia
Projeto em família
ao longo de dois anos (Abril de 2023 a Maio de 2025)
Neste segundo ano no Recanto Walden (ou Chácara São Francisco de Assis, para os mais conservadores...), lançamo-nos à ousada e um tanto complexa tarefa de transformar em realidade a ideia de construir lá uma casa. Não foi nada fácil, sob vários aspectos, mas hoje, um ano após o início das obras, podemos dizer que foi feito, mesmo que ainda haja muito a fazer em termos de acabamentos e melhorias. Como sabemos, essas empreitadas são contínuas. Não há de fato como considerar concluído, e essa talvez seja a graça da coisa.
Construir uma casa literalmente no meio da mata, a partir do zero (ou aquém disso ainda...), seguindo a intuição e um sonho, exigiu de nós algumas mudanças de perspectiva, de hábitos, de prioridades e de capacidades de forma geral. De fato mudamos o eixo ao redor do qual nossa vida gira por aqui, mas sinto que foi uma mudança extremamente positiva, em que pese alguns percalços pelo caminho.
A gente ouve falar por aí que mexer com obra é sinônimo de "dor de cabeça". Pois no desenvolvimento desse projeto pude comprovar, por experiência própria, a pertinência dessa afirmação. A começar pelos pontos já conhecidos e de certa forma esperados, como ter que lidar com prestadores de serviço via de regra não comprometidos com a proposta, dificuldades técnicas de certas etapas da construção e orçamentos financeiros repetidamente ultrapassados ou equivocados.
No nosso caso, tivemos alguns agravantes, como a questão burocrática de autorizações numa área altamente preservada e sensível, a preparação da infra estrutura para a obra (abertura da clareira e do acesso na mata, disponibilidade de energia elétrica, etc) e condições climáticas por vezes bastante adversas (muita chuva), além também do habitat em que desenvolvemos os trabalhos.
A questão da falta de energia elétrica foi um dos pontos que nos causou mais aborrecimento. A novela é longa. O problema começou quando nosso pedido de ligação foi indeferido pela companhia de energia local, sob a alegação de questões ambientais. A partir daí seguiu-se uma desgastante sequência de tentativas, explicações, estudo da situação, contato com pessoas que poderiam ajudar a contornar a situação, etc. Até que, passados alguns meses nessa função, percebi que não seria fácil resolver a pendenga.
Decidimos então dar início à obra mesmo sem ter energia elétrica instalada, contornando o problema com a aquisição e uso de um gerador a gasolina. Mas essa solução não foi totalmente eficiente, porque alguns equipamentos não funcionavam com a capacidade disponível no gerador, além de todo o incômodo que o equipamento acarretava. Mas levamos assim até o final dos trabalhos, resolvendo as ocorrências um dia de cada vez.
Terminamos a parte principal da construção no começo desse ano ainda sem ter qualquer garantia de que seríamos atendidos no pedido de ligação da energia elétrica. Partimos então para a instalação de um sistema de energia solar, a fim de dar conta de operar pelo menos a iluminação e demandas básicas da casa. Essa solução tem funcionado parcialmente bem, com limitações decorrentes da capacidade de geração de energia das placas instaladas.
Mas a boa notícia é que três dias atrás desse momento em que escrevo este relato (final de maio), finalmente tivemos nosso pedido de ligação atendido, quase dois anos depois da primeira solicitação, e ainda assim apenas porque movemos uma ação judicial com toda a argumentação explicativa da solicitação e tal. Definitivamente não é fácil jogar esse jogo...
Outro ponto que requereu muita energia nesse processo todo foi a necessidade constante de ter que tomar decisões. Desde a escolha do projeto que seria construído, passando pelos inúmeros processos de busca e contratação dos diversos profissionais que trabalhariam na obra, até a escolha dos detalhes dos materiais que seriam empregados, com infinitas especificações, cada uma com infinitas derivações, prós e contras, capacidades e limitações. É efetivamente uma tarefa exaustiva e que exige altas doses de paciência.
Lidar com atrasos de prazos combinados e prometidos, serviços mal executados e por vezes mal entendidos com prestadores de serviço foi outro ponto alto de desgaste na história. Praticamente todas as etapas e serviços contratados tiveram algum tipo de problema técnico de execução e prazos não cumpridos (mesmo que tenhamos tomado o maior cuidado possível na seleção dos contratados e definição das condições do serviço a ser realizado). E outro problema é que cada etapa dependia da anterior, ou seja, os atrasos tinham efeito cascata, cada um incidindo sobre o serviço seguinte.
É de fato impressionante esse fenômeno! Penso que de certa forma isso é um reflexo da sociedade em que vivemos, dos valores (ou falta de valores) que movem as pessoas e do nível de falta de concentração em que as pessoas andam vivendo. Nesse nicho de trabalhadores de construção civil essa disfunção atinge níveis alarmantes (e aloprantes) de desconexão com o que se acerta em contrato.
Também me incomodou bastante a constante e inevitável bagunça generalizada no canteiro de obras, ainda mais considerando que parte desse pequeno caos até era aceitável e compreensível, mas a maior parte, na verdade, era devido ao completo desleixo e falta de cuidado dos trabalhadores, sem qualquer justificativa razoável. Mais um aspecto que requereu altas doses de paciência e resiliência.
E logicamente a onipresente questão financeira também é um furacão de imprevisibilidades, preocupação constante e desgaste das avaliações e boas intenções. Em se tratando de obra, as necessidades surgem incessantemente, cada serviço a ser feito demanda inúmeros insumos (muitas vezes não previstos e não computados na avaliação inicial feita pelo profissional responsável). Sem contar o inevitável desperdício de material, seja por avaliação mal feita, seja por serviço mal executado. Soma-se ainda, nessa conta, a pura e simples questão do preço das coisas, seja material, seja mão de obra. Pra quem está do lado de quem está pagando as contas, resta a sensação de que tá tudo caro e de que os orçamentos são peças de ficção. Algumas pesquisas de mão de obra revelaram diferenças de mais de cem por cento entre um profissional e outro, e com materiais a matemática não é muito diferente. Realmente chega uma hora que a brincadeira cansa.
Sobre a construção: o primeiro passo foi definir o projeto que seria construído. Tínhamos como parâmetro inicial que queríamos uma casa em madeira (muito embora tivéssemos algumas recomendações contrárias de alguns conhecidos) e com bastante luz natural (ou seja, vidro). Após uma extensa e tortuosa pesquisa e muito pensar, acabamos optando pelo desenho de um chalé no formato de "A" (conhecido pelo termo em inglês "A frame"), com 82 metros quadrados de área construída, dois quartos, dois banheiros, sala e cozinha. Meio que nos apaixonamos por um projeto específico e depois de mais algumas pesquisas e contatos, fechamos a compra do kit madeiramento (eucalipto grandis) do referido projeto com uma empresa de Santa Catarina.
A partir daí puxamos o fio da meada. Acabou que tivemos que tocar a obra contratando cada serviço separadamente, porque a empresa em que compramos as madeiras trabalha somente com a venda desse material. Teria sido extremamente mais fácil (e possivelmente mais barato) se tivéssemos adquirido o "pacote fechado", mas não havia essa possibilidade para o modelo que escolhemos.
É interessante como o formato triangular do chalé confere uma sensação aconchegante e inspiradora no seu uso. Hoje, já com a casa pronta, estamos constatando isso. Não apenas o desenho é bonito, mas a construção em si também ficou agradável aos olhos, com um aspecto meio hipnótico... Pode ser que tenha referência com a forma geométrica do triângulo, com aquele simbólico vértice subindo em direção ao céu. Que seja sempre uma boa inspiração a nos guiar.
Assim, podemos dividir a obra, em linhas bem gerais, em três etapas:
Etapa 1: preparação do terreno e providências burocráticas
Etapa 2: a construção propriamente dita, em duas fases: parte estrutural (em alvenaria) e parte em madeira (carpintaria)
Etapa 3: acabamentos
A seguir, compartilho algumas imagens e mais algumas histórias de cada uma dessas fases.
Etapa 1: preparação para a construção
1) Cercamento da área (abril a setembro de 2023)
Como medida inicial fizemos o fechamento do terreno, levantando cerca de 300 metros lineares de cerca de arame farpado de 8 fios (em dois lados em que ainda não havia cerca), além da instalação do portão de entrada.
Instalação da cerca
Seu Dirso e Seu Osmair no trabalho com as cercas
Montando o portão, em casa
Pintura (em verniz) do portão
Portão instalado
2) Processo de regularização da supressão da vegetação (abril a dezembro de 2023)
Essa foi uma etapa demorada, burocrática, incerta e tortuosa, que demandou cerca de nove meses de procedimentos administrativos para ser resolvida (praticamente todo o ano de 2023).
Depois de muita conversa, pesquisa e análise sobre o assunto, chegamos a uma empresa de topografia que elaborou um laudo florestal (um extenso relatório, a um custo relativamente elevado, detalhando cada espécie de árvore que seria cortada) da área selecionada (cerca de 900 m2, menos de 3% da área total do terreno). Como parte do contrato, essa empresa também intermediou o protocolo e acompanhamento do processo de autorização junto ao órgão ambiental regulador.
Seis longos meses depois de termos dado entrada no processo, após inúmeras solicitações e insistência, no final de dezembro de 2023 finalmente saiu a autorização para supressão da vegetação (ainda que, a rigor, com algumas condições limitantes).
Equipe fazendo a medição e catalogação das árvores que precisariam ser cortadas
Levantamento para o laudo florestal
3) Instalação de abastecimento de água (março de 2024)
Depois de alguma conversa com os vizinhos, conseguimos puxar um ramal de abastecimento de água potável (de uma fonte próxima) de uma rede particular instalada na região há já muitos anos.
4) Supressão da vegetação da área escolhida para a construção (agosto de 2023 a abril de 2024)
Essa foi mais uma etapa extremamente trabalhosa, que também demandou um bom tempo e gerou algumas dúvidas sobre como deveria ser feita.
Comecei fazendo o trabalho pessoalmente, com um facão. Aos poucos, com o auxílio da Mari, fomos ampliando a limpeza, passando para as árvores de pequeno porte, raízes e pequenos tocos.
Cumprida essa etapa, passamos ao corte das árvores maiores, algumas das quais bem grandes. Nessa fase, cumprida à base de moto serra, contamos com a ajuda de dois vizinhos, o seu Dirso e o seu Osmair, irmãos, moradores da região há muitas décadas.
Após isso ainda era preciso cortar o tronco e os muitos galhos em pedaços menores e dar destino a esse grande volume de vegetação.
Terminadas essas fases, precisamos ainda contratar o serviço de uma pequena retro escavadeira pra retirar os tocos e raízes das árvores maiores, ao longo de dois dias inteiros de trabalho.
Trabalho de limpeza e corte de pequenas árvores
Mari no trabalho
Seu Dirso e Seu Osmair auxiliando no corte de árvores.
Esse foi um trabalho que, além da dificuldade de execução inerente
à tarefa, trouxe também certo pesar psicológico,
devido ao fato de estarmos acabando com o ciclo de vida
desses seres tão fantásticos e que tanto aprecio.
Mas é o preço ecológico e emocional do projeto.
Em compensação, todo o restante do terreno (97% da área total)
será preservado como está.
Trabalho pesado e um tanto arriscado
Máquina retroescavadeira no trabalho de extração das raízes das árvores cortadas
Primeiro trabalho de pavimentação (com pedra brita) do acesso à área da construção
Trabalho de corte de árvores e limpeza da área concluído
(mais tarde ampliamos um pouco mais essa área)
Etapa 2: a construção da casa
1ª fase: parte estrutural (em alvenaria) (maio a agosto de 2024)
Para essa fase contratamos os serviços de um engenheiro, e antes de dar início aos trabalhos em campo, fizemos todos os projetos necessários (estrutural, arquitetônico, sondagem do solo e sanitário).
O início oficial da obra se deu no dia 15 de maio de 2024.
Com a intenção de fazer tudo da forma mais dentro da lei possível, iniciamos também um processo de conformidade ambiental da obra junto à Secretaria do Meio Ambiente do município (documento esse que iria compor o processo seguinte, de alvará de construção). No entanto, esse processo derivou, no seu desenrolar, para a solicitação de autorização da Secretaria do Patrimônio Cultural do Estado, por se tratar de uma área de preservação ambiental. Esse processo demorou cerca de quatro meses pra ser tramitado e, ao final, o técnico responsável pelo parecer nos informou que queria visitar pessoalmente a área para se certificar da situação. Acontece que já havíamos dado início à obra, devido à demora do andamento desse processo. O funcionário foi lá e não gostou muito da situação que encontrou (devido à obra já estar iniciada), mas com muita conversa consegui esclarecer a ele nossas reais intenções e os detalhes do projeto, e ele acabou aprovando a solicitação de autorização. Depois disso resolvi não mexer mais com essa burocracia dos órgãos públicos e fomos tocando assim.
Essa fase (construção da parte estrutural) gerou alguns aborrecimentos, a começar pelo prazo previsto, que era de dois meses ("com folga", segundo o engenheiro responsável). No final levou três. O problema desse atraso é que já tinha a entrega das madeiras agendada para o final dos dois meses previstos. Como não consegui mudar essa programação, acabou que recebemos as madeiras sem ter terminado a parte estrutural, o que acarretou dois problemas: a bagunça e falta de espaço no canteiro de obras e a exposição das madeiras à chuva por um tempo maior do que o previsto (o que de fato impactou na preservação de algumas peças).
Mais tarde, em conversa com pessoas da área de construção, acabamos concluindo que fizemos uma estrutura super dimensionada (seguindo o projeto estrutural do engenheiro contratado), gerando um custo mais alto do que o necessário. E também tivemos algumas questões técnicas mal resolvidas, como a altura do piso interno em relação ao externo e mesmo o tamanho da área externa dos fundos (menor do que o adequado). Nesses aspectos faltou uma orientação melhor da empresa com a qual compramos o projeto (e mesmo um projeto mais bem detalhado).
Além disso, alguns pequenos aborrecimentos de relacionamento com a equipe de trabalho também marcaram essa fase.
No final, tirando o que deu errado, deu tudo certo...
Planta baixa da casa - pavimento térreo
Planta baixa da casa - pavimento superior
Primeiro dia da obra, 15 de maio de 2025.A escolha do local exato onde ficaria a casa foi outra questão que
exigiu alguns cálculos e avaliações, tendo sido alterada várias vezes
até a definição final.
O engenheiro fazendo uma visita técnica de acompanhamento da obra,
junto com a entrega da ferragem que seria usada.
Pedreiros trabalhando na demarcação da fundação da casa
Trabalho de furação dos pilares
Preparação da ferragem para concretagem dos pilares da fundação
Trabalho complementar de extração de raízes e acerto do terreno
Concretagem dos pilares da fundação
Concretagem dos pilares (5 a 6 metros de profundidade!)
Concreto usinado nos pilares
Preparando os baldrames
Recebimento de (mais) cimento e outros materiais
Baldrames concretados e impermeabilizados.
Torre dos banheiros sendo erguida.
Narração da Mari da situação da obra
Pedreiros no trabalho de levar os tijolos para o segundo piso da torre dos banheiros
Recebimento de mais um (de quatro) caminhão de terra para nivelar a fundação
Máquina empurrando e nivelando a terra da fundação
Pedreiros compactando a terra da fundação
(preparando para a concretagem)
Fundação devidamente aterrada.
Mari auxiliando no trabalho de colocar pedra brita na fundação
Pedreiros fazendo uma treliça de ferragem na fundação
Preparativos finais para a concretagem da fundação
Preparativos finais para a concretagem da fundação
Iniciando a concretagem da fundação (piso térreo da casa)
Narração da Mari do trabalho de concretagem da fundação
Narração da Mari do trabalho de concretagem da fundação
Observando os trabalhos.
Esse foi um dia de várias coordenações e alguns desentendimentos com a equipe de trabalho.
Trabalho de concretagem da fundação concluído.
Levantamento do terceiro piso (compartimento da caixa d'água) da torre dos banheiros
Trabalho de reboco da torre dos banheiros.
Essa etapa da obra também foi um tanto problemática e demorada,
devido às chuvas nesse período e sucessivas faltas da equipe de trabalho.
Trabalho de instalação do encanamento do sistema hidráulico
(etapa feita de forma confusa e com algumas incorreções,
que descobriríamos depois)
Início da instalação do biodigestor
(sistema sanitário ecologicamente correto)
Explicando o sistema do biodigestor
Finalizando as caixas de recolhimento de resíduos do biodigestor
2ª fase: montagem da casa (carpintaria) (setembro a novembro de 2024)
Essa fase demandou mais um grande esforço, primeiro para chegar à equipe que iria fazer o trabalho. Fiz contato e orçamento com várias indicações, mas na maioria dos casos havia algum impedimento ou falta de confiança na capacidade do pretendente. Acabamos selecionando esse pessoal seguindo a indicação da empresa que nos vendeu o kit madeiramento, após alguma dificuldade para coordenar as agendas e outros ajustes.
Essa equipe (composta de um engenheiro e quatro auxiliares, dentre os quais, o pai do engenheiro) veio de uma cidade do interior de Santa Catarina, e o prometido e combinado é que fariam o trabalho em duas partes: na primeira montariam a estrutura do "A" e a cobertura, em oito dias; na segunda, algumas semanas depois, fariam a montagem interna de paredes, piso, etc, em mais oito a dez dias.
A primeira parte transcorreu conforme o previsto, muito embora tenhamos tido alguns problemas com peças de madeira defeituosas (principalmente as vigas principais), com várias tendo que ser descartadas. Mas com algum esforço e boa vontade esses óbices foram contornados, e as coisas foram se encaixando.
Os problemas começaram nessa transição para a segunda parte da obra. Algumas montagens ficaram pendentes, com a orientação de que esse serviço deveria ser executado por um carpinteiro local, o que acabou se tornando uma tarefa complicada, devido à dificuldade de achar quem fizesse o trabalho, etc.
Outro problema foi agendar o retorno da equipe para a segunda parte da empreitada. O combinado é que retornariam em duas a três semanas, mas demorou quase dois meses para retomarem a obra, após várias e cansativas remarcações e adiamentos.
Apesar disso, essa etapa também transcorreu dentro do previsto, com nove dias de trabalho, das seis da manhã às 18 horas.
Mas, a rigor, ao se encerrar essa fase, ainda faltavam muitos detalhes a serem terminados, alguns porque dependiam de outras finalizações (como colocar o piso térreo, por exemplo), outros porque faltaram peças de madeira específicas, outros ainda devido ao formato de trabalho da equipe, que demonstrava certa pressa em terminar e voltar pra casa.
Mais uma vez, poderíamos dizer que tirando o que deu errado, deu tudo certo...
Recebimento e descarregamento das madeiras
(com a ajuda do seu Dirso e seu Osmair),
seis semanas antes de conseguirmos dar início à montagem.
Dia um tanto caótico: chuva, frio e trabalho pesado, literalmente
(cerca de seis horas de trabalho pra dar conta de descarregar tudo).
Mari narrando a situação.
Como armazenar esse grande lote de madeira
foi outro desafio naquele momento.
Tínhamos que considerar a separação de cada tipo de madeira,
o afastamento do solo (pra evitar a umidade),
a proteção com lona por cima (por proteger da chuva) e
ainda a conferência da quantidade e tipos de madeira recebidos
(esse último item praticamente não foi possível fazer)
Recebimento das telhas
(algumas semanas depois de termos recebido as madeiras)
Flagrante (feito pela Mari) de um momento de descanso em um dos dias
em que estávamos por lá, acompanhando os trabalhos e arrumando alguma coisa.
(Fingir tranquilidade em meio ao caos é uma arte que venho desenvolvendo
há alguns anos... Rsrs)
Corte do projeto da parte de trás da casa
1ª parte da carpintaria:
Iniciando os trabalhos de carpintaria
Início do trabalho de montagem da casa
Iniciando a montagem da estrutura de madeira
Observando os trabalhos
(acompanhei pessoalmente todos os dias dessa etapa,
e todos os dias havia alguma coisa pra decidir, resolver ou comprar)
A estrutura da casa começando a tomar forma
Prosseguimento dos trabalhos da equipe de carpintaria
A estrutura em forma de "A" começando a aparecer
Evolução dos trabalhos
Um verdadeiro quebra-cabeça em tamanho real
(felizmente a equipe contratada já tinha experiência
com esse tipo de obra e, de forma geral, desenvolveu os trabalhos
de forma acertada e ágil - 8 dias nessa primeira etapa)
Panorama geral da obra nesse momento
Prosseguimento dos trabalhos
Prosseguimento dos trabalhos
A Mari também trabalhou na construção...
Etapa de montagem do forro do telhado
(nesses dias era essencial que não chovesse,
pois esse tipo de madeira é muito sensível à umidade.
Assim, houve também um trabalho de acompanhamento da
previsão do tempo, e de torcida para que desse tudo certo)
Vista dos fundos da casa
Lateral direita
Frente
Forro da lateral direita quase pronto
Lateral esquerda
Evolução dos trabalhos
Iniciando a colocação das telhas
A Mari fiscalizando os trabalhos lá em cima
A Mari novamente nas alturas!...
Lateral direita quase pronta
Lateral esquerda quase pronta
A Mari apreciando a paisagem lá do alto
Instalação de rufos e calhas
Trabalho de corte de telhas,
feito com a ajuda do Seu Dirso e seu filho
(trabalho que, na verdade, deveria ter sido feito pela equipe de carpintaria)
Serviço de calha feito de forma incorreta, fora da medida
(detalhe em verde à esquerda da foto).
Teve que ser refeito.
2ª parte da carpintaria:
Montagem das paredes internas,
junto com a passagem dos fios da elétrica.
Montagem do piso do quarto de cima e mezanino
Montagem das paredes dos fundos da casa
Prosseguimento dos trabalhos
(com o gerador fazendo barulho...
Fazer essa etapa com o gerador foi cansativo,
pois além do barulho, tinha a questão da necessidade recorrente
de reabastecimento e o procedimento de ter que ficar ligando e
desligando várias vezes)
Prosseguimento dos trabalhos
(a equipe de carpinteiros ficou hospedada numa pousada próxima,
e trabalhou ininterruptamente durante 9 dias nessa etapa,
das 6:30 h da manhã até o final da tarde)
Quarto térreo
Colocando a escada no lugar
(mais tarde perceberíamos que os degraus da escada ficaram
muito altos, o que ainda vai demandar um reajuste)
Prosseguimento dos trabalhos
(forro interno do quarto de cima)
Montando o forro do piso do quarto de cima (por baixo)
Trabalho de montagem da casa concluído.
A partir daqui ficou por nossa conta terminar os vários acabamentos necessários.
Etapa 3: acabamentos
Se a construção pareceu complexa e cheia de dificuldades, a fase de acabamentos veio lembrar aquele velho ditado que diz que "nada é tão ruim que não possa piorar" (Rsrs). Se fôssemos colocar a obra como um todo num gráfico percentual, creio que não seria exagero dizer que a construção em si (parte estrutural e parte de carpintaria) representou algo em torno de 60% do total, em termos de tempo de trabalho e demanda de gerenciamento.
Essa fase foi (e está sendo) composta de uma lista interminável de coisas a fazer, providências a tomar, itens a serem adquiridos, serviços a serem contratados, dúvidas a serem resolvidas, pesquisas, infinitas tomadas de decisão e por aí vai. E neste momento, final de maio de 2025, ainda não acabou.
Dentre as inúmeras tarefas nessa longa relação de afazeres, destaca-se:
- instalação de revestimento nos banheiros;
- instalação de revestimento no piso térreo;
- instalação elétrica completa (fios, interruptores, luminárias, lâmpadas, etc);
- instalação das louças, torneiras e chuveiros nos banheiros;
- pintura da casa (madeira);
- pintura da torre dos banheiros (alvenaria);
- instalação dos vidros, portas e janelas;
- instalação do sistema de energia solar;
- instalação do sistema de aquecimento a gás (aquecedor, tubulação de gás, pressurizador de água);
- ligação de energia elétrica do portão de entrada da chácara até a casa;
- extensão do piso térreo dos fundos em alvenaria;
- corte de árvores e aumento da área em frente à casa;
- revestimento do piso térreo externo e
mais uma infinidade de pequenos detalhes e arrumações que, quando feitos, não representam o trabalho realizado.
E quando essas demandas estiverem atendidas, ainda haverá a fase seguinte, voltada à mobília, decoração, arrumações internas e externas (paisagismo, etc.), fora os projetos de aperfeiçoamentos e melhorias que ainda temos em mente. Mas cada coisa a seu tempo.
Vale comentar que o que mais causa aborrecimento e dificuldade no gerenciamento desses serviços é a contratação e acompanhamento de mão de obra. Via de regra há mal entendidos ou pontas de insatisfação que ficam soltas.
Dentre todos os serviços contratados, o campeão na geração de aborrecimento e estresse foi a confecção e instalação dos vidros. Foi verdadeiramente uma novela dramática e um teste à paciência. Uma situação que se tornou absurda, de tão tortuosa que foi. Mas deixemos essas histórias no passado. O importante é que foi resolvido (com sequelas, mas tudo bem).
Alguns desses acabamentos começaram antes mesmo da construção em si terminar; outros ainda nem começaram. É um processo, não exatamente linear e cronologicamente acertado.
Abaixo, imagens de alguns desses serviços:
Instalação de revestimento (porcelanato) nos banheiros
Instalação de dry wall no teto do banheiro térreo
Pintura das madeiras (com stein)
A pintura foi outra etapa turbulenta.
Serviço executado na correria, em quatro dias super chuvosos.
E o previsto era que fosse feito em dez dias...
Instalação do piso térreo (porcelanato) e instalação elétrica
(uma das mais de 30 vezes que esse pessoal foi lá
pra dar continuidade ao serviço!)
Colocação de mais um vidro
Quebra de um dos vidros que estavam sendo instalados.
E ainda, como consequência, danificou o piso de madeira,
que teve que ser lixado e pintado novamente.
Pintura da torre dos banheiros (textura)
Essa foi outra etapa um tanto tumultuada,
devido à chuva e devido a ter sido feita
na semana do Natal e Ano Novo
Corte de mais algumas árvores que estavam muito próximas da casa
Aumento da área em frente à casa
(retirada de terra e de raízes de árvores)
Instalação das placas de energia solar
Montagem do painel do sistema de energia solar
Fixação das placas de energia solar
Balcão central da cozinha,
feito com sobras de madeira da construção.
Balcão central da cozinha montado
Um pouco do trabalho de paisagismo externo:
plantio de grama, folhagens, flores, etc.
A Mari é a gerente oficial desse setor.
Mais um trabalho de jardim
Cama feita com sobras de madeira da construção
Colocação do piso (porcelanato) da área externa
Situação atual
Abaixo, algumas imagens do estágio atual (fevereiro a maio de 2025):
Porta lateral do lado direito da casa.
Essa porta foi invenção nossa
(não estava no projeto original da casa)
Quarto térreo
Quarto de cima
Lateral esquerda
O espaço e o chalé ganham um toque todo especial à noite,
quando se sentem o silenciar da mata e um certo clima de mistério no ar.
A iluminação pronta
(funcionando apenas com energia solar)
O aconchego da escuridão
Banheiro térreo
Banheiro de cima
(com a "super janela" com vista direta pra mata)
A floresta, nosso quintal
Abaixo, algumas imagens da mata que nos cerca
Nossos vizinhos (Rsrs)...
Conclusão até o momento
Sobre a construção da casa, é lógico que é uma enorme satisfação ver um projeto como esse saindo do papel e se tornando realidade passo a passo. Cada pequena etapa vencida foi acompanhada de um grande contentamento por parte de nós três. Mas, ainda assim, não dá pra dizer que foi um enorme prazer gerenciar todo esse processo, em função dos muitos problemas e preocupações inerentes à empreitada. No entanto, como sabemos, as dificuldades, dúvidas e contratempos acabam se diluindo no caminho, e o que fica, no final das contas, é a obra feita.
A respeito da ideia original ao adquirirmos a chácara, temos hoje a satisfação de ver que nossas maiores dúvidas e incertezas foram dissipadas. A mata que caracteriza o terreno tem sua beleza própria (e não apenas visual) e nos encanta cada vez que chegamos lá. Sinto que ainda há muito para ser vivido, "entendido" e explorado nesse espaço que, para nós, vai se tornando mais íntimo e admirado a cada dia que passa.
Pra finalizar, fica aqui o convite para que os amigos nos visitem por lá, que venham conhecer pessoalmente o chalé e sentir, em contato direto, a energia sagrada da floresta que nos cerca.
Esperamos vocês.
Agradecimentos
Várias pessoas nos ajudaram nesse processo de construção da casa, e citar nomes é sempre uma temeridade, pelo risco de esquecer alguém. Ainda assim, deixo aqui meus sinceros agradecimentos inicialmente à Mari e à Thaís, que, apesar de fazerem parte da tripulação da espaçonave, merecem uma menção de reconhecimento pelo que cada uma fez, "na esfera de suas atribuições".
Agradeço também ao amigo Rogério Bastos, de Joinville, pelos conselhos, acompanhamento, interesse e carinho pelo projeto.
Meu muito obrigado também aos novos vizinhos e novos amigos, seu Dirso e seu Osmair, pela ajuda honesta e prestativa sempre que requisitado, e pelo trabalho duro que me ajudaram a fazer em diversas etapas da construção.
Agradecimento ainda ao amigo Milton Hartmann, que me auxiliou por diversas vezes, seja indicando profissionais da área da construção, seja tirando dúvidas ou auxiliando com conselhos, sempre de forma atenciosa e colaborativa.
É isso!
Vamos em frente!
"O melhor está por vir!"
"A longo prazo os homens só alcançam aquilo que almejam."
(Henry David Thoreau, em 'Walden')
Gratidão
Força Sempre