Este "desafio" consiste em pedalar um mil quilômetros em até dois meses, no período entre 1º de outubro e 30 de novembro de 2024, em qualquer lugar, em qualquer tipo de bicicleta, em qualquer altimetria, individualmente ou em grupo. O controle se dá através dos registros feitos no aplicativo Strava.
A proposta é organizada pelo site www.brou.com.vc, que realiza diversos eventos ciclísticos de forma virtual e também presencial, na área de Belo Horizonte, e me foi apresentada e sugerida pelo amigo de longa data Alexandre Moraes, radicado em BH há alguns anos, a quem já deixo aqui meu agradecimento (ou não... Rsrs).
Achei bem interessante a proposta pela flexibilidade permitida e pela capacidade de dar uma incentivada nas pedaladas do dia a dia, inserindo-as num formato organizado, com cara de "jogo", digamos assim, e estabelecendo uma meta a ser atingida num determinado tempo.
É lógico que a meta proposta não é nada extraordinário. Tem gente que pedala mil quilômetros em três dias! Mas também não é tão "mamão com açúcar" assim. Demanda certa consistência e comprometimento com a brincadeira (matematicamente requer aí uma média de 125 km pedalados por semana). A intenção é completar a distância proposta dentro dos dois meses, sem ideia de adiantar ou fazer grandes extravagâncias (ainda que de fato haja essa tentação... Rsrs).
E é isso! Vamos ver no que vai dar.
Vou colocando aqui um breve relato de cada pedalada nesse período, e eventualmente, quem sabe, alguma coisa mais técnica ou mais filosófica, conforme o caso... Rsrs.
Bora!
1º Out, terça-feira
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3 Out, quinta-feira
Resolvi a questão do App Strava, fazendo com que ele importe os dados do GPS do relógio Polar Vantage M, que uso há já bastante tempo. Assim não preciso acionar o aplicativo no celular, o que facilita o processo.
Dias cinzentos como hoje sempre demandam um pouquinho mais de vontade e determinação pra sair de casa. Em compensação, do ponto de vista estritamente técnico, digamos assim, é bem mais agradável do que o forte calor, como estava antes de ontem.
Qual a principal dificuldade desse tipo de pedalada? Acho que a questão especificamente física é o menor dos problemas. Percebo que o que mais demanda esforço pra mim é o alvoroço do trânsito (barulho e o risco sempre iminente de acontecer algo fora do controle...), e talvez a posição sobre a bicicleta, e talvez a concentração exigida na atividade. Mas tudo é questão de adaptação e de foco. Como diz aquele ditado: "você está onde está sua atenção". E na verdade as questões do trânsito nervoso no meio urbano e da concentração exigida acabam sendo também fonte de certo prazer. Enfim, tudo tem dois lados (ou mais do que dois...).
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4 Out, sexta-feira
Treininho bem duro, por conta do clima gelado, vento, sem luminosidade. Errei na roupa pra pedalar, que não estava adequada pro frio que fez. Deveria ter me preparado melhor, mas tudo bem... E ainda quase levei um tombo, do nada! Entrei meio distraído num buraco da estrada, e na batida a mão esquerda chegou a escapar do guidão, mas consegui me salvar!... Rsrs. Bom pra lembrar que "tá tudo bem só enquanto tá tudo bem!"... Rsrs. Foi meio tenso, mas no final deu tudo certo.
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6 Out, domingo
Esse percurso da Linha Verde, perto de casa, é o antigo traçado da BR 116 que cruzava a cidade, hoje transformado numa avenida expressa com uma canaleta exclusiva pra ônibus no seu eixo central, que é por onde pedalo de vez em quando. É uma via totalmente urbana, com muito movimento em volta e ainda com tráfego de ônibus e outros veículos nessa pista central. O lado bom é que dá pra desenvolver um bom ritmo, por ter poucas interrupções de trânsito; o lado não bom é que tem que ficar desviando dos ônibus e outros carros que passam de vez em quando, o que sempre torna a pedalada um pouco tensa; mas quebra um galho.
Conversando hoje com a Mari e com a Thaís sobre a proposta do "Desafio", vi que elas tiveram certa dificuldade de entender a ideia da coisa... De fato, olhando assim de fora, pode mesmo parecer algo meio aleatório e sem sentido. Na verdade talvez até seja mesmo! Mas é aquela história que já sabemos: o sentido das coisas é a gente que constrói (o que nem sempre é um negócio fácil...).
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Link do treino:
https://flow.polar.com/training/analysis2/7990063267
Esse foi um treininho meio que regenerativo, após um final de semana um tanto cansativo, devido a outras atividades por aqui. O parque Iguaçu ou parque Náutico, como também é chamado por aqui, consiste numa via compartilhada entre ciclistas e caminhantes (e veículos, em um dos lados do parque). É uma volta de pouco mais do que 5 km, totalmente plana, o que é excelente pra girar sem grandes preocupações com trânsito e meio afastado do barulho cansativo dos veículos. Por outro lado, exige um pouquinho mais de concentração justamente por não ter que lidar com outras variáveis, nem mesmo com a variação da paisagem ou a sensação de percorrer uma distância. Muita gente considera chato ficar dando voltas no mesmo lugar, mas é uma boa questão a ser refletida! Afinal, a gente pedala pra "passear" ou pra girar o pedal?... Rsrs.
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Link do treino:
https://flow.polar.com/shared2/7e8b8d6b0875ad45eac9fa06a7893075
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Link do treino:
https://flow.polar.com/shared2/7e8b8d72268eb2f5f802cac88cf1c16d
Dia cinzento, meio que garoando e friozinho. Pensei duas vezes se deveria sair pra pedalar ou não nesse dia... Acabei saindo sem grandes intenções, pensando em fazer uns 30 km só pra manter a constância, mas acabei aproveitando pra ir um pouco mais distante, baseado na teoria do "jaque" ("já que estou aqui..."). No final das contas até que rendeu bem.
Esse percurso pela BR 277 é um típico percurso de estrada, o tempo todo pelo acostamento da movimentada rodovia. O lado bom é que até que rende bem, por ter poucas interrupções. O lado não bom é que é muito barulhento e um tanto arriscado, devido ao tráfego intenso e constante de veículos. Mas como a estrada fica a apenas um quilômetro e pouco de casa, acaba sendo uma opção prática.
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Link do treino:
https://flow.polar.com/shared2/7e8b8d819715d5f08e615c4f9449f440
Mais um dia nublado e friozinho na capital paranaense.
Esse percurso é um bate e volta por estradas de terra da região rural de Piraquara, chegando até o asfalto da BR 277, com bastante subida (algumas bem inclinadas). É bem divertido, mas tem que estar bem disposto pra brincadeira.
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Link do treino:
https://flow.polar.com/shared2/7e8b8d91fed61d7c55444e00957bd7d5
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Link do treino:
https://flow.polar.com/shared2/7e8b8da74d3543e3f8340df409c05a23
Percurso na ciclovia do parque, 8 voltas. Bom pra treinar foco e ritmo de giro dos pedais.
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Link do treino:
https://flow.polar.com/shared2/7e8b8daec7531a05f1d79931b87eddfb
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Dia meio variado, em termos de clima. Um pouco de sol entre nuvens, um pouco de garoa, um pouco nublado.
Percurso pelas estradinhas de terra da região da chácara, com algumas pequenas variações em relação ao percurso mais comum.
Vejo que costumamos valorizar muito a vertente de explorar novos caminhos, novos lugares e tal, o que de fato é bem bacana, sem dúvida. Mas penso que existe um prazer igualmente valioso na sensação de familiaridade, de se sentir "em casa", de conhecer o caminho. E no final das contas, como sabemos, ainda que os caminhos sejam os mesmos, o caminhante (ou "pedalante" rsrs) é sempre outro, a cada dia (e ainda que isso talvez seja um clichê, é de fato verdadeiro).
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Link do treino:
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https://flow.polar.com/shared2/7e8c1b54d5197336f35cab4e89b06535
Pra fechar a proposta desse jogo, de fazer mil km em dois meses, um pedalzinho "padrão" na velha e boa BR 277... Sem muito glamour, mas assim é a vida (rsrs).
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Resumo das pedaladas nesse período:
1º Out - 70,4 km - 2h 47 - Gravel
3 Out - 57,5 km - 2h 11 - Gravel
4 Out - 50,3 km - 2h 11 - Gravel
6 Out - 50,6 km - 1h 57 - Gravel
8 Out - 40,4 km - 1h 51 - MTB
11 Out - 44,2 km - 1h 56 - Gravel
14 Out - 40,2 km - 1h 44 - Gravel
17 Out - 32,5 km - 1h 28 - Gravel
20 Out - 53,1 km - 1h 5 - Gravel
22 Out - 51,1 km - 2h 23 - MTB
24 Out - 50,9 km - 2h 14 - Gravel
28 Out - 31,4 km - 1h 10 - Gravel
31 Out - 51 km - 2h 21 - MTB
4 Nov - 47,3 km - 1h 32 - Gravel
6 Nov - 52,1 km - 2h 27 - MTB
8 Nov - 51,5 km - 2h 11 - Gravel
11 Nov - 41,1 km - 1h 28 - Gravel
13 Nov - 52,9 km - 1h 44 - Gravel
16 Nov - 60,6 km - 2h 47 - MTB
20 Nov - 44,6 km - 2h 2 - Gravel
26 Nov - 52,9 km - 1h 47 - Gravel
76% Gravel/ 24% MTB
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Observações:
- Percebi que existe uma variação bem significativa de "cômputo de dados" de altimetria entre o GPS Polar Vantage M (que uso de forma bem eficiente há já algum tempo) e o aplicativo Strava. Quando puxamos os dados para o Strava sempre há um acréscimo de mensuração em relação ao que foi "medido" pelo GPS. Enfim, divergências de medição.
- Vale dizer que nessas rodagens aqui relatadas não houve nenhuma pane nas bikes, nem mesmo um pneu furado (nas duas bicicletas uso o sistema tubeless, pneus sem câmara). Todas as pedaladas feitas sozinho (eu e Deus!).
- E o que pode-se dizer, afinal, sobre essa pequena empreitada, de um ponto de vista um pouco menos imediato? Talvez algo sobre a motivação... O que nos move à ação, afinal de contas? Como manter a motivação em alta, mesmo quando "tudo conspira" no sentido contrário? Gosto de pensar que o sujeito da ação tem sempre um peso determinante nessa equação, e que talvez essa seja a grande brincadeira: continuar achando "graça" nas ações repetidas, aparentemente até sem sentido, muitas vezes mesmo difíceis. Outras variáveis (como uma competição, um lugar diferente, uma festa qualquer) podem até ajudar a conectar a energia necessária, mas acho que no final das contas tudo vai depender mesmo da nossa capacidade de enxergar e validar a ideia. E é isso. Vamos em frente!